Organizar as contas

Precisa de dinheiro extra? Esvazie as gavetas e venda itens usados

Ao se desfazer do que não tem mais uso, é possível fazer um dinheiro extra e ainda colaborar com a sustentabilidade do planeta

Gavetas, prateleiras, armários. Em qualquer direção que se olhe, surge algum item esquecido, ocupando espaço. Mas objetos sem uso podem servir como fonte de dinheiro extra. Até uma moeda de R$ 1, dependendo de quão rara for, pode ter seu valor multiplicado.

É o caso da edição especial cunhada na época das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Uma moeda de R$ 1 com o desenho de atletas paraolímpicos com próteses nas pernas chega a ter valores que variam de R$ 8 mil a R$ 20 mil (se for bifacial, ou seja, com a ilustração nos dois lados), segundo colecionadores.

Variedade de produtos para vender e fazer uma renda extra

Mas dá para ir além das moedas armazenadas no cofrinho e fazer outras buscas em casa para encontrar opções que tenham algum valor. Uma pesquisa em sites especializados na venda de itens de segunda mão mostra a variedade de mercadorias. Roupas, sapatos, bolsas, controle remoto de ar-condicionado, games e livros são apenas algumas das alternativas.

No site enjoei, a ideia é que os clientes usem a plataforma para vender roupas em bom estado, que não estão sendo usadas. “Dizemos que muita gente tem dinheiro parado no armário. O que recomendamos é esse olhar constante e essa educação de começar uma economia circular dentro da própria casa”, diz Mari Moraes, gerente de marketing. As categorias de produtos com mais saída são moda feminina e itens infantis.

Itens de segunda mão que podem encontrar um novo dono

  1. Moedas comemorativas
  2. Games e brinquedos antigos, preservados e na caixa
  3. Livros, vinis e CDs
  4. Calçados, roupas e acessórios
  5. Malas, bolsas e mochilas
  6. Bicicletas, esteiras e equipamentos esportivos
  7. Móveis e itens de decoração
  8. Eletrodomésticos e eletroeletrônicos
  9. Objetos de arte, como fotos de fotógrafos famosos ou gravuras
  10.  Joias e relógios

Além de usar as plataformas de compra e venda, é possível disponibilizar as mercadorias de segunda mão em brechós, sebos e em comunidades nas redes sociais voltadas a esse propósito. Há quem transforme a venda pontual de objetos usados em fonte de renda permanente, se dedicando ao garimpo de peças entre familiares, amigos e vizinhos para “engordar” as lojinhas virtuais.

Cuidados ao fazer negócios

Apesar de a venda de usados parecer simples, requer uma série de cuidados para que o vendedor consiga o melhor preço sem dor de cabeça na hora de receber pela transação. Veja algumas dicas:

  • Pesquise em sites de vendas, brechós e sebos o tipo de produto que pode ser negociado para ter uma ideia do que negociar.
  • Faça uma seleção dos itens que podem ser vendidos. Olhe caixas, gavetas, armários e sacolas, espalhadas por diferentes cômodos.
  • Certifique-se das condições de uso no caso de produtos eletrônicos, relógios, celulares. Confira se ainda contam com nota fiscal e se estão na garantia.
  • Capriche nas fotos e na descrição de produtos que serão vendidos em sites.
  • Sites mais confiáveis costumam ter filtros que identificam a oferta de produtos falsificados ou contrabandeados.
  • Cuidado com os dados disponibilizados em plataformas online; eles podem ser usados para aplicar golpes.
  • Escolha formas seguras de receber o pagamento do comprador.
  • Aproveite a iniciativa para mudar o hábito e evitar compras desnecessárias.  
  • Mantenha a disciplina ao investir o dinheiro extra.

O que fazer com o dinheiro extra?

Com o negócio fechado e o dinheiro em mãos, chega o momento de decidir o que fazer. Luciana Ikedo, especialista em finanças e autora do livro “Vida Financeira – Descomplicando, Economizando e Investindo”,

“Algumas vezes, quando se vende um objeto pessoal ou de casa, pode haver uma tendência a gastar com outras coisas da mesma categoria do objeto vendido, sem que haja de fato uma necessidade”, explica Luciana.

Ikedo orienta que o primeiro passo é que o dinheiro seja direcionado para a reserva de emergência. Apenas se ela já estiver constituída o consumidor pode guardar os recursos para outros objetivos.

+ Onde investir reserva de emergência: Tesouro, CDB, fundo, LCIs, conta remunerada ou ETF?

Tornar a renda extra um investimento é uma atitude desafiadora, diz Kelvin Saegussa, educador financeiro. “Quando o orçamento é volátil, sabemos que nem sempre você vai poder investir o que você gostaria, mas é importante se comprometer com um mínimo, para que você desenvolva esse hábito e possa ir aumentando as suas metas conforme a sua renda vá aumentando”, orienta.

Para Ikedo, guardar recursos para um objetivo pré-definido, como uma viagem, um curso ou um fundo para a aposentadoria, torna o processo mais fácil.

Onde investir a renda extra?

Mas quais são as possibilidades de investimento quando surge um dinheiro extra? Como a taxa Selic segue elevada (apesar da redução para 13,25% na última reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom), Luciana explica que a renda fixa segue sendo uma opção bastante interessante.

“Se o objetivo for de curto prazo, o investidor pode escolher um CDB prefixado ou o Tesouro Prefixado, casando o vencimento do título com a data da viagem e garantindo ainda uma taxa elevada mesmo com a perspectiva de queda da Selic”, afirma. A grande vantagem, segundo a educadora financeira, é que o investidor, no momento inicial, já saberá exatamente quanto terá na data de vencimento do título.

+ Queda da Selic: como ficam os meus investimentos?

Para Saegussa, se o plano de quem está se desfazendo de itens pessoais é ter dinheiro para um objetivo de curto ou médio prazo, é importante fazer um investimento que possa ser resgatado em pouco tempo.

“Não faz sentido investir em ativos de renda variável ou ainda ativos de renda fixa que não tenham liquidez para o cumprimento da sua compra. De todo modo, o mais importante é que você respeite o seu perfil de risco e, caso possível, procure apoio profissional para investir”, orienta o especialista.

Já para os projetos de médio e longo prazo, Luciana explica que é importante garantir que o recurso não perca o poder de compra ao longo do tempo e que tenha rentabilidade acima da inflação. Neste caso, diz a especialista, os títulos de renda fixa atrelados à inflação são atraentes.

A especialista em finanças destaca as oportunidades nos títulos do Tesouro Direto, como o Tesouro IPCA+ e dois novos títulos, o Renda +, que tem o objetivo de auxiliar o investidor no planejamento da aposentadoria, e o Educa +, que ajuda no planejamento da educação dos filhos.

O planeta agradece

Além de contribuir com o bolso, a iniciativa de vender o que não tem mais utilidade tem um impacto ambiental importante, pois ajuda a evitar o uso de recursos naturais para a produção de mercadorias novas.

Trata-se da economia circular, em que se coloca em prática a reutilização, restauração e renovação tanto na cadeia produtiva (por exemplo, com o reaproveitamento de resíduos que iriam para aterros sanitários) até o uso de sobras de tecidos e roupas na confecção de novas peças ou mesmo o fato de fazer um objeto chegar às mãos de um novo consumidor.

+ Minimalismo: a filosofia que pode melhorar sua relação com o dinheiro

“Essas iniciativas favorecem o meio ambiente e o próprio bolso. A economia circular é cada vez mais importante e destinar da melhor forma possível aquilo que não tem mais utilidade, assim como normalizar o ato de comprar objetos de segunda mão, favorece muito o próprio bolso e nos ajuda a nos mantermos no protagonismo da própria vida”, opina Luciana.

Sites para vender itens de segunda mão e ter um dinheiro extra

Amazon

Enjoei

OLX

Estante Virtual

Peguei Bode

Ficou Pequeno

Repassa

Troc

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