Mercado hoje: Campos Neto e reforma ministerial no radar
Nesta sexta-feira, sem dados relevantes lá fora, também será monitorada pelos investidores a posse do novo presidente do IBGE, Márcio Pochmann
Com a agenda esvaziada nesta sexta-feira, 18/08, os mercados devem ficar à espera de indicadores e eventos da próxima semana, como o IPCA-15 de agosto, a votação final do arcabouço fiscal na Câmara e a leitura do relatório do projeto de lei que altera as regras do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf),na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Nesta sexta-feira sem dados relevantes lá fora, vão ser monitorados o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento sobre inteligência artificial, e a posse do novo presidente do IBGE, Márcio Pochmann.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se reúne com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a fim de concluir a reforma ministerial.
No exterior
A aversão a risco com a economia da China e o aperto monetário por bancos centrais desenvolvidos para conter a inflação continuam minando o sentimento dos investidores.
Os temores sobre o setor imobiliário chinês só crescem. A Bolsa de Xangai caiu 1,00% hoje e 1,8% na semana, após a China Evergrande entrar com pedido de falência nos EUA. Além disso, dezoito das 38 construtoras estatais listadas em Hong Kong e no continente relataram perdas preliminares nos seis meses encerrados em 30 de junho, ante 11 que alertaram sobre perdas para o ano inteiro em 2022, de acordo com a Bloomberg.
+ Fed ainda vê risco inflacionário nos EUA e sugere que aperto monetário deve continuar
Papéis ligados ao consumo e de fabricantes de softwares lideraram as perdas nos mercados asiáticos por serem mais sensíveis à perspectiva de manutenção de uma política monetária apertada nos EUA e Europa.
Na Europa, houve queda das vendas no varejo no Reino Unido de 1,2% em julho ante junho, e a leitura final do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, com baixa de 0,1% em julho ante o mês anterior, com alta anual de 5,3%, como previsto.
No radar externo deve ficar o presidente do Fed, Jerome Powell, que discursará na próxima semana no simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos.
No Brasil
A piora das bolsas internacionais deve pesar no Ibovespa, que ontem emendou a 13ª queda consecutiva, em novo recorde histórico de baixas sequenciais, superando os 12 recuos de 1970. Há incertezas sobre mais aperto ou juros restritivos por mais tempo pelo BC americano para combater a inflação e um possível maior endividamento do Tesouro americano.
A queda do dólar pode aliviar um pouco os ajustes locais, à medida que o agravamento da crise no setor imobiliário na China apoia expectativas de novas medidas de apoio à economia pelo governo e Banco do Povo (PBoC) chinês, que tem reunião sobre juros neste domingo.
Os investidores locais devem monitorar ainda Campos Neto, em sua quarta palestra na semana, e possível desfecho da reforma ministerial, no aguardo da tramitação da pauta de reforma no Congresso.
O relator do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, Cláudio Cajado (PP-BA), afirmou nesta quinta-feira, 17, que estaria mais fácil votar o arcabouço se governo tiver uma base mais consolidada e que uma reunião na residência oficial da Presidência da Câmara, na segunda-feira, 21, vai discutir as mudanças feitas pelo Senado no texto da nova regra fiscal.
“Se líderes quiserem mudar, não vou criar cavalo de batalha”, disse. A ideia é chegar a um relatório de consenso para possível votação na terça, 22.
*Com informações da Agência Estado