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Focus: estimativas de inflação voltam a desacelerar após deflação em junho

Projeção levou IPCA para 4,90%, ainda acima do teto da meta. Selic foi mantida em 12% no fim de 2023

Selic, PIB. Moedas e calculadora no celular. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O relatório Focus é publicado todas as segundas-feiras com as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Após uma pausa na semana passada, os economistas voltaram a reduzir as estimativas de inflação. Como resultado, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023 passou de 4,95% para 4,90%.

O resultado consta no boletim Focus, divulgado excepcionalmente nesta terça-feira, 25/07, pelo Banco Central (BC). A mudança ocorreu por conta do jogo da Seleção brasileira na Copa do Mundo feminina de futebol.

Apesar da desaceleração, a projeção de inflação segue acima do teto da meta perseguida pelo BC, que é de 4,75%. A meta é de 3,25% e pode oscilar até 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

Em junho, o IPCA registrou deflação de 0,08%, menor resultado desde 2017. A queda foi puxada pela redução dos preços de alimentos e bebidas e do grupo Transportes. Hoje, a prévia da inflação (IPCA-15) de julho também registrou deflação.

Para 2024, a projeção do mercado financeiro para o IPCA caiu de 3,92% para 3,90%. Para 2025, foi de 3,55% para 3,50%. Importante lembrar que o Comitê de Política Monetária (Copom) está de olho nessa redução do IPCA em prazos mais longos.

Apesar das estimativas estarem abaixo de 4%, elas seguem superiores à meta perseguida pelo BC, que é de 3% para os dois anos. A meta será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor corrigir ou confirmar estratégias.

Selic deve fechar o ano em 12%

O mercado financeiro manteve a projeção para a taxa básica de juros no fim de 2023 em 12%. Atualmente, a Selic está em 13,75%, o maior patamar em seis anos e meio.

A expectativa dos economistas é que haja uma redução de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom, na semana que vem.

Em entrevista à rádio CBN hoje, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que há espaço para um corte de 0,5 ponto percentual, que levaria a Selic para 13,25% ao ano.

“Os juros a 13,75% e [a taxa] real [descontada a inflação para os próximos meses] a 10% [ao ano] é o maior do mundo. Há uma coisa muito errada no Brasil. (…) Isso inviabiliza o crescimento. A alta taxa de juros está sufocando e pode matar o Brasil por inanição”, declarou.

Para o fim de 2024, a estimativa para a Selic ficou estável em 9,5% ao ano; em 2025, em 9%.

Economia deve crescer 2,24% em 2023

Os economistas mantiveram a projeção de crescimento para a economia brasileira em 2023. Segundo as estimativas, o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar para 2,24%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país num determinado período.

Esse resultado ainda acontece na esteira do forte avanço de 1,9% no PIB brasileiro no primeiro trimestre. No entanto, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerada uma prévia do PIB, caiu 2% em maio na comparação com abril.

Para 2024, a previsão de crescimento do PIB se manteve em 1,30%. Para 2025, subiu de 1,88% para 1,90%.

Dólar

A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 caiu de R$ 5 para R$ 4,97.

Para 2024, seguiu em R$ 5,05 entre uma semana e outra. Para 2025, foi de R$ 5,15 para R$ 5,12.

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