Mercado financeiro e Morning Call Safra: salário mínimo no Brasil e Livro Bege nos EUA
No Fórum Econômico Mundial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem agenda com o secretário-geral da OCDE
Esta quarta-feira, 18/01, é dia de agenda cheia nos Estados Unidos, com o índice de preços ao produtor (PPI), divulgação das vendas no varejo, indicador de produção industrial e o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Reserva Federal, cobrindo todo o território dos EUA — um norte sobre o que esperar do desempenho econômico do país e, por consequência, do mercado.
No Fórum Econômico Mundial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem agenda com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da instalação de mesa de negociação do salário mínimo com centrais sindicais. Pelos cálculos dos sindicalistas, o piso deveria ser de R$ 1.342 em 2023 – o valor atual está em R$ 1.302. As centrais pressionam para que, pelo menos, prevaleça R$ 1.320 neste ano.
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Petróleo e Commodities
As bolsas internacionais mostram fôlego limitado nesta manhã, com investidores à espera dos indicadores americanos e discursos de membros do Fed, enquanto o petróleo ampliou ganhos e estava há pouco em alta de mais de 1% após a Agência Internacional de Energia (AIE) prever uma demanda recorde por petróleo este ano diante da abrupta reversão da política de covid zero na China, que deverá impulsionar a demanda global pela commodities.
Na Europa, as bolsas seguiram mistas após a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro ter desacelerado pelo segundo mês consecutivo em dezembro, a 9,2%, ante 10,1% em novembro e depois de atingir a máxima histórica de 10,6% em outubro. O iene perdeu bastante força ante o dólar após o Banco do Japão (BoJ) deixar sua política monetária inalterada, dissipando especulação de que apertaria as condições de crédito, alargando mais a faixa de variação do juro do bônus do governo japonês (JGB), em meio a pressões inflacionárias.
Ibovespa e Americanas
A fraqueza dos futuros de NY pode limitar ganhos do Ibovespa, embora o EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) brasileiro negociado em NY, estivesse em alta de 1,79% no pré-mercado perto das 7 horas. O recuo do dólar ante maioria das moedas emergentes e das ações das companhias ligadas a commodities pode ajudar na valorização do real.
Ontem Ibovespa fechou em alta de 2,04%, aos 111.439,12 mil pontos, e com volume negociado de R$ 24,9 bilhões, graças às empresas de commodities, que avançam impulsionadas pelo crescimento chinês e ao movimento de alta no petróleo. A alta interrompe três dias de pregões em queda, em decorrência do caso Americanas.
As perspectivas macroeconômicas também pesaram no índice. Durante Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que os detalhes do novo arcabouço fiscal que vai substituir o teto de gastos deverão ser definidos até abril. Ele também voltou a reforçar que seu plano é zerar o déficit do governo em dois anos e que a reforma tributária é importante, como traz o Morning Call Safra de hoje:
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Na Americanas, o conselho da companhia elegeu Camille Loyo Faria como a nova diretora financeira, no lugar de André Covre, que também renunciou ao cargo junto de Sérgio Rial, na última quarta.
Também hoje a agência de riscos Fitch cortou mais uma vez a nota de crédito da empresa, de CC para C, a nota mais baixa da agência, que significa um risco “excepcionalmente alto” da empresa de não cumprir com pagamentos.
Com informações da Agência Estado