Sigma Lithium, Pátria Investimentos e Afya ganham BDRs na B3; saiba mais
Novos produtos permitem que investidores nacionais negociem papéis listados na Nasdaq
Por Guilherme Naldis
A B3 iniciou, nesta segunda-feira, 24/04, a negociação de três novos Brazilian Depositary Receipts (BDR) de empresas brasileiras listadas no exterior: a Sigma Lithium, a Pátria Investimentos e a Afya Educacional têm atuação no Brasil, mas suas ações pertencem à Nasdaq, a bolsa de empresas de tecnologia dos Estados Unidos.
Os ramos são bem variados: a Sigma é uma indústria produtora de lítio verde situada no Vale do Jequitinhonha (MG). Já a Pátria Investimentos é uma gestora de investimentos alternativos atuante em toda a América Latina, enquanto a Afya Educacional é um hub de educação e soluções digitais para médicos.
Os novos BDRs são não-patrocinados, contam com o Banco B3 como depositário e são lastreados nas ações emitidas pelas empresas no exterior. “Por meio dos BDRs, as ações dessas empresas estarão disponíveis para investidores brasileiros que muitas vezes também são seus clientes, conhecem bem o negócio, o setor de atuação e são impactados por essas companhias”, aponta Rogério Santana, diretor de relacionamento com clientes da B3.
Como os BDRs funcionam?
BDRs não são ações, propriamente, mas certificados de ações emitidos por empresas estrangeiras que permitem aos brasileiros compor suas carteiras com esse tipo de papel.
Assim como no caso de ações de empresas nacionais, o investidor pode ganhar com a valorização do ativo e com a distribuição de dividendos. Outra oportunidade de retorno é com a valorização do dólar em relação ao real, já que os BDRs são negociados no mercado internacional, mas sua cotação é na moeda nacional.
BDR: 5 pontos essenciais para entender antes de começar a investir
A principal vantagem dos BDRs é facilitar o investimento em ativos estrangeiros sem a necessidade de abrir conta fora do país, o que possibilita que o investidor diversifique suas aplicações com menos burocracia: basta ter uma conta em uma corretora no Brasil.
Desempenho recente das ações
A Afya teve uma melhoria significativa em suas perspectivas de lucros, o que fez a ação avançar 16,83% no acumulado do último mês. Apesar de estar ligada ao consumo em um momento de inflação alta nos EUA, o último balanço de resultados da empresa fez os investidores de Wall Street se animarem com o papel, segundo relatório da Zack’s. A empresa realizou seu IPO na Nasdaq há quatro anos.
Já a Sigma vive um momento de baixa após alta expressiva no começo do ano. Entre janeiro e fevereiro, havia uma especulação de que a empresa estaria no radar da Tesla, a fábrica de carros elétricos de Elon Musk. A razão para isso é que a mineradora fornece lítio, um minério raro e que garante o suprimento das baterias de veículos de última geração, segundo a Bloomberg.
Apesar da disparada de 18,5% só no dia da notícia do interesse da Tesla, o boato se dissipou e as ações enfrentam uma baixa de 4,72% no último mês. Ainda assim, nos últimos 12 meses, os papéis têm alta acumulada de 32,92%, ainda em razão do rali do começo do ano.
“Investimos R$ 3 bilhões no desenvolvimento tecnológico e construção de uma empresa pioneira na indústria de lítio pela escala de sexto produtor mundial e inovação industrial verde: zero uso de químicos nocivos, zero barragem de rejeitos, 100% dos rejeitos reciclados, 100% da água reutilizada no processo. Com isso, colocamos o Brasil como um dos principais fornecedores das cadeias globais de mobilidade elétrica”, conta Ana Cabral, CEO da Sigma.
Confira a entrevista com a executiva na íntegra.
Apesar de listada há pouco tempo, a Pátria tem entregado resultados que agradaram os investidores. No último ano, o preço das ações da Pátria aumentou 19%, um retorno levemente superior aos 16% do índice de referência Nasdaq, sem contar os dividendos. No mês, a companhia tem alta de 11,85%.
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