Mercado hoje: investidores monitoram o Boletim Focus
Investidores vão olhar as projeções de inflação no boletim Focus, depois do IPCA benigno
A semana começa com um possível anúncio de aumento de combustíveis pela Petrobras no radar, além da confirmação de estudos pelo Ministério da Fazenda de medidas de apoio ao setor varejista.
Há dúvidas sobre a votação do arcabouço fiscal no plenário da Câmara, por conta do imbróglio da minirreforma ministerial para acomodar o Centrão.
O IGP-10 de agosto e o IBC-BR de junho também são esperados nos próximos dias.
Lá fora, a ata da reunião de julho do Federal Reserve (Fed), as vendas no varejo e produção industrial dos Estados Unidos são os destaques. Estão previstos também novos dados de atividade da China, a inflação ao consumidor (CPI) em julho na zona do euro e decisão do Banco do Povo chinês (PBoC) sobre taxa de juro de referência (LPR).
No exterior
Sem dados nos EUA hoje, as bolsas na Ásia fecharam em baixa após a incorporadora chinesa Country Garden anunciar que decidiu interromper as negociações de títulos de dívida onshore a partir desta segunda-feira, 14, após estimar forte prejuízo no primeiro semestre. A imprensa local informou que pelo menos 11 papéis serão suspensos por um período indeterminado.
Investidores aguarda a ata do Fed e dados de varejo e indústria dos EUA, após o alívio com o CPI americano de julho e algum incômodo com o PPI na sexta-feira, que suscitou apostas de nova pausa em setembro e que o Federal Reserve poderá voltar a elevar os juros em novembro.
Na Argentina, a imprensa reportou nesta madrugada a surpresa com a liderança de Javier Milei, nas eleições primárias realizadas no domingo, mas também ressalta que a disputa segue em aberto. Nas palavras do La Nación, o desempenho do deputado ultraliberal provoca um “terremoto” no cenário político local. O diário destaca que, com mais de 97% das urnas apuradas nas prévias, conhecidas pela sigla PASO no país, Milei tinha 30,06% dos votos, a coalizão Juntos por el Cambio vinha em seguida, com 28,26%, e a Unión por la Patria, liderada pelo ministro da Economia, Sergio Massa, aparecia em terceiro, com 27,26%.
O Ministério da Economia argentino assegurou que o Banco Central está em condições de fazer face a eventuais tensões no mercado cambial hoje, embora não descarte turbulências nos próximos dias, segundo o jornal Ámbito. As eleições primárias argentina foram encerradas na noite de ontem com a participação de 69% dos mais de 35 milhões de eleitores aptos a votar, de acordo com a Câmara Nacional Eleitoral do país.
No Brasil
Os investidores vão olhar as projeções de inflação no boletim Focus, depois do IPCA benigno. Na sexta-feira, a abertura do IPCA de julho foi positiva, na esteira do comportamento da inflação subjacente e da difusão do índice, fatos que reacenderam as apostas de corte de 75 pontos-base da Selic já em setembro (aposta de 40% na curva de juros, contra 60% de 50 pontos, prometidos pelo Banco Central).
Na Bolsa, as preocupações com o setor imobiliário chinês podem ter impacto, mas ações da Petrobras ficam no foco diante do iminente anúncio de preços de combustíveis pela estatal e empresas de varejo devem ficar na expectativa por adoção de medidas de apoio ao setor, sinalizadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Estamos estudando”, afirmou Haddad ao Broadcast, mas não deu detalhes.
O início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, deve aliviar a atividade econômica no País nos próximos meses, apontou Haddad, em coletiva de imprensa na sexta-feira, 11, após lançamento do Novo PAC, no Rio.
Lideranças do Centrão apresentaram uma outra fatura ao governo para aprovar o arcabouço fiscal na Câmara: mais R$ 10 bilhões em emendas parlamentares. O Palácio do Planalto vê o fim de agosto como limite para o texto passar sem trazer grandes dores de cabeça à equipe econômica na formatação do Orçamento de 2024. O governo ainda espera a votação do projeto do CARF e da reforma tributária pelo Senado.
*Com informações da Agência Estado