CDB

Casal larga emprego e investe em CDBs com venda de brownies pelas ruas de SP

Victor Santos e Maria Eduarda se conheceram no ano passado e, juntos, investem 80% do que ganham para abrir a própria empresa

Com uma caixa de isopor com 100 unidades de brownie, o casal de jovens paulistas Victor Santos, de 25 anos, e Maria Eduarda, de 22, andam juntos por volta do meio-dia na Estação Palmeiras-Barra Funda em São Paulo, capital paulista, em um dos horários mais movimentados do terminal intermodal (metro e trem). Eles aguentam ouvir vários “nãos” ao longo do dia para conseguirem um “sim” e faturar com as vendas dos doces. Parte do dinheiro gerado – em torno de 80% — o casal investe em CDBs (certificados de depósito bancário) com o objetivo de ampliar a liberdade financeira e, daqui alguns anos, construir a própria empresa digital.

“A princípio, a gente investe em CDB por considerarmos esse um investimento de baixo risco”, explicou Victor, que ainda está construindo sua carteira de investimentos e montando, pouco a pouco, o próprio negócio. 

Mas uma paixão move o casal: a arte de vender. Eles levantam às 7h e para produzir os brownies, carro-chefe do negócio que começou com a venda de brigadeiros — até a fama dos brownies se espalhar e se tornar a principal fonte de renda do casal empreendedor há quatro meses.

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“Temos uma meta diária de vender 100 brownies. Às vezes dobramos a meta. E claro que alguns imprevistos acontecem, como uma chuva que paralisa a cidade ou uma gripe inesperada. Então, se estamos bem e o clima está favorável, a gente sai para vender”, disse Victor.

O empreendimento deles vem dando tão certo que até a mãe de Victor, Sandra Santos, deixou o trabalho que tinha e foi se juntar ao filho e à nora. “Hoje minha mãe acaba de sair do emprego de linha de produção em uma fábrica e veio trabalhar comigo nas vendas. A vida pode ser mais do que só bater o ponto no trabalho”.

Venda de brownies para investir em CDBs/Arquivo pessoal
Venda de brownies para investir em CDBs/Arquivo pessoal

Amor nas vendas

Victor trabalhava há quatro anos como atendente em uma empresa de elevadores e se descobriu no universo das vendas quando começou a procurar uma forma de conseguir uma fonte de renda extra. Durante a pandemia, atuou na venda de relógios e outros produtos pela internet até que conheceu Maria Eduarda, no ano passado.

Ela estava infeliz com o emprego que tinha em um açougue na Zona Norte de São Paulo. Victor, então, pediu para que ela saísse daquele trabalho e entrasse no universo das vendas, algo que ela também desejava. “Eu falei: ‘você já gosta de gastronomia’, e então começamos com brigadeiros, mas os brownies deram mais certo. Hoje estamos juntos, empreendendo”, contou. 

Os dois andam da Barra Funda à Portuguesa Tietê nos horários mais movimentados das estações de metrô durante a semana. Já no sábado e domingo, o casal costuma levar os brownies até os parques, onde terão mais chances de potenciais clientes. 

A cada brownie vendido, Victor faz questão de conversar com os clientes e contar a sua história e da namorada. Além de gerar empatia durante a compra, a intenção do diálogo é um pouco mais profunda: ele tenta incentivar as pessoas sobre a importância de empreender.

“Tenho essa fome e essa ambição de incentivar outras pessoas a empreenderem, porque para mim foi um divisor de águas. Eu me encontrei em ter liberdade financeira, liberdade de tempo e geográfica, para eu trabalhar de onde eu quiser. Sou eu meu próprio chefe”, explicou.

“A vida pode ser mais do que só bater o ponto no trabalho”, afirmou Victor.

Investimento em CDBs

Com cada brownie custando R$ 12 a unidade, Victor e Maria investem 80% do que ganham em CDBs. A escolha se deu, explicam eles, por causa do baixo risco que acreditam encontrar nesses títulos, além de quererem evitar custos com taxas nesse início do negócio.

“A nossa ideia é diminuir os gastos e manter o mesmo padrão de vida, parar de gastar com besteiras e começar a juntar mais pensando na liberdade financeira futuramente”, afirmou Victor.

Nessa modalidade, as regras de remuneração e resgate são determinadas no começo da operação, o que traz mais segurança.

Esse título é emitido por um banco ou corretora para captar recursos. Quando se emite um CDB, o banco atua como se estivesse pedindo dinheiro emprestado dos investidores para conceder crédito a outros clientes. Assim, o lucro vem dos juros desse empréstimo e as taxas costumam mudar conforme cada título.

Apesar da segurança do CDB, o risco que existe pode ser a quebra do banco ou da corretora. Neste caso, o investidor fica amparado pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

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Na hora de escolher o tipo de investimento, Victor contou que estuda a área financeira por meio da leitura de livros especializados, especialmente os que abordam temas de mindset e empreendedorismo. Ler um livro por semana já faz parte da rotina do vendedor.

Foi dessa forma que ele entendeu qual seria o caminho mais seguro para construir o próprio empreendimento. “No meu tempo livre eu não fico à toa, busco ler mais e frequentar à academia”, disse.

O que ele está lendo agora? “Estou lendo o ‘Seja Foda’, do Caio Carneiro”, conta. O livro sobre os desafios de empreender traz o nome sugestivo do que Victor e Maria Eduarda querem ser.

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