Por que o preço de uma ação sobe ou desce?
Descubra como são formados os preços no mercado secundário da bolsa de valores
A cotação da ação X está em baixa. A ação Y subiu e está cotada a tal valor. Essas são frases que mesmo quem acompanha de longe o mercado financeiro já escutou. Mas, afinal, por que a cotação de uma ação sobe ou desce?
A palavra “cotação” é usada no mundo dos investimentos para apontar o preço de uma ação em um determinado momento. Quando uma empresa decide abrir o capital (ou fazer um IPO), os investidores compram as ações pela primeira vez, diretamente da emissora. Esse é o chamado mercado primário.
Depois disso, há o mercado secundário, os investidores compram e vendem esses papéis uns aos outros por meio de suas corretoras, dentro da Bolsa de Valores. É a partir das ordens de compra e de venda, ou seja, da lei de oferta e demanda, que os preços desses ativos são definidos. Se há mais pessoas procurando comprar, o preço sobe. Se, por outro lado, há mais gente querendo vender, ele cai. Num fluxo contínuo de ajuste.
Todos querem negociar pelo melhor preço. Assim, compradores procuram vendedores dispostos a fechar negócio por um preço menor e vendedores procuram compradores dispostos a um preço maior.
Esse processo de organização de venda e compra é feito por uma ferramenta da B3 chamada livro de ofertas. Nele, procura-se uma combinação entre o cliente que envia uma ordem para sair do negócio (vender) e precisa encontrar um outro interessado em comprar aquele ativo, pelo mesmo preço e mesma quantidade.
Principais fatores para a cotação de uma ação subir ou descer
No mercado secundário, vários fatores podem interferir na oferta e na demanda. Entre os principais fatores que podem influenciar o valor de uma ação estão:
- Resultados financeiros das empresas;
- Nível de endividamento das empresas;
- Projeções para o setor em que a empresa atua;
- Acontecimentos na política e na economia do Brasil;
- Acontecimentos na política e na economia internacionais;
- Notícias envolvendo fusões de empresas, investimentos e mudanças de governança.
Quando comprar ou vender minha ação?
Além de se perguntar por que a cotação de uma ação sobe e desce, o investidor também pode se perguntar quando é hora de comprar ou vender um determinado ativo, e como entender esse momento.
Existem dois tipos principais de análise usadas para encontrar o preço ideal das ações e determinar se uma empresa é realmente um bom investimento, confira a seguir:
Análise fundamentalista
Na análise fundamentalista, é feito o estudo aprofundado da empresa. Desde seus resultados operacionais e financeiros demonstrados nos balanços trimestrais até outros fatores, como aspectos econômicos e políticos que possam influenciar nas atividades da empresa. Assim, o investidor busca entender se determinada empresa tem boas chances de rentabilidade no futuro ou não. E, com isso, consegue ter uma ideia de qual o valor justo de uma ação ou se ela tende a se valorizar ou desvalorizar.
Então, neste caso, o foco é na análise das expectativas para a empresa, o setor e o país, uma avaliação complexa, olhando para perspectivas de médio e longo prazos. Dessa forma, é preciso estar atento às notícias e a novidades sobre a empresa e também aos balanços econômicos, além da gestão corporativa, nível de endividamento e panoramas do mercado e do contexto político-econômico.
Análise técnica ou gráfica
A análise chamada de técnica ou gráfica é usada por investidores que optam por oportunidades de compras no curto prazo. Certamente, este tipo de avaliação exige muito conhecimento para analisar quedas e elevações por meio de gráficos Candlestick. É usada principalmente por quem faz operações day trade, a estratégia de comprar e vender ações, BDRs, ETFs, entre outros ativos, no mesmo dia.
Diferentemente, da análise fundamentalista – em que são consideradas características das empresas como saúde contábil, o fluxo de caixa, demonstrações de resultados e qualidade da gestão etc. –, na análise técnica, o foco está nas flutuações dos preços, procurando padrões de volatilidade que possam sugerir a direção do próximo movimento. Em outras palavras, a análise técnica busca identificar o cenário mais provável para determinado ativo.
Mercado Secundário de renda fixa
Menos conhecido, mas também parte do sistema financeiro, há o mercado secundário de renda fixa, que apesar de ter liquidez muito menor ao mercado de ações, está disponível para quem quer se desfazer dos ativos que detém, como CDBs, títulos do Tesouro, entre outros.
Assim, por se tratar de um mercado mais restrito, só quem tem acesso a tais plataformas de negociação de títulos de renda fixa são organizações autorizadas como bancos, corretoras e outras instituições financeiras.
Dessa forma, para uma pessoa física negociar seu papel de renda fixa ela deve entrar em contato com sua corretora e procurar o seu agente autônomo de investimentos, que é o assessor de investimentos responsável pela sua conta.
O assessor, por fim, poderá oferecer o título à própria corretora, banco, ou instituição financeira pertencente, ou então, encontrar outro investidor que tenha interesse em comprar o ativo e negociar o preço com ele.
Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.