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Onde investir R$ 100 mil para resgatar o dinheiro em 2 anos?

Planejadores financeiros fazem simulações de investimento e dão dicas para alocar os recursos de forma inteligente

Conceito de diversificação representado por um carrinho de supermercado cheio de moedas diferentes. Foto: AdobeStock/Manipulação: Estadão
Apesar de simples, uma boa pesquisa de preços sempre gera economias. Foto: AdobeStock/Manipulação: Estadão

Em meio a tantos tipos de investimentos o mercado financeiro pode parecer com um mar de opções. E ele, de fato, é. Por isso mesmo é preciso de uma boa orientação para saber navegar na direção dos melhores investimentos e das estratégias mais adequadas para cada perfil de investidor.

Pensando em facilitar essa busca, Carlos Castro, planejador financeiro e sócio fundador da SuperRico, aponta três formas de investir R$ 100 mil. Cada carteira é recomendada para diferentes perfis de risco e grau de conhecimento da economia e das finanças. Por isso, os porcentuais de quanto investir em cada aplicação mudam.

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Castro explica que o potencial de rentabilidade de cada carteira é um dado estimado, e não uma certeza ou promessa. “Vale reforçar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura e que este estudo não significa uma promessa de retorno”, diz.

Carteira conservadora

Para um investidor iniciante ou que prefira não arriscar muito a carteira recomendada é focada em geração de renda. Isso não quer dizer, entretanto, que a falta de risco implique em falta de rentabilidade. Afinal, os juros tendem a permanecer altos por algum tempo, favorecendo este tipo de investimento.

As estimativas de rendimento da carteira, comparada a dados econômicos, são essas:

Indicadores2023202420252026
% CDI110%110%110%110%
Selic12,75%10%9%8,75%
Rendimento14,03%11%9,90%9,63%
IPCA5,90%4,02%3,80%3,77%
Juro Real7,67%6,71%5,88%5,64%

Carteira moderada

Quem já investe e tem uma reserva financeira suficiente para assumir alguns riscos pode montar a carteira abaixo.

Veja o quanto é possível ganhar ao aplicar nos investimentos da carteira, segundo estimativas:

Indicadores2023202420252026
% CDI130%130%130%130%
Selic12,75%10%9%8,75%
Rendimento16,58%13%11,70%11,38%
IPCA5,90%4,02%3,80%3,77%
Juro Real10,08%8,63%7,61%7,33%

Carteira agressiva

Quem é experiente no mercado e tem segurança o bastante para se expor ao sobe e desce da bolsa pode se interessar por esta carteira. Com uma rentabilidade maior, ela também requer maior apetite a risco e disposição para lidar com eventuais oscilações do mercado.

Veja abaixo as taxas de retorno estimadas:

Indicadores2023202420252026
% CDI185%185%185%185%
Selic12,75%10%9%8,75%
Rendimento23,59%18,50%16,65%16,19%
IPCA5,90%4,02%3,80%3,77%
Juro Real16,70%13,92%12,38%11,97%

Cenário econômico: o que considerar

A situação atual da economia, de inflação alta e juros elevados, favorece investimentos de renda fixa que têm a Selic como referência. Como o Banco Central tem optado por manter a taxa referencial em seu nível atual, de 13,75% ao ano, e tem dado sinais de que seguirá tomando a decisão até que aconteçam mudanças mais concretas na política fiscal, os cortes nos juros ainda devem demorar.

Isso quer dizer que, pelos próximos semestres, a taxa básica de juros deve permanecer na casa dos 10%, segundo Anderson Domingos, fundador da Favos Invest. “A renda fixa continua atrativa a curto e médio prazo”, avalia. 

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Mas ele aponta que como a correlação entre a dívida pública e o PIB do Brasil está controlada, e a inflação deve encerrar o ano em 5,63%, a Selic deve começar a cair até 2024. “A curva de juros já indica cortes nos começo do ano que vem, a depender do arcabouço fiscal e do andamento da reforma tributária”, diz. 

Se a tendência se confirmar, a rentabilidade dos títulos de renda fixa deve começar a cair – o que deve estimular a renda variável. Assim, Domingos diz que, com o devido preparos, investidores podem aumentar suas posições na bolsa de valores, caso seja condizente com seus perfis e objetivos financeiros

E o que fazer com os R$ 100 mil?

Castro, da SuperRico, afirma que, dentre as prioridades do investidor, a reserva de emergência é a mais imediata. Portanto, os R$ 100 mil seriam uma forma rápida de compor um colchão e garantir alguma segurança diante de gastos imprevistos. 

“Se os R$ 100 mil forem compor a reserva, o valor deve ser aplicado na renda fixa”, diz. Ele afirma que as melhores opções para este objetivo são investimentos de alta liquidez e que permitem resgates no mesmo dia, visto que o objetivo é retirar o dinheiro na hipótese de uma emergência. 

Mas se menos de R$ 100 mil forem equivalentes a mais de seis meses de salário “dá para assumir mais risco”, diz Castro.

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