Organizar as contas

Gastos natalinos: da ceia ao amigo secreto, como economizar nesta época

Planejamento antecipado é fundamental para não gastar além do necessário

Pessoa entregando caixa de presente para outra
o hábito de dar presentes no Natal virou tradição em todo o mundo. Foto: Adobe Stock

O período de final do ano é marcado por confraternizações, muita comida e presentes. Mas para que os custos dessas festas não comprometam o orçamento do ano que termina e também do que começa é preciso planejamento e controle de gastos.

Da ceia ao amigo secreto, é possível organizar os gastos sem começar 2024 imerso em dívidas.

Como não deixar as festas de final de ano virarem ressaca financeira?

Por que muitos se endividam para presentear?

O ato de presentear abriga aspectos comportamentais do ser humano. “Presentear é considerado um fenômeno social, uma forma de se comunicar. Um mesmo presente pode ter diversos significados, ‘lembrei-me de você’, ‘lembre-se de mim’, ‘não te devo mais nada’, ‘estamos quites.’ Em muitas circunstâncias, o principal simbolismo do presente não está no ‘agradar’, mas em trocar, expressar hierarquia, poder, colocar o outro em dívida”, explica Paula Sauer, economista, planejadora financeira CFP® e professora de psicologia econômica na ESPM.

Há situações em que alguém não tem dinheiro sobrando, mas contrai dívidas para poder presentear um ente querido. Se do ponto de vista financeiro a prática não faz sentido, do lado comportamental há alguns fatores que explicam a situação.

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“Existe um efeito manada”, explica Vera Rita de Mello Ferreira, doutora em psicologia social e presidente da Associação Internacional de Pesquisa em Psicologia Econômica. “Um comportamento automático de gastar no Natal, como se a época permitisse gastos extras. O caso é agravado quando há cartão de crédito. Quanto às dívidas, há muitas vezes uma normalização delas. Isso acontece quando, por exemplo, convive-se com pessoas endividadas. Desse modo, contrair dívidas acaba sendo um comportamento familiar.”

Como gastar menos no Natal?

O primeiro passo para controlar os gastos do Natal é estabelecer limites de verba para diferentes categorias de despesas. “Se a ideia é presentear entes queridos, então vale a pena pensar num valor ideal e dividi-lo pelo número de pessoas que receberão presentes. Isso evita um desequilíbrio de gastos e o risco de que algumas pessoas recebam presentes e outras só lembrancinhas”, aconselha a educadora e planejadora financeira Carol Stange.

Economizando na ceia

Também é importante estabelecer um teto de gastos para a ceia. “Os limites de verbas destinadas a comida e bebida devem sempre ser calculados com uma margem maior. Isso evita desconforto no caso de imprevistos, como um convidado que aparece de última hora”, considera Stange.

Se o orçamento está apertado, então a sugestão da educadora financeira é organizar uma ceia colaborativa, em que cada convidado fica responsável por um item e os gastos são divididos entre todos.

Como planejar uma viagem de fim de ano

Para aquela viagem tão esperada de final de ano, planejar com antecedência é muito importante. No entanto, nessa época do ano é comum que as viagens sejam de última hora. “Em caso assim, é preciso ter consciência de que os gastos vão ser maiores. Também mostra a importância de ter um investimento com liquidez diária, como o Tesouro Selic, por exemplo,” observa Stange.

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Para quem possui investimentos com liquidez diária e embarcou numa viagem de última hora, a educadora financeira ensina uma conta para saber se o resgate é vantajoso: “se o valor à vista das diárias é menor que o retorno do investimento, então pode valer a pena. Se o valor é igual ou maior, pode ser melhor guardar a remuneração e parcelar a hospedagem.”

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Ensine as crianças a controlar gastos

Se os adultos já são estimulados a comprar no Natal, as crianças ficam ainda mais sujeitas a propagandas e ao anseio por produtos novos. Há pais que até evitam levar crianças a shoppings nessa época do ano, mas Stange acredita que existe outra solução:

“O Natal pode ser uma grande oportunidade de aprendizado para as crianças. Para que isso aconteça, é importante que os pais conversem com seus filhos. Uma boa ideia pode ser sugerir à criança que faça uma lista de presentes que gostaria de ganhar e pedir que ela escolha só um”, recomenda Stange.

Para saber mais sobre finanças pessoais, acesse os conteúdos gratuitos do HUB de Educação Financeira da B3.