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Ibovespa teve o melhor 1° semestre desde 2019: veja o porquê

O Ibovespa, principal índice de ações da B3, registrou ganhos de 7,9% entre janeiro e junho deste ano

O Ibovespa é o principal índice de ações da B3, a bolsa de valores do Brasil Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O primeiro semestre de 2023 foi o melhor para o Ibovespa desde 2019. No acumulado do ano até sexta-feira passada, 30/06, o índice valorizou 7,61%, segundo levantamento do TradeMap.

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Veja o ranking com a variação do principal indicador de ações da B3 nos primeiros seis meses dos últimos seis anos:

AnoVariação do Ibovespa no 1° semestre
20184,76%
201914,88%
202017,8%
20216,54%
20225,99%
20237,61%
Fonte: TradeMap

Apenas no mês de junho, o Ibovespa teve uma valorização de 9%. Essa rentabilidade mensal é a quarta melhor marca desde o início da pandemia, no início de 2020. Mas, afinal, o que explica o bom desempenho do Ibovespa neste ano? Confira abaixo:

Desaceleração da inflação

A pandemia da covid-19 e as medidas sanitárias e econômicas necessárias para contê-la fizeram com que a inflação se tornasse um problema mundial. Todos os países passaram a conviver com o aumento dos preços, e os bancos centrais precisam agora conter a tendência.

Aqui no Brasil, o início dos aumentos da Selic, a taxa básica de juros, foi antecipada em relação às outras grandes economias e também foi a mais brusca — em um ano, o BC elevou a Selic de 2% para o nível atual, de 13,75%. Por isso, o país está vendo seus índices de inflação convergirem para perto das metas estabelecidas pelo governo.

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Além de melhorar a qualidade de vida da população e incentivar o consumo, o que beneficia as empresas listadas, uma inflação contida significa que o Banco Central consegue atingir sua proposta de controlar o valor da moeda.

Juros em tendência de queda

A alta inflacionária fez o Banco Central elevar a Selic em mais de 10% em um período curto de tempo e mantê-la nesse mesmo patamar há quase um ano. Logo, o resultado é que o aumento dos preços está próximo do controle, o que significa que os juros básicos altos podem ser reduzidos.

Analistas se dividem entre as projeções de corte na Selic: os mais otimistas preveem a redução na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o começo de agosto, enquanto os mais céticos acreditam que acontecerá somente em setembro. 

Com o corte na taxa, a renda fixa passará a ser um pouco menos interessante do que a variável. Além disso, o custo com juros diminui para as empresas listadas no índice, o que beneficia especialmente as companhias mais endividadas. Por isso, novos investidores devem entrar na bolsa.

Brasil em destaque internacional 

Enquanto os Estados Unidos e a Europa estão sofrendo com inflações persistentes, o Brasil já está vislumbrando um corte na taxa básica de juros nas próximas reuniões do Copom do Banco Central.

Ao mesmo tempo, outros países emergentes, como a Rússia e a China, estão envolvidos em impasses geopolíticos e conflitos que afastam o investimento vindo do exterior.

Por isso, os investidores estrangeiros têm prestado atenção especial ao Brasil, que é visto como estável diplomaticamente. Isso favorece a entrada de capital vindo de outros países, dado que há uma certa “segurança” por aqui.

Novo arcabouço fiscal 

A nova regra fiscal, proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), teve uma recepção mista no mercado. Alguns a viram como muito frouxa, se comparada com a sua antecessora, o teto de gastos de Michel Temer. Outros acreditam que, por ser mais flexível que a regra anterior, também é mais aplicável. 

De uma forma ou de outra, o arcabouço fiscal está prestes a ser aprovado e significa que o país terá parâmetros para a trajetória da sua dívida pública. Assim, a regra estabelece mecanismos de controle do governo e dos seus gastos, o que ajuda o mercado a ter previsibilidade do futuro.

Reforma tributária

A Reforma Tributária foi pautada pelo Congresso Nacional e deve começar a ser analisada e votada ainda nesta semana. O projeto está parado na Câmara dos Deputados desde 2019, mas a pauta é discutida no Brasil, pelo menos, há 30 anos.

Acontece que o sistema tributário brasileiro é visto como regressivo – cobra, proporcionalmente, mais das pessoas que possuem menos – e é muito complexo. Por isso, uma reforma do sistema fiscal é vista como necessária para o crescimento do país e o desenvolvimento da economia local. Dessa maneira, as empresas passam a fazer uma gestão mais eficiente dos seus recursos, o que pode fazer suas ações se valorizarem.

E, agora, parece que vai rolar. O texto foi submetido à análise do Plenário da Câmara e deve ser votado em primeiro turno até esta sexta-feira, 07/07, segundo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP – AL) em entrevista à Folha de S. Paulo.

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