Objetivos financeiros

Planejamento 2024: vale mais a pena comprar ou alugar um carro?

Analistas apontam vantagens e desvantagens de cada estratégia para se ter um carro, e modelo “híbrido” surge como alternativa

A virada de ano é um momento propício para fazer novas metas e pensar em objetivos futuros. Para aqueles que pensam em ter um carro, entre tantas variáveis, há uma dúvida frequente: vale mais comprar ou alugar?

O fim de 2023 tem sido positivo para o mercado automobilístico brasileiro. Isso porque as duas opções mostram crescimento entre os que optam pelo meio de transporte. Dados recentes divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram um crescimento de 22,7% nas vendas de carros 0KM no mês de outubro, em comparação ao mesmo período de 2022. 

Já na modalidade aluguel de veículos por assinatura, um levantamento da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) revelou que a demanda por este serviço no país dobrou nos últimos três anos. Somente nos últimos 12 meses a expansão foi de 31,2%. 

Como quase tudo em finanças pessoais, a resposta é a mesma: depende. Mas, e para o seu caso, qual a melhor alternativa? Te ajudamos com a melhor decisão a seguir.

+ Onde investir para comprar um carro em dois anos

Como escolher entre compra ou aluguel de carro

Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, afirma que alguns fatores fazem total diferença nos cálculos para uma tomada de decisão entre comprar ou alugar um carro. 

“É preciso lembrar sempre que temos os custos implícitos e explícitos quando adquirimos um veículo. Explícito é, praticamente, o boleto, aquele que chega em casa com o valor certo da parcela para ser pago em troca de um produto ou serviço. Já os implícitos engloba, por exemplo, a desvalorização do bem. Juntamente com esses também temos o custo de oportunidade, que é o quanto você deixou de investir para comprar o veículo”, afirma. 

No longo prazo, Gonçalvez avalia que há pontos positivos na compra, pois o veículo se torna seu ativo e você tem a propriedade total, com a possibilidade de reduzir custos. “Você pode espalhar o custo ao longo dos anos e, após a quitação, dirigir seu carro sem precisar mais fazer pagamentos mensais, o que pode ser mais econômico. Com o tempo, à medida que você paga o financiamento, também acumula equidade no carro, fator benéfico quando você decidir vendê-lo ou trocá-lo por um novo”, avalia.

Contudo, ele ressalta aspectos negativos da compra, que incluem a desvalorização do bem, custos imediatos (como com seguros e reparos), além da manutenção e o IPVA

Para Gonçalvez, a grande vantagem do aluguel por assinatura é justamente esse menor compromisso financeiro com o veículo. A preocupação com a desvalorização do bem e custos com serviços de manutenção, embutidos em alguns contratos de aluguel, também são outras vantagens desta modalidade.

“O aluguel de carros normalmente envolve um contrato de arrendamento de curto prazo, geralmente de 2 a 4 anos. Isso significa que você não precisa permanecer com o mesmo veículo por um longo período, o que pode ser atraente para quem gosta de estar sempre atualizado”, explica o CEO da Box. 

+ Carro popular e Desenrola: veja como vão funcionar os programas do governo

Antes de comprar ou alugar, pense: pra que vou usar o carro?

Para um planejamento anual, Jonas Carvalho, sócio-fundador da Hike Capital, faz outra pontuação importante: as vantagens e desvantagens também dependem de como e para que o veículo será utilizado. 

“Normalmente, os contratos de aluguel por assinatura estipulam limites de quilometragem que o veículo pode rodar por mês. Isso não é muito interessante quando se tem pretensões de utilizar o bem para o lazer ou se locomover diariamente para o trabalho. Mas, se a profissão permite o trabalho remoto ou pequenas distâncias, e a pessoa não tem condições de financiar um veículo, essa opção passa a ser mais viável”, diz. 

Para Carvalho, no caso dos motoristas de aplicativo, maiores interessados em aliar veículo e trabalho, vale pesquisar as locadoras que oferecem condições especiais para a categoria. 

“Muitas empresas oferecem franquias de km adequadas a este público, em alguns casos até 3 vezes maiores que a média aplicada aos demais clientes. É interessante considerar todos os gastos e avaliar qual condição se encaixa melhor no bolso”, ressalta. 

Nem aluguel, nem compra ou os dois

Para quem ainda está em dúvida sobre qual decisão tomar, uma alternativa tem ganhado mercado. Atualmente, algumas locadoras já adotam um modelo “híbrido”, em que um contrato de locação por assinatura pode, no futuro, facilitar a compra daquele veículo. 

“Além de se programar para adquirir o bem, a pessoa pode conhecer melhor o veículo que deseja ao passar por um período mais longo de aluguel por assinatura. Tudo isso com a garantia de que parte do valor pago irá retornar como uma entrada na hora da compra”, afirma J.R. Caporal, CEO da Carflip. 

No caso da opção, primeiramente, o cliente escolhe um dos carros de seu interesse em uma rede de cerca de 100 concessionárias parceiras e realiza o contrato de aluguel por assinatura. 

Além da opção de compra a partir do sexto mês de uso, alguns desses programas ainda ofertam programa de cashback, com o desconto equivalente a uma porcentagem do valor pago ao longo do contrato.

Quer saber mais sobre educação financeira? Os conteúdos gratuitos do HUB de Educação Financeira da B3 podem ajudar!