Após corte de juros, mercado projeta Selic menor até 2025
Depois do Copom reduzir a Selic em 0,5 p.p., Focus mostra expectativa de juros reduzida em 0,25 ponto neste ano e nos próximos dois, para 11,75%, 9% e 8,5%
Menos de uma semana após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 13,25%, o mercado já espera uma Selic menor neste ano e nos próximos dois.
É o que informa o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 07/08, pelo Banco Central. Para o fim de 2023, o mercado projeta uma Selic em 11,75% ao ano, ante 12% na semana anterior.
Importante lembrar que, no comunicado após a decisão, o Copom informou que manterá o ritmo de diminuição do juro básico da economia nos próximos meses.
Para 2024, a estimativa para a taxa básica de juros caiu de 9,25% para 9% ao ano, e em 2025 de 8,75% para 8,5%.
O relatório Focus é essencial para o investidor corrigir ou confirmar estratégias. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada.
Para o economista André Perfeito as projeções para a Selic em 2024 e 2025 estão bem abaixo do indicado pelo Banco Central no seu comunicado, em terreno considerado neutro (que não estimula e nem desestimula a economia).
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“Isso não me parece factível por ora. Lembremos que as notícias sobre inflação agora serão ‘piores’ na margem. A variação em 12 meses vai começar a subir por puro efeito base e mesmo a variação na margem será um pouco mais alta”, explica.
Ainda segundo o analista, a trajetória da Selic no ano que vem terá o efeito eleitoral, já que o país vai às urnas escolher prefeito e deputados estaduais.
“Me parece que o BC irá fazer ‘um tiro curto’, ou seja, parar os cortes antes do segundo trimestre. Sabendo que o Copom irá manter a taxa acima da neutra, mantenho a projeção de 10,75% da taxa ao final deste ciclo”, conclui.
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Expectativas de inflação ficam estáveis
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano ficou estável em 4,84%.
A estimativa segue acima do teto da meta de inflação perseguida pelo BC, que é de 4,75%. A meta é de 3,25% e pode oscilar até 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Em junho, o IPCA registrou deflação de 0,08%, menor resultado desde 2017. A queda foi puxada pela redução dos preços de alimentos e bebidas e do grupo Transportes. A prévia da inflação (IPCA-15) de julho também registrou deflação.
Para 2024, a projeção do mercado financeiro para o IPCA caiu de 3,89% para 3,88% Para 2025, permaneceu em 3,50%.
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Apesar das estimativas estarem abaixo de 4%, elas seguem superiores à meta perseguida pelo BC, que é de 3% para os dois anos. A meta será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Nesta sexta-feira, 11/08, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o resultado do IPCA em julho. A estimativa dos analistas é que a inflação fique estável.
Economia deve crescer 2,26% em 2023
Os economistas elevaram a projeção de crescimento para a economia brasileira neste ano. Segundo as estimativas, o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar para 2,26%, ante 2,24% na semana passada.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país num determinado período. Esse resultado ainda acontece na esteira do forte avanço de 1,9% no PIB brasileiro no primeiro trimestre. No entanto, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, caiu 2% em maio na comparação com abril. O BC divulga o IBC-Br de junho na próxima sexta-feira.
Para 2024, a previsão de crescimento do PIB se manteve em 1,30%. Para 2025, permaneceu em 1,90%.
Dólar deve fechar o ano abaixo dos R$ 5
A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 voltou a cair. O dólar passou de R$ 4,91 para R$ 4,90.
Para o fim de 2024, a moeda ficou estável em R$ 5. Para 2025, permaneceu em R$ 5,08.
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