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Governo veta a criação de novos fundos de previdência exclusivos

Fundos vinham sendo usados como forma de evitar os novos tributos

Imposto de Renda
Imposto de Renda

Depois de alterar a tributação dos fundos voltados aos mais ricos e restringir a emissão de títulos isentos de Imposto de Renda (IR), a equipe econômica proibiu a criação de novos fundos de previdência exclusivos, com um ou poucos cotistas – que vinham sendo usados como “rota de fuga” dos investidores de alto patrimônio para escapar do cerco do governo.

O objetivo, segundo apurou a reportagem, é coibir o planejamento tributário da camada mais rica da população e corrigir o que o governo considera como distorções no mercado financeiro.

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A resolução foi editada nesta segunda-feira, 19, pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNPS), órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no País, e terá de ser regulamentada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

“A nova regulamentação veda de imediato, a partir do início de sua vigência, a constituição de planos familiares exclusivos com saldos individuais acima de R$ 5 milhões, cuja regra para tratamento do desenquadramento será definida em normativo complementar da Susep”, afirma o Ministério da Fazenda.

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O foco, segundo a pasta, é na preservação da “higidez (saúde) do segmento de produtos de acumulação e sua natureza tipicamente de incentivo à formação de poupança longo prazo”. O estoque do produto será preservado, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Ou seja: para quem já tem esse tipo de fundo, nada muda.

Tributação

Os fundos de previdência não têm o sistema de “come-cotas” (tributação periódica sobre os rendimentos, que passou a ser aplicada aos fundos exclusivos e offshore) e só são taxados no resgate, com alíquota de 10% após um período de dez anos. Por esse motivo, esses produtos passaram a ser recomendados pelos gestores financeiros na esteira das mudanças aprovadas pelo Congresso.

Para a equipe econômica, esses planos de previdência estavam sendo desvirtuados e usados por investidores de altíssima renda para fazer a gestão do seu patrimônio com diferimento de imposto e alíquota muito baixa no resgate. Os volumes aplicados nesse tipo de produto, segundo apurou o Estadão, são de R$ 60 bilhões – cifra bem inferior aos montantes em fundos exclusivos (mais de R$ 700 bilhões) e offshore (mais de R$ 1 trilhão).

*Agência Estado

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