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Mercado volta a reduzir expectativas de inflação para 2023, aponta Focus

Nova desaceleração nas projeções levou IPCA para 4,95%, ainda acima do teto da meta. Nesta terça, IBGE divulga a inflação de junho, que deve vir negativa

Mercado; Moedas e calculadora no celular. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O relatório Focus é publicado todas as segundas-feiras e lista as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Pela oitava semana consecutiva, o mercado financeiro reduziu as expectativas de inflação para 2023. A expectativa de alta dos preços passou de 4,98% para 4,95% para o final do ano. É o que aponta o boletim Focus, no Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, 10/07.

Desde o início do ano, a estimativa de inflação já desacelerou de 5,42% (início do ciclo) para os atuais 4,95%. Mesmo assim, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) segue acima do teto da meta perseguida pelo BC, o valor de 4,75%. A meta é de 3,25% e pode oscilar até 1,5 ponto percentual para cima.

No fim do mês passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou um ajuste no sistema de metas de inflação. Pelo novo modelo, a partir de 2025 o atingimento da meta terá um horizonte de cumprimento mais flexível (meta de inflação contínua), e não mais o ciclo janeiro-dezembro.

Nesta terça-feira, 11/07, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar o resultado do IPCA de junho. Os analistas esperam uma deflação entre 0,10% e 0,20%, ainda reflexo da redução dos preços da gasolina.

Para 2024, a projeção do mercado financeiro para o IPCA foi mantida em 3,92%. Para 2025, também ficou estável em 3,60%. Importante lembrar que o Comitê de Política Monetária (Copom) está de olho nessa redução do IPCA em prazos mais longos.

Apesar das estimativas estarem abaixo de 4%, elas seguem superiores à meta perseguida pelo Banco Central, que é de 3% para os dois anos. A meta será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

O Focus é publicado às segundas-feiras. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor corrigir ou confirmar estratégias.

Selic deve fechar o ano em 12%

O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros no fim de 2023 em 12%. Atualmente, a Selic está 13,75%, o maior patamar em seis anos e meio.

Na semana passada, o Senado aprovou a indicação do governo para dois novos diretores do Banco Central. Gabriel Galípolo (ex-secretário do Ministério da Fazenda), assume a diretoria de Política Monetária e Ailton de Aquino Santos vai para a de Fiscalização.

Para o fim de 2024, a estimativa para a Selic ficou estável em 9,5% ao ano; e em 9% em 2025.

Economia deve crescer 2,19% em 2023

Os economistas do mercado financeiro mantiveram no patamar da semana passada, as estimativas para o crescimento da economia brasileira em 2023.

Pelas projeções, o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar para 2,19%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país num determinado período.

A melhora na perspectiva para a atividade econômica acontece após o forte avanço de 1,9% no PIB brasileiro. O resultado foi puxado pela agropecuária, que avançou 21,6% no período: a maior alta desde o quarto trimestre de 1996.

Para 2024, a previsão de crescimento do PIB se manteve em 1,28%. Para 2025, caiu de 1,81% para 1,80%.

Dólar

A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 ficou estável em R$ 5. Para 2024, reduziu de R$ 5,08 para R$ 5,06 entre uma semana e outra. Para 2025, também houve desaceleração de R$ 5,17 para R$ 5,15.

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