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5 motivos para a alta das bolsas globais, segundo a gestora Verde

No primeiro semestre, o índice Nasdaq registrou alta de 38,8%, enquanto o Eurostoxx valorizou 16%; e o S&P 500 subiu 15,9%. O mercado brasileiro registrou valorização de 9%

No semestre, os índices acionários, contra todas as expectativas, algumas até mesmo apontando recessão global, registraram alta. No período, o índice Nasdaq lidera o ranking, com alta de 38,8%, Eurostoxx, com valorização de 16%; e S&P 500, que subiu 15,9%.

O mercado brasileiro, em meio a esse cenário, também registrou valorização. No semestre, o Ibovespa subiu 7,9%, marcando seu melhor semestre desde 2019.

Mas o que explica essa exuberância dos mercados acionários, sem que para isso os BCs tenham diminuído os juros? Em carta a clientes divulgada nesta segunda-feira, 10/7, a equipe da Verde, casa de Luís Stuhlberger, elenca alguns motivos:

Lucratividade das empresas

A lucratividade das empresas tem se mostrado melhor que o temido, fruto de um bom controle de custos (especialmente no setor de tecnologia) e da resiliência do consumo na maioria dos mercados.

Economia americana

A economia americana se mostrou mais robusta do que o consenso imaginava, resultado de balanços bastante sólidos (empresas e famílias tomaram dívida a taxas baratas na época do juro zero).

Em outras palavras, a sensibilidade da economia a juros altos é menor do que imaginado.

Custos

A pressão de custos, tanto do lado da energia e outra commodities, quanto do lado do trabalho, tem arrefecido mais rápido do que temido.

Comportamento dos investidores

O posicionamento dos investidores era muito leve no começo do ano, criando pressão de compra relevante à medida que a volatilidade caiu e os mercados começaram a andar.

Inteligência artificial

Por último, mas certamente não menos importante, o segmento de inteligência artificial catalisou um otimismo importante, em especial em algumas das maiores empresas do mercado americano, empurrando os múltiplos para cima e criando um círculo virtuoso.

E agora?

Historicamente, movimentos de otimismo das bolsas são interrompidos ou porque o juro real alcança certo nível que torna o mercado frágil, como pôde ser visto no quarto trimestre de 2018 ou em 1987 e 2001; ou porque os fundamentos econômicos e de lucratividade das empresas contradizem fortemente a precificação do mercado, como verificado em 2007-2008 e 2001.

Mudanças de posição

O mercado de capitais – tanto em ações quanto em dívida – reabriu de maneira importante, trazendo oportunidades interessantes de alocação, na visão da gestora.

Diante desse cenário, a equipe da Verde suspeita que taxas de juro reais de mais de 2% nos Estados Unidos representam um nível suficientemente apertado para atrapalhar a performance dos ativos de risco, dados os preços atuais. Por isso, o fundo voltou a ter pequena exposição vendida em bolsa global.

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O fundo optou também por continuar com relevante alocação no mercado brasileiro. A posição comprada em inflação implícita no Brasil foi mantida. Os gestores estão tomados em juros na parte curta da curva, mas reduziram substancialmente a compra em inflação nos EUA, passando a estar aplicados no juro real lá, e tomados no Japão.

A posição em ouro foi mantida, e assim como a pequena alocação em petróleo. As posições em crédito high yield global e local também foram mantidas.

Cortes na Selic

Os sinais, segundo os gestores do fundo Verde, continuam apontando para um início de ciclo de corte de juros em agosto, com inflação cadente, reduzido nível de ruído político, e manutenção da meta de inflação em 3% para 2026.

É possível ver sinais de mudança de comportamento dos investidores na direção de ativos de maior risco. A equipe que assina o documento acredita que à medida que o juro cair tal fenômeno deve se intensificar.

Desempenho em junho

O fundo Verde teve em junho ganhos de 1,61%, acima do CDI, de 1,07%. No acumulado do ano, registra valorização de 4,91%, abaixo do CDI, em 6,5%.

O Verde ganhou nas posições em ações no Brasil, em operações de juros nos EUA e Europa, no livro de crédito e na posição de inflação implícita americana.

As perdas vieram do hedge em inflação implícita no Brasil, das posições de commodities, especialmente ouro, bolsa global e juros no Japão.

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