Tipos de investimentos

Investimentos alternativos: entenda o que são e como funcionam

Conceito de investimentos alternativos busca englobar as opções do mercado que não estão ligados aos ativos tradicionais, como ações e títulos públicos

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Criptoativos, commodities e até colecionáveis podem ser considerados investimentos alternativos. Foto: Pexels

A busca por diferentes tipos de ativos se faz cada vez maior e mais importante à medida que os investidores entendem a importância da diversificação. Por isso, no caminho de aprendizado, pode-se encontrar um conceito diferente: os investimentos alternativos.

Os investimentos alternativos levam esse nome porque são uma opção diferente aos conhecidos investimentos tradicionais. Ou seja, são ativos que não estão ligados à chamada “economia financeira”, como ações em bolsa de valores e títulos públicos, mas estão ligados à “economia real”, como commodities, investimentos imobiliários (Real State) e mais.

Ativos que fogem ao mercado tradicional, como private equity (investimentos em empresas de capital fechado), alguns tipos de créditos – como o de carbono -, criptomoedas, e até mesmo colecionáveis, como carros, vinhos e artes, também entram no conceito. 

“Aqui no Brasil o investimento alternativo é um nome que é mais usado para um investimento em mercado imobiliário, investimento em private equity, investimento em créditos mais complicados, ou criptomoedas. Não tem um escopo rigoroso, mas tudo que seria o não tradicional”, afirma George Wachsmann, CEO da Empiricus Gestão.

Esse tipo de investimento vem crescendo no Brasil. A plataforma de investimentos alternativos, PeerBR, fintech do grupo GCB Investimentos, atingiu pela primeira vez, em 2022, um total de cerca de R$ 25 milhões investidos. O valor é 2.400% maior que a quantia investida em 2021. 

Para Lucas Cordeiro, CPO da PeerBR, a evolução no acesso a tais ativos colabora com o aumento do mercado e das opções para o investidor. “Antigamente essas oportunidades eram mais caras e estavam restritas aos investidores institucionais. Hoje, porém, essas oportunidades de investimento são disponibilizadas em exchanges e fintechs especializadas nessa modalidade de aplicação e oferecem diferentes aportes iniciais”.

As diferenças entre os investimentos alternativos e os tradicionais

São muitas as características que os diferem. Podemos iniciar pela disponibilidade. Enquanto os investimentos tradicionais são negociados em plataformas convencionais – como em corretoras ou na bolsa de valores, por exemplo –, os alternativos são encontrados em fintechs e exchanges que se especializam em uma ou mais modalidades de ativos alternativos, explica Cordeiro. 

O executivo da fintech ainda lembra que esses são chamados de ativos alternativos justamente por possuírem características de disponibilização, relação risco e retorno, e liquidez diferentes dos tradicionais. Com possíveis retornos maiores e liquidez menor, o que aumenta o risco.

Vantagens e desvantagens dos investimentos alternativos

Como citado nas características, a menor liquidez pode ser considerada uma desvantagem, assim como o risco aumentado que essa condição traz. “Obviamente toda oportunidade de investimento tem um risco atrelado a ela e normalmente nesses investimentos alternativos se demanda um prazo mais longo de investimento”, diz Wachsmann.

Lucas Cordeiro ainda destaca que, devido ao fato de ainda não ser uma modalidade consolidada no mercado, o acesso a elas pode ainda estar concentrado em poucas plataformas que oferecem serviços de excelência. Desta forma, para investir é preciso não só analisar o ativo em si, mas estudar a fintech e o grupo a que ele pertence.

Apesar disso, as consideradas desvantagens são frutos da possibilidade de maiores rendimentos que do mercado tradicional. A maior vantagem, aponta os entrevistados, é a diversificação.

“Quanto mais fontes de retorno diferentes você tiver mais rica e mais consistente, e possivelmente, mais estável será a sua carteira. Então, a ideia de um investimento alternativo é que você encontre fontes diferentes de retorno”, afirma o CEO da Empiricus Gestão. 

Além disso, Cordeiro ainda destaca a possibilidade de proteger seus investimentos em caso de grandes oscilações no âmbito da macro e microeconomia.

“Outra vantagem está na rica diversidade de prazos, que costumam variar entre 1 a 24 meses. Justamente por conta dessas vantagens e grandes opções de riscos, rentabilidades e prazos responsáveis por possibilitar que todos os investidores, independente do seu perfil de risco, consigam encontrar a oportunidade ideal para a sua estratégia de investimentos”, diz ele.

Os investimentos alternativos são regulados?

Apesar de serem uma opção ao mercado tradicional, os investimentos alternativos estão regulados pela Instrução Normativa 588 da CVM, órgão responsável por disciplinar e fiscalizar as ofertas públicas em nosso país. Com isso, apenas plataformas autorizadas pela instituição podem oferecer ao mercado esses tipos de investimentos.

Tributação sobre investimentos alternativos

Como se trata de um conceito – bem amplo – e não de uma categoria, a tributação dos tipos de investimentos alternativos depende muito do ativo que o investidor decidiu aportar.

Por isso, é importante estar atento a cada tipo de tributação na hora de escolher um ativo, seja ele alternativo ou tradicional.

+ Como declarar os investimentos no Imposto de Renda?

Perspectiva para 2023 

O CPO da PeerBR acredita que por ser uma categoria nova no mercado financeiro, a tendência é seguir o ritmo de 2022, e continuar expandindo sua relevância e conquistando ainda mais espaço na carteira dos investidores. “Em paralelo a isso, é provável que evolua, também, no âmbito da regulamentação por agentes especializados”. 

Além disso, Cordeiro acredita nas constantes evoluções e aperfeiçoamento dos produtos em si, de tal forma que é esperado o lançamento de novas oportunidades de investimento dessa modalidade.

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