Quer mudar de país? Saiba como preparar seu bolso para a mudança
Morar no exterior é o sonho de muitos brasileiros. Mas, como todas as escolhas da vida, requer um planejamento financeiro
Por Guilherme Naldis
Todos os anos, milhares de brasileiros deixam o país e apostam em uma nova vida no exterior. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, cerca de 4,4 milhões de pessoas já fizeram esta escolha. Parte desses brasileiros deixam o país como expatriados ou com uma proposta de trabalho formalizada. Outros, enquanto isso, saem do Brasil em busca de oportunidades e não têm planos previamente definidos. Seja qual for o motivo, planejar-se financeiramente é uma etapa crucial para o sucesso da empreitada.
Wagner Pontes, fundador da consultoria especializada em vistos imigratórios D4U, afirma que os brasileiros que almejam ter uma experiência no exterior precisam ter em mente que o primeiro passo é o planejamento.
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“Além disso, também é preciso entender se você pode ser elegível a pleitear um visto imigratório que garanta estabilidade e residência permanente, como o green card, no caso dos EUA”, explica o executivo.
O Itamaraty dá conta de que, até 2021, os EUA eram o país com o maior número de brasileiros emigrantes. Logo depois vem Portugal, e Reino Unido.
Antes de qualquer coisa: quanto custa um passaporte?
O passaporte é um documento fundamental para qualquer um que queria sair do Brasil – a visita, a trabalho ou para se fixar. O processo é relativamente simples, mas pode demorar de semanas a meses, dependendo da região e do período do ano em que o documento será emitido.
O procedimento tem uma taxa comum de R$ 257,25, mas casos de urgência e emergência podem elevar o valor para R$ 334,42.
Quanto custa um visto para os EUA e Europa?
Agências de emigração ouvidas pelo Bora Investir estimam que o visto de residência nos EUA valha, em média, U$ 200. O valor é cobrado em dólares e, portanto, vai variar conforme a cotação do real, um valor em constante atualização.
Todos os brasileiros que desejem passar pelo país precisam de um visto americano, seja para turismo, negócios, estudo, fazer escala de voo ou para morar.
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Agora, quando se cogita uma mudança para a Europa, as coisas mudam um pouco. As regras de emigração para os 50 países que compõem o bloco são mais ou menos homogêneas e, no geral, não é necessário tirar um visto caso sua viagem não ultrapasse 90 dias.
Para Portugal e Espanha, os destinos mais comuns para brasileiros, a taxa cobrada para emitir um visto de permanência nos países é de cerca de € 100.
Quanto preciso economizar para morar fora?
Certas cidades americanas são conhecidas por abrigarem muitos brasileiros, como Miami, na Flórida, e Houston, no Texas. Existem vários tipos de visto que estrangeiros podem obter para morar no país – de estudo, de trabalho, de visita, de investimento…
Pontes explica que o pleito imigratório para o emigrante em questão e mais três pessoas de sua família gira em torno de US$ 22 mil, incluindo as despesas com a assessoria imigratória e a aplicação do visto. Para uma pessoa que irá emigrar sozinha, o valor cai para cerca de US$ 19 mil.
Já quem quer morar na Europa precisa reservar um pouco mais. Apesar da situação econômica do continente preocupar, o interesse por imigração para lá se mantém constante.
Giancarlo Ostetto, gerente do escritório especializado em imigração europeia Lexidy, afirma que o interessado em se fixar no velho continente deverá se preparar para investir entre € 4,5 mil a € 5 mil para o requerente principal. Cada familiar, por sua vez, deverá ter consigo entre € 3 mil e € 3,5 mil.
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Além dos custos com o visto imigratório, o emigrante deve se preocupar também com todas as despesas que virão após a mudança efetiva de país, como locação ou compra de um imóvel, gastos com móveis e decoração, entre outros. O valor que a família irá precisar desembolsar pode variar bastante, pois é necessário avaliar alguns fatores, como o estilo de vida de todos.
“É importante avaliar se a pessoa vai adquirir, ao chegar, veículos para se locomover, se dão preferência a alimentação em casa ou em restaurantes, além de outros fatores que podem impactar financeiramente no médio e longo prazos. Mas todas elas são quantias que demandam um planejamento prévio”, destaca Pontes.
Ele recomenda que os emigrantes tenham uma reserva financeira equivalente a seis meses do custo de vida da pessoa ou da família, caso deseje emigrar com todos os integrantes. “É necessário atentar-se à região escolhida, já que os custos de vida são bastante diferentes”.
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