Mercado

7 fatos e frases que resumem a terceira semana de novembro na economia e no mercado

Governo confirma meta fiscal zero em 2024, economia desacelera no 3º trimestre e inflação do calor ferve o bolso das famílias. No cenário externo, preços estáveis nos EUA animam o mercado

Balança de ferro refletindo nota de cinquenta reais, com moedas de um real fazendo pesa
Toda empresa listada na B3 é obrigada por lei a divulgar suas Demonstrações Financeiras (DFs) a cada trimestre. Foto: Adobe Stock

A novela da meta fiscal terminou com vitória do Brasil, pelos menos por enquanto.  Depois de semanas de disputa interna e sinalizações públicas contraditórias, o governo decidiu manter a previsão de déficit zero nas contas públicas de 2024

A manutenção da meta e o cenário de inflação estável nos Estados Unidos levou o Ibovespa ao maior patamar em dois anos. Ainda no mercado financeiro, o balanço da Americanas com onze meses de atraso e os erros contábeis no Magazine Luiza.

Na economia brasileira, teve pressão nos preços com o impacto da onda de calor no valor das máquinas de ar-condicionado. E o peso da desaceleração do setor de serviços na prévia do Produto Interno Bruto que perdeu força no 3º trimestre.  

Nos investimentos, o impacto no bolso de quem ganhar os R$ 550 milhões da Mega da Virada, a ciência das compras na Black Friday e o desempenho dos índices setoriais na bolsa brasileira

Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:

1) “O GOVERNO MANTEVE A POSIÇÃO DELE DE META FISCAL ZERO”. (Danilo Forte, relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias)

O martelo foi batido e o governo decidiu manter a meta de déficit zero nas contas públicas de 2024. Isso quer dizer, que no ano que vem só será possível gastar o que for arrecadado, ou seja, sem aumento da dívida pública para cumprir gastos e investimentos.

Com a decisão tomada, após semanas de polêmicas e reações negativas do mercado, o foco agora é aprovar medidas que aumentem a arrecadação, com a finalidade de cumprir essa meta.

Dentre as medidas estão a MP que aumenta a tributação de grandes empresas com benefícios fiscais de ICMS; fim dos Juros sobre Capital Próprio, taxação de fundos exclusivos e offshores e de apostas on-line.

Desde o início da polêmica – com a fala do presidente Lula de que “dificilmente chegaremos à meta zero” – o mercado, o BC e até o ministro da Fazenda alertaram para a queda de confiança numa eventual mudança. Agências rating também apontaram que a revisão poderia retardar a retomada de grau de investimento.

2) BRASIL: ATIVIDADE ECONÔMICA CAI 0,64% NO 3º TRIMESTRE

A desaceleração da economia brasileira entre julho e setembro, esperada pelos analistas, foi confirmada pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central, considerado a prévia do PIB, que caiu 0,64%. Em setembro, a baixa foi de 0,06%. 

Um dos setores que ajudou na retração da prévia do PIB foi o de serviços (área que mais emprega no país) com queda de 0,3% em setembro, após recuo de 1,3% em agosto. 

O maior impacto negativo veio dos serviços profissionais e administrativos, com baixa de 1,1%. Pelo lado das altas, destaque para os serviços prestados às famílias que subiram 3%, diante do festival The Town – que impulsionou o setor de espetáculos

Para os fãs de grandes eventos musicais, o B3 Bora Investir fez uma reportagem especial sobre como organizar as contas para curtir todos os dias do Lollapalooza 2024. No line-up Blink-182, SZA, Paramore, Sam Smith e, Arcade Fire já confirmados.

3) INFLAÇÃO ESTÁVEL NOS EUA E A EXPECTATIVA DAS ELEIÇÕES NA ARGENTINA

No noticiário internacional, a semana foi de alívio nos Estados Unidos diante da estabilidade da inflação em outubro, após os preços atingirem o maior valor em quatro décadas no ano passado. O fim da escalada nos preços sinalizou que o Federal Reserve não deve mais elevar os juros neste ano.

O resultado trouxe expectativas muito boas para o mercado financeiro. A Bolsa do Brasil (B3) fechou dois dias seguidos com recordes do ano e bateu o maior patamar desde o meio de 2021. A manutenção da meta zero em 2024 também ajudou.

Os investidores globais estão mais calmos em relação ao conflito entre Israel e Hamas. Após quase um mês de guerra, sem espalhamento por outras regiões do Oriente Médio, os mercados seguem com tendência de alta e os ativos chamados de segurança – como dólar, ouro e petróleo – controlados.

Diante do cenário mais estável e dos EUA dando sinais de redução da demanda, o barril de Petróleo desacelerou para o menor patamar desde julho.

Na Argentina, o segundo turno das eleições acontece neste domingo, 19/11. Na disputa está o atual ministro da Economia, Sergio Massa, e Javier Milei, da oposição. Em entrevista ao B3 Bora Investir, o economista e sócio da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, falou sobre a sua expectativa para as eleições presidenciais

4) BRASIL 50ºC: OS IMPACTOS DA ONDA DE CALOR NA ECONOMIA

https://twitter.com/inmet_/status/1724397677230649465

A onda de calor da semana passada atingiu 15 estados brasileiros e o Distrito Federal. Em SP, os termômetros marcaram, em média, 37ºC com sensação térmica de 40ºC. No Rio, a temperatura ultrapassou os 42ºC, com sensação de 58ºC.

O fenômeno, cada vez mais comum no Brasil é resultado da aproximação do verão e é intensificado pelo El Niño, fenômeno climático que aquece as águas dos oceanos. O calor intenso traz um efeito na economia pelo lado do agronegócio – já que secas prolongadas prejudicam a produção de alimentos, mas também de eletrônicos. 

O vilão da inflação do calor são os aparelhos de ar-condicionado, que ficaram 9,35% mais caros em 2023. As altas temperaturas têm impactado os preços, assim como a seca na Amazônia e a alta demanda. No primeiro semestre, as vendas dos equipamentos cresceram 25%.

5) BALANÇOS DO VAREJO: AMERICANAS DIVULGA RESULTADOS

A Americanas publicou os resultados financeiros de 2022 e republicou os números de 2021, após onze meses de atraso. No primeiro balanço desde a fraude contábil, a varejista em recuperação judicial registrou um prejuízo líquido de R$ 12,9 bilhões no ano passado, o dobro do valor de 2021 (R$ 6,23 bilhões). 

A publicação desses resultados era esperada para o início da semana, mas precisou ser adiada. Segundo a Americanas, a empresa “foi vítima de uma fraude sofisticada”, o que tornou a divulgação “uma tarefa extremamente desafiadora e complexa”.

A Magazine Luiza também divulgou os seus resultados e apontou erros em lançamentos contábeis que obrigaram a companhia a reduzir em quase R$ 830 milhões seu patrimônio líquido. A Comissão de Valores Mobiliários abriu um processo administrativo para apurar o balanço da empresa, que apontou um lucro líquido de R$ 331,2 milhões no 3º trimestre de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 190,9 milhões do mesmo período do ano passado. 

Já as lojas Marisa, que terminou recentemente um processo de reestruturação, registrou prejuízo líquido de R$ 196,3 milhões entre julho e setembro, aumento de 92,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

6) HORA DE APOSTAR: R$ 550 MILHÕES NA MEGA DA VIRADA

Maior prêmio da história. Concurso que não acumula. 50 milhões de combinações. É a Mega da Virada, que neste ano vai pagar o maior valor desde o início do concurso: R$ 550 milhões. Aplicado na poupança essa bolada renderia R$ 3,3 milhões ao mês.  

Qual a probabilidade de acertar a e ganhar esse dinheiro? O B3 Bora Investir foi atrás dessa resposta e descobriu que para fazer todas as combinações possíveis, é preciso jogar a aposta simples (R$ 5) 50.063.860 vezes. Isso custaria R$ 250.319.300.

A possibilidade de ganhar tanto dinheiro apenas com uma aposta desperta a atenção de muitos brasileiros. Assim como descontos e liquidações, como oferece a Black Friday. Em uma reportagem especial, falamos sobre a ciência por trás da vontade de comprar em grandes liquidações.

7) INVESTIMENTOS E FINANÇAS PESSOAIS

Nos destaques dos investimentos e finanças pessoais, o Bora mostrou um levantamento exclusivo sobre quais setores tiveram os melhores resultados na bolsa, considerando o retorno de suas ações, em diferentes janelas temporais. 

Saber o seu perfil é o melhor jeito de buscar pelo melhor investimento para não desanimar ou se frustrar logo de cara. Além da tolerância aos riscos, a análise para descoberta do perfil leva em consideração a situação financeira, idade, conhecimento do mercado e destino do dinheiro. A diversificação de investimentos também é um ponto importante a ser considerado, ainda mais com o mundo mais conectado.

.Para mais conceitos sobre o mercado financeiro, confira os conteúdos gratuitos do Hub de Educação da B3.