Organizar as contas

Como se planejar para se aposentar e ter uma casa na praia

Quanto mais cedo começar, mais fácil será se preparar para uma velhice tranquila em uma boa casa na praia

Mulher caminhando na praia
Quase 60% dos brasileiros não se preparam para a aposentadoria. Foto: Adobe Stock

Depois de uma vida de agito e trabalho nas grandes capitais, a decisão de muitos que se aposentam é viver no litoral. Não é por acaso que 31 das 100 cidades com mais aposentados do Brasil são litorâneas. O merecido descanso da terceira idade combina, e muito, com uma rotina leve em uma casa na praia. Mas, dependendo do caso, o sonho pode se tornar um pesadelo, segundo Jenni Almeida, CEO da Invest4U e consultora de investimento da CVM.

Isso porque, assim como tudo nas finanças, a decisão de comprar um imóvel no futuro depende de muitos fatores: forma de pagamento, acesso a serviços de saúde, facilidade de reencontrar a família, fonte de renda…

Por isso, o Bora Investir preparou alguns pontos de atenção para você que quer se mudar para o litoral em breve ou para os precavidos que já estão se adiantando para o futuro.

Quem pode bancar uma aposentadoria com uma casa na praia?

Antes de começar a pensar em fazer um novo investimento em patrimônio, é preciso ter tudo em dia. A compra de um segundo imóvel para veraneio só é recomendada para quem já quitou a casa própria, tem uma reserva de emergência bem consolidada e possui alguma segurança quanto à renda.

Essa segurança pode ser a própria aposentadoria do governo, feita pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), através de uma previdência privada ou por meio de uma carteira de investimentos focada em independência financeira.

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Com um planejamento deste tipo, é possível recolher proventos mensais maiores que os oferecidos pelo Governo. Almeida fez uma simulação de investimento focada em uma pessoa precavida que, aos 35 anos, decidiu deixar um presente para a sua versão do futuro. Veja:

A conta tem que se pagar (até na praia) 

Uma vez que as condições básicas estejam estabelecidas, é preciso verificar a real necessidade da compra de um imóvel no litoral. Almeida afirma que, se a decisão for tomada por impulso, o que era para ser uma caminhada na areia se tornará um tsunami. Isso porque, sem o devido planejamento, a casa deixará de ser um ativo de qualidade de vida e lazer para se tornar um passivo financeiro. 

“Se a pessoa mora em outra cidade e só vai na casa da praia nas férias, o tempo de uso do imóvel é de quanto, 30 dias? Ou de 60, quando muito? Mas as contas vão continuar sendo cobradas durante o ano inteiro”, pondera a especialista.

Almeida também salienta a dificuldade de se vender um imóvel fora das grandes capitais, visto que a concorrência é maior. Para ela, a compra só deve ser decidida uma vez que todas as dúvidas tenham sido sanadas – e não reste nenhuma chance de arrependimento. Até porque os imóveis são patrimônios e, por isso, duram muito: ao mesmo tempo que podem ser uma fonte quase eterna de renda, também podem se tornar um gasto fixo, desnecessário e que não se compensa.

“Digamos que a pessoa não vai morar, e só vai esporadicamente desfrutar da casa na praia. Certamente, as despesas geradas pela manutenção do imóvel, não compensarão”, resume Eduardo Medeiros, educador financeiro da Ágora. Mesmo que os donos não frequentem ou habitem o imóvel, as contas virão. Então, para não sair no prejuízo, é preciso encontrar a melhor forma de evitar o custo ou transformar o limão em uma limonada.

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Mas, se uma boa oportunidade aparecer e a sua reserva de oportunidade estiver em dia, há maneiras de fechar o negócio. Segundo Medeiros, ainda dá para conseguir uma renda extra sem se comprometer demais com as despesas do imóvel, mesmo que não seja possível curti-lo durante o ano inteiro. 

“Se a compra tiver um preço muito atrativo com possibilidade de venda com lucro, ou mesmo a opção de alugar a casa durante o ano pelo Airbnb por exemplo, aí a coisa já muda de figura. O ideal é ter um pouco de conhecimento sobre administração de imóveis para não ser surpreendido por nenhuma cilada, como altas taxas de impostos, burocracias e manutenções constantes”, afirma. 

Cada caso é um caso. Mas, para o educador, a principal dica é: não faça um negócio que você não entenda. 

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