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É hora de começar a investir em ações?

Nos últimos 30 dias o principal índice da B3, o Ibovespa, registrou alta de 8,31% no período. É hora de aumentar o risco da carteira?

Celular com gráfico de ações: recompras aumentaram 22%, atingindo US$ 1,31 trilhão em 2022. Foto: Wance Paleri/ Unsplash
Celular com gráfico de ações: bom momento da bolsa deve continuar. Foto: Wance Paleri/ Unsplash

Nos últimos 30 dias os investidores puderam observar um verdadeiro rali na bolsa. O principal índice da B3, o Ibovespa, registrou alta de 8,31% no período e encerrou a sessão desta segunda-feira, 19/06, flertando com os 120 mil pontos.

O movimento é impulsionado por um otimismo dos investidores com a baixa da inflação, a revisão do PIB para cima e a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara. Essa conjuntura leva à crença praticamente consensual de que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá começar a reduzir a taxa básica de juros, a Selic, a partir de sua próxima reunião, em agosto. Na reunião de amanhã, é esperado que a taxa seja mantida.

Diante desse cenário, é hora de aumentar novamente a porção da carteira em renda variável, ou começar a investir em ações? Segundo analistas de corretoras e casas de análise, sim.

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Um relatório feito por analistas da Guide Investimentos aponta que o ciclo positivo para as ações ainda “está no começo”. “Apesar da alta recente, de 20% sobre a mínima histórica, ainda há espaço para altas. acreditamos que seja hora de migrar para a renda variável, incluindo ações e fundos imobiliários”.

Para Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Research, há bastante espaço para o investidor voltar para a renda variável. “Nosso posicionamento foi nunca sair desta classe de ativos, mas apenas ter uma grande posição de caixa em renda fixa. Contudo, nos últimos meses viemos reduzindo esse caixa. É isso que o investidor deve fazer a cada ciclo de mercado: não sair totalmente da renda fixa ou variável, apenas ajustar posições”.

Onde estão as oportunidades

Os resultados das empresas listadas na bolsa do segundo trimestre do ano foram positivos e geraram revisões nas estimativas de diversas empresas listadas. Contudo, excluindo as produtoras de commodities, como Vale e Petrobras, a relação preço/lucro continua perto das mínimas históricas, diz o analista da Guide, Fernando Siqueira.

As ações de empresas com baixa capitalização (small caps) historicamente têm desempenho melhor quando os juros estão em queda. Isso porque muitas são empresas de construção e de varejo, naturalmente mais sensíveis aos movimentos dos juros.

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As small caps também costumam ser mais arriscadas do que os papéis de grandes empresas e ter menor liquidez. Portanto, em momentos de crise, esses papéis tendem a sofrer mais com resgates. Mas, na virada do mercado, podem reagir mais rápido.

Por mais que a alta das small caps tenha sido forte (nos últimos 30 dias o índice que reúne as ações registra alta de 9,32%), o movimento ainda é pequeno quando comparado a eventos similares no passado, complementa Siqueira. Ou seja, ainda há, também, potencial de valorização desses papéis.

Empresas resilientes, com pouca dívida, mas margens altas, ficam em segundo plano agora. “São papéis que vão bem nas crises, mas em um ciclo positivo têm menor potencial de crescimento”, conclui Siqueira.

Momento exige cautela

Apesar de o início do ciclo de corte de juros ser praticamente um consenso, o investidor que deseja aumentar a fatia de renda variável da carteira deve estar consciente de que ainda pairam incertezas no cenário macroeconômico, especialmente no campo fiscal e também no exterior.

O arcabouço fiscal será votado pelo Senado nesta semana e ainda pode sofrer alterações na Casa. Lá fora, apesar do Fed, o BC americano, ter interrompido o ciclo de aperto dos juros na semana passada, a autoridade monetária não descartou novas altas dos juros.

Segundo Lopes, da Nord, os últimos ciclos de cortes da Selic apontam que alguns movimentos da bolsa podem levar um tempo maior. “Cortar um pouco talvez não seja suficiente. O investidor pode começar a se posicionar nesta classe de ativos, mas não é garantia de que haverá uma alta rápida do mercado. Se o BC disser que irá manter os juros, o mercado pode corrigir o movimento”.

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Para quem deseja se expor agora a ações, o indicado é diversificar e simplificar o investimento. A recomendação é buscar uma carteira recomendada de ações ou um fundo de investimento no qual a estratégia do gestor seja aderente ao perfil de risco e objetivos financeiros.

Para investir em small caps com menor risco e mais diversificação, é possível ainda optar por fundos que replicam o índice SMLL, que reúne estes papéis, como o SMAL11.

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