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Gustavo Cerbasi: educação financeira é força transformadora da sociedade

Em entrevista ao quadro B3 Convida, Gustavo Cerbasi falou sobre novos padrões de vida e investimento para iniciantes

Especialista em inteligência financeira e autor de dezesseis livros com mais de 3 milhões de exemplares vendidos, Gustavo Cerbasi é o entrevistado da vez do quadro B3 Convida.

Entre os assuntos discutidos, Cerbasi falou sobre sua trajetória profissional, abordou como a disseminação da educação financeira irá transformar a economia nos próximos anos e citou novos padrões de comportamento e consumo observados na sociedade.

Pílulas de finanças pessoais

Gustavo Cerbasi é hoje um das maiores referências em educação financeira do Brasil. Mas essa trajetória começou quase por acaso.

“Quando começei a dar aula de contabilidade básica num curso de graduação, percebia que os alunos não gostavam do assunto, pois achavam maçante. Então, a solução que encontrei foram pílulas de finanças pessoais, isso é, exemplificava alguns assuntos com coisas do nosso cotidiano financeiro. Logo os alunos começaram a me parar nos corredores para saber mais sobre o assunto e assim fui fazendo consultorias gratuitas”, conta Cerbasi.

Um desses alunos era dono de uma editora e por meio dele veio o convite para a publicação do primeiro livro, Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. A obra segue como o mais bem sucedido livro de Gustavo Cerbasi e inspirou a franquia de filmes Até que a Sorte nos Separe.

Educação financeira é para todos

Com o sucesso de Casais Inteligentes Enriquecem juntos, Cerbasi entendeu que educação financeira é um assunto que desconhece restrições de público.

“Confesso que, no começo, fiquei constrangido com o lançamento desse livro, pois entendia que relacionamento era assunto de psicólogo. Mas o sucesso do livro provou o contrário”, observa Cerbasi.

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Além da restrições de público, a educação financeira vem superando barreiras etárias. Cerbasi ilustra com um exemplo pessoal:

“Tenho um filho de quinze anos que resolve exercícios de investimento na escola, problemas envolvendo a melhor maneira de montar uma carteira, por exemplo. E isso não só nas escolas particulares, na rede pública a educação financeira também já está presente. Com isso, eu espero uma grande transformação na economia e no mercado financeiro nos próximos anos. Podemos celebrar, porque encontramos um rumo.”

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Novos padrões de vida e de investimentos

Parte da transformação citada por Cerbasi já está acontecendo hoje. Ela pode ser observada na economia e também nos modos de vida.

“Hoje o mercado está muito segmentado, temos uma pluralidade de padrões de consumo. As referências de sucesso também mudaram. Um empregado que sai às 17h e vai para casa ver um filme pode ser visto como mais bem sucedido que o dono da empresa que fica até tarde no escritório,” opina Cerbasi.

As mudanças de comportamento estão ligadas a um estilo de vida que ganhou espaço nos últimos tempos, o minimalismo, ou seja, ter somente o indispensável para viver.

“Eu gosto de chamar o minimalismo de essencialismo. Pessoas essencialistas são aquelas que optam por ter poucos bens materiais, mas se concentram em conquistas não materiais, como viagens e cursos. E quando o consumo é reduzido, sobra mais dinheiro para investir e se educar”, observa Cerbasi.

“Outro ponto é que os essencialistas são pessoas blindadas contra crises. Tinha alunos de perfis arrojados, com carteiras compostas por até 40% de renda variável direcionada a objetivos de médio prazo, como viagens. Já a renda fixa era a reserva de emergência. Com a pandemia, esse objetivos tiveram que ser adiados e houve uma sobra de recursos, diferente de pessoas que tinham objetivos mais imediatistas de consumo,” conclui.

Como começar a investir?

Seja essencialista ou não, a dica de Cerbasi para quem ainda não começou a investir é a seguinte:

“É preciso inverter a ordem das escolhas. Tradicionalmente, monta-se um estilo de vida com base no que se ganha. Na verdade, é precido listar sonhos, como boa escola para filhos ou conquistar a independência financeira, e então montar um estilo de vida que permita a realização dos objetivos. Também é preciso estabelecer metas de curto, médio e longo prazo. A pessoa que faz isso, tem mais facilidade para investir e também mais motivação para trabalhar e viver”, afirma Cerbasi.

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