Banco Central reduziu Selic para 13,25%; onde investir agora?
Com a queda de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 13,25%, veja as melhores opções de investimento
Por Guilherme Naldis
Com a queda na Selic, a taxa básica de juros do Brasil, de 13,75% para 13,25%, o mundo dos investimentos começará a se reorganizar aos poucos, segundo especialistas ouvidos pelo Bora Investir.
Com a mudança, a renda variável ganha mais espaço, ainda que a renda fixa não tenha perdido seu protagonismo nos portfólios.
“O risco nas carteiras dos investidores mais moderados e arrojados deve aumentar. É claro que isso será de forma escalonada: não vai ser no primeiro corte de juros que as posições em renda fixa irão registrar mudanças relevantes. Mas, ao longo do semestre, o perfil das carteiras vai mudar bastante”, afirma Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
O patamar anterior da Selic, de 13,75% ao ano, foi estabelecido no encontro do Copom de agosto de 2022. Nas sete reuniões seguintes a taxa foi mantida. O último corte de juros feito pelo Copom havia sido na reunião de agosto de 2020, que colocou a Selic da época em 2%. Desde então, ou a Selic subiu, ou se manteve. A queda sinaliza uma retomada econômica em função da inflação que, de fato, parece estar convergindo para a meta.
Como ficam meus investimentos com a Selic a 13,25%?
Carlos Castro, CEO da SuperRico, afirma que os investidores não vão ver mudanças radicais em seus apetites para risco de imediato, pois a rentabilidade da renda fixa seguirá alta por algum tempo. A perspectiva é de que a renda variável seguirá pressionada pelos juros acima dos dois dígitos pelo menos até o ano que vem, de acordo com a última pesquisa Focus divulgada pelo BC.
Contudo, as classes de renda variável e ativos alternativos ganham um potencial maior de rentabilidade, que já pode ser observado por conta da valorização recente do índice Ibovespa.
Perfil do Investidor: o que é e por que é importante descobrir o seu?
Ainda assim, o especialista afirma que a estratégia de investimentos não deve mudar muito: “Primeiro, é importante definir seus objetivos de curto, médio e longo prazo e constituir uma reserva de emergência sólida. Depois, deve-se construir uma carteira bem distribuída de acordo com o perfil de cada um”.
Ele ressalta que é importante ter a carteira diversificada justamente para atravessar os diferentes ciclos econômicos. “Uma carteira bem equilibrada não sofre com os solavancos da economia. Quem já tinha um portfólio bem distribuído com a Selic em 13,75%, não vai sentir tanta diferença com as próximas quedas, mesmo que a Selic alcance as expectativas otimistas do mercado e da Focus”, diz.
Onde investir com esta Selic?
Antes de definir quais produtos devem ser incluídos no portfólio, Samuel Ferrarezi, estrategista Investimentos do Santander Brasil, afirma que o investidor precisa calibrar suas expectativas para o futuro com a realidade.
“As oportunidades tendem a surgir, justamente, onde estão as diferenças entre a expectativa do mercado e do próprio investidor”, explica.
Ele propõe que o investidor que acreditar que os juros irão cair mais rápido do que o projetado nos próximos meses pode buscar os títulos pré-fixados – aqueles que já têm definido o seu valor de vencimento – pois taxas menores podem se traduzir em uma valorização mais rápida do título do que inicialmente esperado.
Banco do Brasil e Caixa reduzem juros, logo após queda da Selic
“Outros tipos de investimento que se beneficiariam de juros reduzindo mais rapidamente, mas que só fariam sentido caso o investidor aceite oscilações maiores, são os investimentos em renda variável, como ações e fundos imobiliários”, diz.
Porém, se a aposta é de que a Selic caia mais lentamente do que o mercado estima, os investimentos pós-fixados atrelados à Selic ou ao CDI são opções interessantes, diz Ferrarezi.
Apesar de serem procurados por sua postura mais defensiva, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e fundos DI podem se beneficiar de uma Selic que passe por cortes mais brandos.
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