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Caged: Brasil cria 142,7 mil empregos formais em julho, queda anual de 36%

Saldo de vagas com carteira soma 1,16 milhão em sete meses, segundo o Caged. Governo prevê 2 milhões de empregos formais em 2023

Carteira de trabalho, Caged. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O Caged é o Cadastro Geral de Empregados e Desempregado. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O mercado de trabalho formal brasileiro criou 142.702 vagas com carteira assinada em julho, uma redução de 36,6% em relação ao mesmo mês do ano passado (225.016). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira, 30/08, pelo Ministério do Trabalho.

Apesar da desaceleração, o resultado ficou acima da estimativa do mercado, que era da abertura de 139 mil vagas. Foram registradas no mês passado 1,883 milhão de contratações e 1,740 milhão de demissões.

Em junho de 2020, em meio à pandemia, foram fechados 108,4 mil postos de trabalho. No mesmo mês de 2021, foram abertas 306,8 mil vagas formais.

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A analista da Empiricus Research, Larissa Quaresma, explica que apesar da perda de ritmo dos empregos formais, o mercado de trabalho segue aquecido – o que justifica uma taxa básica de juros ainda elevada. A Selic está em 13,25%.

“A criação [de vagas] menor do que o mesmo período do ano passado, sinaliza que, gradualmente, o mercado de trabalho se arrefece. Essa desaceleração acontece de forma mais lenta que o esperado, o que justifica um juro ainda restritivo.”

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que “o crédito escasso e os juros altos ainda atrapalham o encaminhamento da retomada da economia brasileira”. No entanto, disse que o governo “mantém a previsibilidade do cumprimento de saldo no ano na ordem de 2 milhões de empregos com carteira assinada”.

“O conjunto de anúncios do governo – PAC, Minha Casa Minha Vida – apontam cenários de investimentos. Portanto positivos para o conjunto da economia brasileira”, concluiu.

Fonte: Caged

Setores

Em todos os setores houve abertura de vagas formais no mês passado, segundo os dados do Ministério do Trabalho.

O destaque ficou com o de serviços, segmento que mais emprega no país e que gerou 56.303 novos postos de trabalho no período.

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O setor foi seguido pelo comércio (26.774), construção (25.423), indústria (21.254) e agropecuária (12.978).

Regiões

As regiões brasileiras também tiveram saldo positivo de empregos com carteira assinada em julho, segundo o Caged.

A principal criação de postos de trabalho formal aconteceu no Sudeste (70.205), seguido por Nordeste (32.055), Centro-Oeste (18.310), Norte (14.756) e Sul (7.275).

Caged acumulado do ano

Nos primeiros sete meses do ano, foram criadas 1,16 milhão de vagas formais no país. Esse resultado representa uma queda de 27,7% em relação aos 1,61 milhão de empregos com carteira abertos no mesmo período do ano passado.

No fim de julho, o país tinha saldo de 43,61 milhões de empregos com carteira assinada, aumento na comparação com o mês anterior (43,46 milhões) e com julho de 2022 (42,04 milhões).

Salário médio

O salário médio de admissão foi de R$ 2.032,56 em julho, alta real (descontada a inflação) na comparação com junho desse ano (R$ 2.013,23). Em relação ao mesmo mês do ano passado, também houve aumento no salário médio de admissão (R$ 1.994,50). Já o salário médio de demissão ficou em R$ 2.116,18, contra R$ 2.143,43 em junho.

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