4 gastos que podem te impedir de investir
Para investir é preciso sanear as contas. Aprenda aqui a evitar gastos desnecessários e fazer o seu dinheiro sobrar
Por Guilherme Naldis
Começar a investir pode ser simples. Já é possível iniciar sua jornada rumo à independência financeira com R$ 1,00. Mas, se você quiser dar passos mais ousados e ver seus investimentos darem retornos maiores, é preciso se preparar com cuidado e evitar 4 gastos que te impedem de investir.
Afinal, o dinheiro a se aplicar é um recurso escasso. Muitas vezes, investir significa economizar com outros gastos e, até mesmo, abrir mão de certas despesas. E pode ser que, no final das contas, alguns hábitos de gastos nem façam tanta falta assim.
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“Pode não parecer, mas os gastos pequenos são os piores. Você acha que são inofensivos, mas no longo prazo eles se acumulam e fazem muita diferença”, disse Rodrigo Pinheiro Salvador, sócio da HCI Invest e planejador financeiro da Planejar.
Por isso, é preciso saber quais despesas podem ser enxugadas, quais devem ser eliminadas e quais são indispensáveis. Assim, com as contas organizadas, é possível abrir espaço no orçamento para destinos mais nobres, como investimentos.
Como ajustar o orçamento antes de investir
Apesar de um cenário de inflação alta, consultores financeiros apontam alguns caminhos que podem ajudar o investidor iniciante a se preparar para uma nova empreitada financeira.
- O primeiro deles é listar tudo que se gastou durante o mês e qual o valor necessário para sustentar esse nível de consumo;
- Depois, é preciso fazer o inverso: projetar o quanto será gasto no mês seguinte e com o que se gastará. Nesta parte, é preciso ter em perspectiva sua fonte de renda, e desenhar os gastos com o orçamento em mente;
- Em seguida, é necessário olhar para as despesas recorrentes e avaliar sua necessidade. Se forem, de fato, indispensáveis, é preciso checar se são substituíveis. Muitas vezes, existem opções mais baratas para o mesmo consumo.
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Com esses dados em mãos, aí sim, será possível começar a cortar despesas. Caso contrário, a economia ficará desregrada e, portanto, inconsistente.
“Quando você discrimina seus gastos, é preciso estabelecer algum tipo de proporção fixa. Cada caso é um caso, mas uma regra que funciona muito bem é a 50-30-20. Essa regra diz que 50% do seu orçamento deve ser usado para os gastos fixos, 30% com os gastos variáveis e 10% em investimentos”, aconselha Anderson Domingos, fundador da Favos Invest.
1. Comer fora
Todo mundo gosta de comer algo diferente às vezes. Mas a frequência da alimentação fora de casa pode ser perigosa para o seu bolso. Planejadores financeiros estimam que as refeições em restaurantes e lanchonetes sejam, a médio e longo prazo, 30% mais caras que as feitas em casa.
Também, pudera. Cozinhar é uma atividade que dá trabalho e seus profissionais devem ser remunerados. Além disso, pesa todo o trabalho administrativo e organizacional de quem gere um estabelecimento, como a manutenção do espaço, o pagamento dos funcionários, a seleção dos ingredientes e a montagem de um cardápio adequado.
Todos estes valores estão embutidos na sua comanda – isso quando você não paga pela entrega, já que serviços de delivery tem todos os custos acima mais o frete e a taxa de comissão aos aplicativos. Então, experimentar receitas diferentes em casa pode ser uma opção para quem quer poupar uma grana e ainda provar pratos novos.
2. Apagar as luzes
Domingos, da Favos, se diz contrário à visão de que o investidor precisa ter uma vida celibatária em relação aos seus custos de vida. Para ele, não é preciso se desfazer de hábitos do dia a dia ou enxugar todos os consumos que geram felicidade. “Até porque o dinheiro é feito pra gastar”, brinca.
Por outro lado, ele enfatiza a importância de se atentar aos pequenos gastos que passam despercebidos e que podem, sim, deixar seu bolso furado. Ele cita como exemplo a tarifa de energia elétrica. “No ano passado, a conta de luz foi a que mais subiu. Então é preciso largar o hábito de deixar as luzes acesas quando está em outro lugar porque esse é, literalmente, um desperdício de dinheiro”.
Segundo o especialista, este é o tipo de coisa que se leva para a vida. “Quando você entende que é um gasto bobo, mas que você está perdendo dinheiro, você internaliza isso e passa a fazer parte do seu jeito de viver”, afirma. Da mesma forma, Domingos diz que outros desperdícios, como banhos muito longos e deixar aparelhos sem uso na tomada, passam a se tornar intuitivamente repreensíveis.
3. Pagar por serviços gratuitos
Quem trabalha em modelo home-office ou híbrido sabe o quão importante é ter um cronograma diário organizado. O problema é que a maioria dos aplicativos de agendas são pagos e requerem uma mensalidade. Não são caras, mas são pagas – e podem variar entre R$ 10 e R$ 20. À esta altura da matéria, você já entendeu que toda moedinha importa, né?
Por isso, vale a pena conferir se o seu celular já não possui um aplicativo próprio de organização, como o Google Calendar ou a Agenda da Apple. E isso vale para muitas outras funções, ok? Antes de pagar por um novo aplicativo, confira se o seu dispositivo não tem a funcionalidade nativa ou se não há uma opção gratuita na internet.
“Se as contas estão apertadas ou não, sempre haverá um gasto que pode ser enxugado. Na ponta do lápis, sempre dá pra apertar um pouco mais. Mas isso acontece de acordo com a necessidade”, diz Pinheiro, da Planejar.
4. Pagar por serviços que você não usa
Tudo pode ser revisto, e nossas necessidades mudam com o tempo. Em finanças pessoais, o contexto importa muito mais que as regras genéricas. Dessa forma, os planejadores financeiros recomendam que se mantenha a vigilância constante dos gastos recorrentes para não acabar pagando por um serviço que já não é tão útil.
“Imagine que você pagou por um streaming para ver o lançamento de um filme. Depois de assistir a cobrança vai estar constante e você mal tem tempo para ver todo o catálogo. Nesse caso, é melhor cancelar o plano e aplicar esse dinheiro em outra coisa mais útil”, afirma Domingos.
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