Tesouro direto

Renda fixa pode gerar pagamento como dividendo? Entenda

Há títulos de renda fixa que pagam cupons a cada seis meses e podem servir como renda extra

Títulos públicos também geram pagamento de juros ao investidor como fonte de renda extra. Foto: Pixabay
Títulos públicos também geram pagamento de juros ao investidor como fonte de renda extra. Foto: Pixabay

Não é só na renda variável que se pode conseguir uma renda passiva, aquele dinheiro que cai na sua conta de tempos em tempos e pode ajudar a pagar as contas. Alguns títulos de renda fixa também geram uma fonte de pagamento recorrente para compor a carteira de investimentos. São os cupons, que se assemelham aos dividendos das ações e fundos imobiliários.

Houve um aumento de 15% no número de investidores com ativos em renda fixa em relação ao ano passado, de acordo com dados da B3, a bolsa de valores do Brasil. No total, passou de 14,8 milhões para 17,1 milhões de investidores.

“Investir é sempre disciplina e paciência. Não existem formas de se fazer dinheiro investindo. O que existe é uma estratégia a longo prazo para que [seu capital] cresça acima da inflação. O investidor tem que ter sua geração de renda através do trabalho e uma parte se investe para atingir seus objetivos”, afirma Carlos Castro, planejador financeiro pela Planejar.

“Quando se investe em renda fixa, tem títulos que pagam juros por um certo período. Você deixa seu investimento principal e ele vai pagando esses juros. É parecido com o que acontece na renda variável com os dividendos”, afirma Castro.

Mas em quais títulos de renda fixa têm esse pagamento recorrente? O Bora Investir conversou com especialistas que explicam o melhor caminho para escolher produtos de renda fixa que pagam juros como se fossem dividendos. Confira.

Tesouro IPCA + com juros semestrais

Esse título do Tesouro Direto, como o próprio nome sugere, está atrelado à inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e mais uma taxa de juros prefixada, cujo valor é contratado no momento da compra. A cada seis meses, esse título paga um cupom, uma parcela de juros ao investidor. O título pode ser encontrado no site do Tesouro ou com a sua corretora.

Este título, no entanto, possui outra característica relevante. “Ele te protege da inflação do período e paga uma rentabilidade acrescida. As taxas aumentaram no último mês e vários títulos estão rendendo mais”, observa o analista da Rico, Antônio Sanches.

Na prática, ao investir neste tipo de título, o seu investimento principal só será devolvido na data de vencimento do título, mas os juros contratados no momento da compra conferem um pagamento recorrente a cada semestre até o dia do vencimento.

Tesouro prefixado com juros semestrais

Neste caso, o título prefixado com juros semestrais não é indexado ao IPCA, mas a uma taxa prefixada. Assim como no Tesouro IPCA+ com juros semestrais, a cada seis meses, é feito um pagamento de parte dos juros sobre o valor investido.

“O Tesouro prefixado também possui uma característica de pagamento semestral. Hoje, a gente prefere pagamentos mais curtos de 2026 ou 2027, dada a visibilidade da taxa de juros. Alguns têm taxas de vencimento atrativas”, diz Sanches.

Outros títulos

Sanches ainda destaca outros títulos que podem compor a carteira de investimentos com o objetivo de renda extra. “Uma forma de investir pensando em uma renda recorrente é pensar em renda fixa com liquidez diária para fazer resgates constantes, através do Tesouro Selic e CDBs com liquidez diária que pagam em torno de 99% do CDI. O investimento vai acompanhar a taxa Selic ou a rentabilidade do CDI para fazer resgates a qualquer momento.”

Atualmente, a taxa Selic está em 10,75% ao ano e os analistas do mercado financeiro esperam por uma tendência de queda, apesar das incertezas no exterior e da persistência da inflação dos EUA, que fez o Federal Reserve (banco central norte-americano) manter a taxa de juros entre 5,25% e 5,50%.

Quanto tempo para render?

Para Castro, essa resposta depende do objetivo do investimento. Cada aporte de recursos deve ter uma finalidade.

“Para o curto prazo, a prioridade é a liquidez, colocar dinheiro em títulos de renda fixa que geram liquidez. Já para o longo prazo, acima de cinco anos, cabe uma diversificação com títulos como IPCA+, com mais volatilidade, mas pode pagar esses juros análogos a dividendos ao longo do tempo. No médio prazo, tem o Tesouro prefixado com pagamento de juros semestrais, que não precisa ficar mexendo nesses títulos e recebe os juros até o vencimento”, diz.

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