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Megatendências: o que são e como podem chegar à sua carteira

Mais do que uma moda, o conceito define mudanças de padrões que, até então, pareciam imutáveis e gera novas oportunidades de investimento

Você já ouviu falar em “megatendências”? Mais do que uma moda, esse conceito é usado para definir as transformações em padrões que, até então, pareciam imutáveis. São mudanças – esperadas ou já em curso – em áreas como comportamento humano, meio ambiente, logística, comunicação, consumo. Marcadas pela inovação, elas têm capacidade de impactar o mundo de maneira ampla, intensa e duradoura. Para o bem ou para o mal.

As megatendências são um parente próximo dos “negócios disruptivos” – aqueles que, com uso de novas tecnologias, transformaram de vez grandes cadeias globais – e, por isso mesmo, poderosas. Empresas costumam estar de olho nessas transformações não apenas para adequar suas estratégias no longo prazo, como também para ajustar seu posicionamento atual.

Na expectativa desse futuro, a gestora de investimentos BlackRock e a B3 se uniram para criar produtos financeiros que olhem para as principais tendências disruptivas. São elas: mudanças climáticas, mudanças demográficas e sociais, deslocamento do poder econômico, urbanização acelerada e avanços tecnológicos.   

“Os investimentos temáticos e as megatendências são verdadeiras estradas para o futuro e para as transformações inquestionáveis que estão ocorrendo na economia mundial”, explica Karina Saade, Head da BlackRock no Brasil. O diretor executivo de Produtos e Dados da B3, Luís Kondic, acrescenta que produtos lastreados em megatendências são uma forma de garantir uma exposição da carteira em temas relevantes.

Quais são as megatendências?

  1. MUDANÇAS CLIMÁTICAS:

O aquecimento global está conscientizando o mundo a adotar novas formas de produção de combustíveis. Acredita-se que, até 2050, metade da energia mundial tende a vir de fontes solar e eólica. Quanto maior o apelo por um futuro mais verde, mais valorizadas serão as empresas que promovem energia limpa.

  1. MUDANÇAS DEMOGRÁFICAS E SOCIAIS:

A medicina vem avançando a cada ano, o que possibilita uma vida mais longeva. Além de aumentar a população idosa, as pessoas tendem a ser mais saudáveis. Do ponto de vista social, as pessoas passaram a se comunicar no modo virtual. Quanto mais agilidade tiver uma companhia para abraçar essas mudanças, maior o crescimento dos seus negócios.

  1. DESLOCAMENTO DO PODER ECONÔMICO:

Foi-se o tempo que o mundo era dividido em apenas duas potências econômicas. Os consumidores de países emergentes estão mudando os mercados globais. Até 2050, é esperado que seis dos sete maiores sistemas econômicos do mundo sejam de nações hoje consideradas emergentes. Companhias que estão de olho na classe média de países em desenvolvimento tendem a estar mais preparadas para o futuro.

  1. URBANIZAÇÃO ACELERADA

As metrópoles das nações desenvolvidas estão envelhecendo, ao mesmo tempo em que as cidades de países emergentes se desenvolvem rapidamente. Sairão ganhando investidores de empresas que estão prontas para explorar as necessidades de serviços e infraestrutura para esse novo perfil de morador, nos Estados Unidos e no mundo.

  1. AVANÇOS TECNOLÓGICOS

O investimento em pesquisa e inovação segue de vento em polpa, impulsionando os setores de saúde, educação, agronegócio, alimentação e muitos outros. Quanto mais as empresas investem em tecnologias como segurança cibernética e inteligência artificial, por exemplo, maior seu potencial de crescimento de longo prazo.

Com base nessas previsões, a B3 e a BlackRock criaram seis novos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) lastreados em ETFs (Exchange Traded Funds) norte-americanos, todos com perspectivas de ganhos atrelados à concretização das megatendências. 

Para quem não se lembra, BDRs – ou Certificados de Depósitos de Ações, na tradução para o português – são ativos que permitem aos investidores brasileiros adquirir ações listadas em mercados financeiros de outros países. No caso de um BDR de ETF, esse ativo não se refere à ação de uma empresa específica, mas um fundo de ações de várias companhias pertencentes a um mesmo índice, como se fossem as empresas do ISE ou Ibovespa B3, por exemplo. 

Todo ETF, ou fundo de índice, acompanha a rentabilidade do indicador de referência. Como a BlackRock e a B3 buscavam oferecer um produto lastreado nas cinco megatendências citadas, os BDRs foram criados com base nos índices da BlackRock que se identificam com as transformações esperadas para o futuro.

Por enquanto, esses seis BDRs de índices da bolsa de valores norte-americana estão disponíveis na B3 apenas para investidores qualificados (pessoas físicas ou jurídicas com investimentos que excedam R$ 1 milhão). São eles: 

PARA ATENDER A MEGATENDÊNCIA DE…CRIOU-SE UM BDR LASTREADO NO ÍNDICE…QUE PODE SER NEGOCIADO NA B3 COM O CÓDIGO (*)
INFRAESTRUTURA NOS ESTADOS UNIDOS iShares U.S. Infrastructure ETFBIFR39
TECNOLOGIA E CIBERSEGURANÇAiShares Cybersecurity and Tech ETFBIHA39
ROBÓTICA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIALiShares Robotics and Artificial Intelligence Multisector ETFBIRB39
VEÍCULOS AUTÔNOMOS iShares Self-Driving EV and Tech ETFBIDR39
NOVO PODER ECONÔMICOiShares MSCI China A ETFBCNY39

SAÚDE
iShares Genomics Immunology and Healthcare ETFBIDN39

Fonte: BlackRock / (*) Apenas para investidores qualificados

Confira aqui a lista completa desses e dos demais BDRs de ETFs disponíveis na B3.

E para os investidores pessoa física não-qualificada?

Além dos novos BDRs de ETFs da BlackRock e B3, o mercado de capitais brasileiro conta com outras opções de investimento, em renda fixa e variável, para aqueles que acreditam no impacto das megatendências. O simples fato de você adquirir ações de uma empresa que faz parte desse movimento global já caracteriza um investimento em megatendências.

No campo dos avanços tecnológicos, por exemplo, é interessante acompanhar quais companhias listadas na B3 estão mais antenadas às inovações de Tecnologia da Informação (TI). Quando o assunto é mudança climática, o investidor pode buscar empresas que pertençam a índices verdes da bolsa, formados por S.As ambientalmente responsáveis, como o Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3) e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

Também não é preciso esperar uma instituição do mercado anunciar uma megatendência para incluir esse tipo de ativo na sua carteira. Basta olhar o noticiário para perceber vários fenômenos sociais, ambientais e econômicos impondo à população uma nova forma de se posicionar diante de um desafio comum. 

A adesão constante das empresas às práticas de ESG (do inglês Environmental, Social and Governance) é um exemplo de mudança corporativa que veio para ficar. Logo, ativos que tenham lastro nas companhias com essa visão de futuro podem ser considerados no portfólio de megatendências.

Por que investir em ESG (Environmental, Social and Corporate Governance)?

A renda fixa também oferece a oportunidade de perseguir ganhos nesse futuro disruptivo. Isso ocorre quando você investe em dívida corporativa, comprando uma debênture ou Letras de Crédito emitidas por companhias com modelos de negócios ligados às megatendências. Um exemplo seria um título de dívida de uma empresa de varejo com flexibilidade para responder rapidamente aos novos hábitos de consumo da população.  

Até os títulos públicos de um país ecologicamente notável, que preza pela industrialização e pelo consumo eficiente, são candidatos a fazer parte de uma carteira de megatendências, na área de mudanças climáticas.

Seja qual for o rumo que o futuro nos levar, uma megatendência não pode ser ignorada na estratégia de qualquer investidor: a informação de qualidade. É fundamental manter-se atento aos riscos, prazos, taxas, grau de transparência e demais características relevantes do produto financeiro que pretende investir. Essa orientação, certamente, nunca desaparecerá do mercado. 

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