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Mercados financeiros hoje: exterior adota cautela, Brasil foca em votações no Congresso

O Senado deve votar hoje mérito do projeto de lei que prorroga a desoneração da folha; relator da reforma tributária concederá coletiva para apresentar o seu parecer final

Foto do Senado em Brasília
O valor de R$ 198 bilhões fora do teto de gastos e por quanto tempo ele deve permanecer são os principais entraves para um acordo. Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

A quarta-feira (25/10) tem uma agenda econômica mais fraca e os mercados devem focar em balanços de empresas e bancos e no Congresso Nacional. O Senado pautou hoje a votação do mérito do projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e o relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga, concederá coletiva para apresentar o seu parecer final.

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Já a Câmara pode votar o projeto de lei (PL) dos fundos de alta renda (exclusivos e offshore). Declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e de Christine Lagarde, do Banco Central Europeu (BCE), são esperadas, mas não devem falar sobre política monetária devido ao período de silêncio antes da decisão de juros do BCE, amanhã, e do Fed, na próxima quarta-feira, 1º de novembro.

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No exterior, destaque para balanços corporativos

Os juros dos Treasuries longos voltam a subir, após um alívio ontem. O dólar também tem valorização frente moedas rivais, enquanto nos mercados de ações predominam perdas leves com investidores digerindo balanços de empresas e bancos divulgados na Europa e nos EUA e de olho no conflito geopolítico no Oriente Médio.

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Nos negócios do pré-mercado em Nova York, a ação da Alphabet tombava 6,8%, após a controladora do Google agradar em lucro, mas decepcionar em receita de computação em nuvem, enquanto a da Microsoft saltava 3,7%.

Na Europa, o banco Santander lucrou mais que o esperado e também superou a previsão de receita no 3º trimestre, mas o Deutsch Bank lucrou menos e o Lloyds ampliou lucro antes de impostos, porém, o resultado líquido decepcionou.

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O euro segue fraco ante o dólar em meio a perspectivas de manutenção de juros pelo BCE amanhã, após ganhar leve força mais cedo com a divulgação do índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha, que subiu mais do que o esperado em outubro, a 86,9.

Os investidores estão à espera ainda de resultados de Boeing, Meta e IBM, de um indicador de moradia americano, além de Powell e Lagarde, que não podem falar sobre política monetária. De todo modo, os dirigentes serão monitorados, principalmente Powell após dados de atividade americanos resilientes em setembro, que nutrem expectativas pela prévia do PIB dos EUA do terceiro trimestre, amanhã, e da inflação do PCE em setembro, na sexta-feira.

Investidores brasileiros de olho em medidas no Congresso

O tom de cautela em Nova York e a fraqueza do petróleo podem ser compensados na Bolsa local pela valorização de mais de 3% do minério de ferro em Dalian, na China, que apoiava ganho dos ADRs de Vale, de cerca de 1,30% no pré-mercado por volta das 7h15. Devem repercutir ainda balanços corporativos, como de Carrefour Brasil.

A elevação dos rendimentos de Treasuries mais longos e do dólar frente moedas rivais e várias emergentes ligadas a commodities pode pesar na curva de juro e no mercado de câmbio, apesar do otimismo com possível aprovação de medidas no Congresso.

Ontem, o Senado aprovou de forma simbólica um pedido de urgência para o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, e o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que a votação do mérito do texto será incluída na pauta do plenário nesta quarta-feira, 25/10.

Pacheco disse também que o senador Eduardo Braga (MDB-AM) deve ler hoje o relatório da Reforma Tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e que a proposta deve ser votada tanto na CCJ quanto no plenário em novembro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou ontem que, com o novo valor do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) acordado com sua pasta, acredita que o relatório da reforma tributária virá com a “robustez necessária” para ser aprovado daqui a 15 dias pelo Senado.

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