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Haddad afirma que Brasil no comando do G20 é real e necessário

O G20 é o grupo de países que reúne as maiores economias do mundo

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a agenda do Brasil na presidência do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, como “realista e necessária”. O País assume o posto a partir de dezembro. Em reunião com ministros da Fazenda e banqueiros centrais, em Marrakesh, no Marrocos, ele listou as ambições do Brasil ao ocupar o posto. Dentre as prioridades, reformar as instituições multilaterais e propor uma nova ordem econômica global, com olhos para a transição energética, a agenda verde e os mais vulneráveis.

“Talvez digam que a agenda proposta pelo Brasil para o G20 é ambiciosa demais. Nós acreditamos que ela é realista e necessária”, disse Haddad. “Estamos tratando das questões-chave do nosso tempo”, acrescentou.

De acordo com o ministro, é urgente a necessidade de melhorar as instituições financeiras internacionais e fazer com que os ricos paguem sua justa cota de impostos. Além disso, é preciso tratar do problema da dívida em um número crescente de países da África, Ásia e América Latina, e mobilizar recursos públicos e privados para uma economia global mais verde e sustentável.

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“Falhar em apresentar uma agenda como essa é que seria pouco realista, porque significaria comprometer as aspirações legítimas das gerações futuras”, afirmou.

Na visão de Haddad, o G-20 é talvez o único fórum global com capacidade para promover o multilateralismo do século XXI que o Brasil e muitos outros países estão propondo. E, conforme ele, não se trata de tamanho, mas pluralidade à medida que o Grupo reúne países muito diferentes, do Norte Global e do Sul Global, do Ocidente e do Oriente.

“Isto é fundamental porque as soluções globais de que necessitamos só emergirão a
partir de um diálogo ampliado, envolvendo distintas vozes”, avaliou o ministro brasileiro. “Precisamos recuperar a fé em soluções multilaterais e aprender a ver o mundo pela perspectiva do outro”, acrescentou.

Reforçando posicionamento já enviado ao Fundo Monetário Internacional (FMI), Haddad colocou o Brasil como um mediador para os conflitos globais. A seu favor, disse, o fato de o País ter tradição de facilitar o diálogo e o consenso entre diferentes grupos econômicos.

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“Sediar o G20 é uma honra para nós. É uma grande responsabilidade também. Essa responsabilidade chega exatamente na hora certa”, disse Haddad.

O ministro brasileiro lembrou das medidas adotadas durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a aprovação do novo arcabouço fiscal, a reforma tributária, redução do desmatamento, ampliação de programas sociais como o Bolsa Família e, mais recentemente, o plano de transformação ecológica.

“Em 2023, colocamos a nossa casa em ordem depois de alguns anos turbulentos… Agora, o Brasil está pronto para se voltar aos desafios globais e promover um diálogo construtivo e produtivo em direção ao multilateralismo do século XXI”, disse Haddad, saudando a chegada da África do Sul.

“Estou confiante de que, juntos, poderemos encontrar iniciativas inovadoras e prover a liderança política e econômica que mundo espera de nós”, concluiu.

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