‘Prévia’ do PIB recua em novembro e marca 4ª queda mensal seguida
Baixa do IBC-Br veio acima do projetado pelo mercado e reflete uma economia com juros elevados. Estagnação dos serviços e retração de indústria e varejo puxaram o índice
O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,55% em novembro, na comparação com outubro. O índice foi divulgado nesta sexta-feira, 13/01.
O resultado do IBC-Br do penúltimo mês do ano passado ficou bem abaixo das estimativas do mercado que apontavam retração de 0,20%.
Novembro foi o quarto mês consecutivo sem crescimento do nível de atividade brasileira. O resultado, portanto, acende um alerta para um quarto trimestre de 2022 mais lento para a economia do país.
Na comparação com novembro de 2021, a prévia do PIB avançou 1,65%, segundo o BC. Em 12 meses, o IBC-Br subiu 3,15% e no acumulado do ano, elevação de 3,26%.
Cenário da economia
A desaceleração da economia brasileira em novembro foi puxada pela retração nos três principais setores. O varejo caiu 0,6%, a indústria encolheu 0,1% e os serviços – atividade que mais emprega no país – ficou estável, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A menor tração na atividade se soma a uma taxa de juros de 13,75% ao ano – maior patamar em seis anos e uma inflação que marcou 5,79% em 2022 – acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2022, o mercado financeiro estima uma alta de 3,03% para o PIB. Já para 2023, a expectativa é de um crescimento menor, de 0,78%. Os dados foram divulgados no início da semana pelo boletim Focus, do BC.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. No terceiro trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,4%, segundo o IBGE. O resultado oficial de 2022 será divulgado no dia 02 de março de 2023.
IBC-BR x PIB
O cálculo do Índice de Atividade Econômica e do Produto Interno Bruto são um pouco diferentes. O indicador do Banco Central incorpora as estimativas do setor de serviços, indústria, agropecuária, além dos impostos. Mas não considera o lado da demanda – que é incorporado ao cálculo do IBGE. A ótica da demanda inclui dados de consumo das famílias, do governo, investimentos, exportações e importações.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros.
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