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Mercados financeiros hoje: investidores ficam na defensiva à espera de ata do Fed

Por aqui, mercado fica de olho em falar de Haddad e dados fiscais

Foto: Pixabay
O Ibovespa é o principal índice de ações da B3, a Bolsa de Valores do Brasil. Foto: Pixabay

A participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara sobre a política econômica do País deve concentrar as atenções dos investidores nas próximas horas. Só à tarde será publicada a ata da reunião de política monetária de maio do Federal Reserve, um pouco antes da divulgação do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do governo brasileiro. Ainda, é aguardado o balanço trimestral da Nvídia.

Exterior

Um compasso de espera pela ata do Fed deixa os mercados mais na defensiva nesta manhã em meio a dúvidas sobre o início de corte de juros nos EUA neste ano. Integrantes do Fed têm repetido que é preciso mais confiança na continuidade do processo de desinflação para que haja mudança na política monetária. Os índices futuros em Nova York oscilam em baixa, enquanto os juros dos Treasuries e o dólar ante moedas rivais avançam à medida que o documento do BC americano poderá ajudar a esclarecer as chances de flexibilização monetária, esperada majoritariamente para setembro.

Na Europa, perdas predominam também nos mercados acionários em meio à queda do petróleo e após o avanço de 2,3% do índice de inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido em abril, apontando desaceleração ante março (3,2%), porém, acima da previsão dos analistas (2,1%). A libra passou a subir ante o dólar depois dos dados inflacionários, enquanto euro e iene recuam. O ING não descarta a hipótese de um corte de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE) na reunião de política monetária de junho, mas admite que é mais provável que a primeira redução venha apenas em agosto. Já a Capital Economics avalia que o resultado do CPI inglês mostra que a inflação segue “teimosa” e torna “improvável” um corte de juros pelo BoE em junho. A consultoria britânica lança dúvidas até sobre a decisão monetária de agosto.

Brasil

Os sinais negativos das bolsas ocidentais, do petróleo e do cobre são mau prenúncio para a abertura do Ibovespa, apesar da alta de 2,73% do minério de ferro hoje na China. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, recuava 0,13% por volta das 7 horas, enquanto o ADR da Vale perdia 0,16% no pré-mercado e o da Petrobras estava relativamente estável. Ontem, a bolsa brasileira caiu pelo terceiro dia seguido sem um grande catalisador de negócios.

O avanço dos juros dos Treasuries e do dólar nesta manhã pode pesar também contra o real e dar impulso à curva de juros futuros em ambiente de incerteza sobre a política monetária americana e o cenário fiscal no Brasil, que reforçam a percepção entre analistas financeiros de que a Selic pode fechar o ano em dois dígitos. Nesse contexto, o relatório de receitas e despesas federal fica no foco, após certo alívio ontem com a arrecadação recorde acumulada nos quatro primeiros meses deste ano, de R$ 886,6 bilhões – o que representou um crescimento de 8,3% em termos reais, ou seja, já descontada a inflação. Ainda assim, analistas do mercado veem tendência de desaceleração das receitas e falta de uma ação mais efetiva de cortes de gastos.

*Agência Estado

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