Banco UBS compra Credit Suisse por US$ 3,25 bilhões em operação de emergência
Número fica bem abaixo do valor de mercado do Credit Suisse. A combinação dos bancos suíços vai resultar em um banco com mais de US$ 5 trilhões
Após um fim de semana de negociações, o banco suíço UBS anunciou no final deste domingo, 19/03, a compra do seu rival Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços, equivalente a US$ 3,25 bilhões, valor bem abaixo do valor de mercado do Credit Suisse. A operação vai resultar em um banco com mais de US$ 5 trilhões em ativos pelo mundo.
Para evitar um estresse muito elevado nos mercados por conta da transação acontecer a valor bem abaixo das expectativas do mercado, as autoridades monetárias na suíça, que iniciaram e intermediaram a transação, garantiram que irão fornecer assistência de liquidez ao UBS, enquanto o governo está concedendo uma garantia para perdas potenciais de ativos que o UBS está assumindo.
O BC da Suíça vai fornecer um empréstimo de 100 bilhões de francos suíços (US$ 108 bilhões) apoiados por uma garantia de inadimplência federal para apoiar a venda do Credit, que deve ser concluída até o fim do ano.
O Conselho Federal Suíço emitiu um decreto de emergência que permite que a venda do Credit ao UBS seja implementada sem a aprovação dos acionistas. Mais cedo os papéis do UBS estavam caindo 16% enquanto os do Credit, 60%.
“Grande passo para a estabilidade das finanças”
O negócio histórico foi costurado às pressas nos últimos dias para estancar a crise do Credit Suisse, que ganhou novo capítulo na semana passada, elevando as tensões em relação ao setor bancário global, após três bancos fecharem as portas nos Estados Unidos em poucos dias.
O presidente suíço, Alain Berset, chamou o acordo de “um grande passo para a estabilidade das finanças internacionais”. “Um colapso descontrolado do Credit Suisse traria consequências incalculáveis para a Suíça e para todo o sistema financeiro internacional”, disse.
Novo gigante
O UBS afirmou que o banco resultante da compra será gestor de ativos líder na Europa, região na qual ganhará escala, com ativos investidos de mais de US$ 1,5 trilhão. O comprador espera que a combinação dos negócios gere reduções de custos anuais de mais de US$ 8 bilhões até 2027. A expectativa é de que a transação gere lucro por ação no período e o banco “permaneça capitalizado” bem acima de sua meta.
*Com informações da Agência Estado, agências internacionais e relatórios de corretoras
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