Renda variável

Dicionário do investidor da Bolsa de Valores: termos essenciais

Aprenda conceitos usados por quem investe no curtíssimo e também no longo prazo

O investimento em ações, especialmente em operações de compra e venda de um ativo no mesmo dia, o day trade, tem atraído cada vez mais interessados. Esses estreantes sentem a necessidade não apenas de aprender os detalhes de cada transação, como também de conhecer a linguagem do mercado. Assim como em outros setores, muitos termos usados no pregão fogem do comum e são difíceis de entender. Por isso, seguem abaixo algumas expressões e seu significado no mercado.

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Confira os termos por ordem alfabética:

Alocação da Carteira

São “alocados na carteira” os ativos que formarão o portfólio, de acordo com o perfil do investidor. Uma carteira pode ser alocada, por exemplo, com ativos de renda variável ou de juros futuros.

Análise Técnica

análise técnica é uma das metodologias utilizadas por investidores mais experientes, a fim de estudar o comportamento passado dos papéis e, com isso, traçar projeções futuras sobre o sobe e desce das ações listadas, por meio de gráficos. Ela é muito usada para investimentos de curto prazo, pois tem o princípio de que os preços oscilam por meio de padrões históricos. Para os analistas técnicos, a interpretação destes padrões pode levar ao melhor momento de comprar ou vender um ativo.

Análise Fundamentalista

análise fundamentalista, diferentemente da análise técnica, é utilizada para investimentos pensados no longo prazo. Trata-se de um estudo sobre a companhia listada, suas características de gestão, seu grau de governança, os investimentos em inovação, a avaliação das suas finanças, o setor onde ela está inserida, o cenário macroeconômico e tantos outros fatores para explicar o comportamento de um determinado ativo.

O analista fundamentalista busca identificar potenciais momentos de alta para esses papéis, a fim de vendê-los por um preço maior do que foram adquiridos no passado.

Ativos (em inglês “assets”)

No mercado de capitais, esse termo é usado para nomear ativos que podem ser controlados por uma pessoa ou empresa. Eles são encontrados na forma de valores, créditos, direitos, títulos e bens. Exemplos de assets que são usados em investimentos: ações, ETFs (fundos de índice), debêntures, imóveis, cotas defundos como os FIIs (fundos imobiliários), contratos futuros (CDI ou CDB) entre outros.

Ajuste diário

É a verificação, realizada pela B3, dos lucros e prejuízos que cada investidor do mercado de futuros gerou ao fim daquele pregão, com base no preço de fechamento dos ativos. Apuradas as perdas e os ganhos dos contratos no fim do dia, os valores negociados poderão ser creditados ou debitados diretamente na conta dos participantes, no dia útil seguinte.

Alavancagem

Operação que permite assumir posições maiores, com pouco capital próprio investido. Quem opera de forma “alavancada” normalmente está tomando um risco maior, pois – por usar um capital de terceiro -, numa eventual perda, o prejuízo é maior que todo o capital investido.

Arbitrador

São investidores que compram e vendem no mercado à vista, realizando, concomitantemente, operações nos mercados derivativos. Essas negociações envolvem posicionamento com vencimentos futuros diferentes, sempre visando aproveitar o diferencial de preços distorcidos.

Arbitragem

É o nome das operações executadas pelo arbitrador, ou seja, as negociações que combinam o mercado à vista com o mercado derivativo, com diferentes vencimentos, numa mesma transação, com objetivo de tomar vantagem das diferenças de preços ou taxas estabelecidas entre elas. Arbitrar é fazer a operação de arbitragem.

Ativo-objeto

Ativo sobre o qual são negociados o contrato futuro ou as opções. Pode ser visto como ativo subjacente.

Bear Market

Ao se deparar com este termo, o investidor precisa saber que o mercado está em tendência de queda. Isso porque bear – que, em português, significa urso – faz alusão à forma de atacar deste animal, que captura suas presas com uma patada de cima para baixo.

Blue Chip

Blue Chip é uma ação de grande liquidez, ou seja, com alto índice de negociação na Bolsa de Valores. Normalmente, essa expressão se refere a empresas tradicionais, de grande porte e com boa reputação.

Bull Market

Esse termo traz referência às tendências de alta, pela forma em que o touro ataca suas vítimas – por meio de uma chifrada vinda de baixo para cima.

Buy and Hold

Estratégia de selecionar ações de excelentes empresas, comprá-las na bolsa e mantê-las por um longo tempo na carteira, independentemente das oscilações.

Canal de Tendência

Este termo é utilizado pelos analistas técnicos a fim de definir, por meio dos gráficos de ações, as projeções sobre o futuro da ação. Os tecnicistas observam as características da reta formada por duas altas ou duas mínimas, comparando-a com uma outra linha de referência, para saber se o ativo tem perspectiva de alta ou queda.

Candlestick

Termo usado para definir um tipo de gráfico usado na análise técnica que mostra, simultaneamente, as cotações de abertura e de fechamento e as máximas e mínimas de uma ação.

Circuit Breaker

Trata-se de um mecanismo que as Bolsas de Valores dispõem para interromper imediatamente o pregão toda vez que os índices atingirem uma queda pré-determinada. No caso da B3, ocorre quando o Ibovespa tem uma queda de 10% em relação ao fechamento do pregão anterior. Nesse caso, as negociações são paralisadas por 15 minutos. Caso a queda alcance 15%, a paralisação do Ibovespa será de uma hora.

Clearing

Do inglês “clear”, essa expressão no mercado de capitais significa “compensação”. Trata-se de um departamento existente em algumas Bolsas de Valores, a B3, por exemplo, para fazer a liquidação das operações realizadas em seu pregão. A clearing permite que essas Bolsas atuem como contraparte central, na medida que assumem o risco de compensação das operações, garantindo o pleno funcionamento do mercado. Graças ao funcionamento das clearings, quem vendeu irá sempre receber o dinheiro, e quem comprou irá ter o seu ativo.

Commodities

Plural em inglês de commodity, o termo se refere a mercadorias que desfrutam características semelhantes em mercados de países ou regiões bastante diferentes. É o caso dos grãos e metais negociados na Bolsa, nos mercados à vista ou de futuros.

Contraparte Central

É um serviço para garantir que todas as operações realizadas serão compensadas (pagas) aos investidores envolvidos, sejam eles vendedores ou compradores. A B3 possui esse tipo de estrutura, assumindo o risco de crédito para que a liquidação dos ativos negociados no pregão aconteça.

Custódia

Serviço de guarda de títulos e valores prestados aos investidores. Quando se diz que um ativo está custodiado significa que ele é mantido por uma instituição financeira terceira, em nome do seu titular, no caso, as corretoras de valores mobiliários.

Day Trade

Tratam-se das operações de compra e venda que começam e terminam no mesmo dia.

Derivativos

Os derivativos são ativos financeiros cujo valor resulta (deriva) do valor de outro ativo financeiro ou mercadoria negociada no mercado à vista. Esses instrumentos financeiros são usados na montagem de estratégias protetivas ou de alavancagem.

Emolumento

No mercado de ações, refere-se à taxa paga à Bolsa de Valores em negócios de compra e venda realizados em suas instalações, e não inclui custos com liquidação e custódia das ações.

Fechamento de posição

Encerrar ou zerar uma posição, a qualquer tempo, é realizar uma operação inversa. Por exemplo, uma posição compradora é fechada quando a venda do mesmo contrato acontece.

Hedge

Hedge é uma estratégia financeira realizada nos mercados derivativos para tentar administrar o risco. Por exemplo: o ato de tomar uma posição em outro mercado (futuro, por exemplo) oposta à posição no mercado à vista, para minimizar o risco de perdas financeiras, caso ocorra uma alteração de preços contrária ao que você esperava.

Intraday

O intraday é o período que vai da abertura até o fechamento do pregão. Quando um trader negocia e fecha as operações no mesmo dia, há uma operação intraday.

Leilão

Os leilões de ativos acontecem todos os dias no pregão da B3 – 15 minutos antes da abertura do pregão e 5 minutos antes do fechamento. Nesse período, o sistema da Bolsa apenas aceita o registro de ofertas de compra e ofertas de venda, mas não registra o negócio, de fato. Isso serve para definir o potencial preço de abertura (ou fechamento) de um determinado ativo, sendo considerado aquele com maior quantidade de ofertas e demandas semelhantes.

Mesmo que o investidor participe do leilão, por exemplo, tal transação só será efetivada se as duas pontas ofertantes formalizarem a operação durante o funcionamento “normal” do pregão.

Liquidez

Refere-se à capacidade de negociação de um título e à facilidade ou não de convertê-lo em dinheiro. Isto é, quanto mais rápido um ativo for adquirido, mais liquidez ele possui.

Margem de garantia

Exigida de todos os clientes que mantêm posições de risco na B3, bem como em operações de balcão (swaps e opções flexíveis), e serve para a administração dos limites de risco intradiário.

Manipulação de mercado

Trata-se de uma atitude enganosa para o controle artificial do mercado, com o objetivo de inflacionar ou deflacionar drasticamente o preço daquele ativo, com a intenção explicitamente pessoal.

Mercado à vista

Mercado onde as compras ou vendas imediata de um ativo real ou financeiro têm liquidação física e financeira no mesmo momento da negociação.

Mercado de balcão

Neste mercado, negociam-se títulos e valores mobiliários, sem um local físico definido para a realização das negociações. Elas são realizadas por telefone entre os participantes. Além disso, o mercado de balcão organizado é administrado por instituições auto reguladoras cadastradas e supervisionadas pela CVM.

Mercado de balcão não organizado

Mercado de títulos e valores mobiliários cujos negócios não são supervisionados por entidade autorreguladora.

Ordem casada

Acontece quando o momento de executar uma ordem depende do resultado de uma outra negociação. Por exemplo: um investidor programa uma ordem de venda de um ativo a R$ 110, ao mesmo tempo que registra uma ordem de compra a R$ 100.

Vale ressaltar que o trader pode determinar qual das operações deverá ser executada em primeiro lugar. Neste caso, a compra por R$ 100 antecede a venda por R$ 110.

Ordem discricionária

Essa é a ordem que o dono do ativo delega a um profissional qualificado para operar sua carteira de ações, ou – simplesmente – o ato de terceirizar a operação de day trade para um alguém.

Ordem limitada

Aquela a ser executada somente ao preço igual ou melhor que aquele especificado pelo cliente.

Ordem a mercado

Aquela que especifica somente a quantidade e as características dos ativos, devendo ser executada a partir do momento em que for recebida.

Ordem monitorada

Aquela em que o cliente, em tempo real, decide e determina à corretora as condições de execução.

Ordem “stop”

A ordem stop ocorre de forma automática, quando um ativo atinge um preço mínimo em que o trader pretender ganhar com aquela ação.

Ou seja, define-se anteriormente um valor de desvalorização para que as negociações sejam encerradas.

Preço spot

O preço spot é utilizado na negociação de commodities e mercadorias. É, em sua essência, a cotação desses ativos no mercado de curto prazo, com preços à vista e de produtos com pronta entrega.

Put (opção de venda)

A opção de venda, conhecida como put, serve, em suma, como proteção de carteira ao trader. Ou seja, obter um put dá ao investidor o direito de vender a ação por um preço estabelecido até a data de vencimento da opção.

Prêmio

O preço de negociação do ativo numa operação de opção de compra ou de venda.

Risco sistêmico

Também conhecido como risco de mercado, o termo se refere às situações que impactam outros ativos em cadeia, a ponto de afetar toda a economia de um setor, até mesmo de um país. Um exemplo clássico de risco sistêmico aconteceu na crise do subprime em 2008, quando o escândalo de títulos sem lastro financeiro de algumas instituições contaminou todo o mercado de capitais mundo afora.

Short Squeeze

O short squeeze é uma ferramenta utilizada pelos investidores quando o preço de um determinado ativo sobe repentinamente. Quando isso acontece, o trader que está vendido em uma ação alugada é obrigado a vender seu ativo e recomprá-lo para cobrir a posição inicial.

Slippage

Quem é trader há algum tempo, certamente, já passou por um momento de slippage. Em sua tradução livre, o termo significa “derrapagem”, e ocorre quando há uma diferença entre o preço esperado de uma compra ou venda, mas o valor em que a operação é executada acabou sendo bem distante ao que se imaginava.

Split (desdobramento)

É um procedimento que visa aumentar a circulação das ações de uma empresa sem que haja influência no capital social ou do valor de mercado da companhia. Ou seja, ela não emite mais papéis, apenas aumenta a quantidade de ações em circulação.

Spread

O spread é a diferença entre o preço que o ativo foi comprado e o valor que ele está sendo vendido. Ao trazer o termo para o mercado futuro de commodities, ele se refere à diferença das cotações entre os meses de vencimento dos contratos.

Swap

Em termos gerais, são acordos de troca de rendimentos gerados por dois ativos diferentes. Nessa modalidade de negociação, as partes trocam um índice de rentabilidade por outro, com o intuito de fazer hedge, casar posições ativas com posições passivas, equalizar preços, arbitrar mercados ou até alavancar sua exposição ao risco. Os tipos mais convencionais de swaps são acordos de troca de juros pagos por títulos diferentes ou títulos denominados em moedas diferentes.

Stop Loss

Numa tradução livre, significa “interromper ou parar a perda”. É uma operação que consiste em uma ordem automática, a partir de critérios definidos anteriormente pelo investidor, com o objetivo principal de diminuir perdas.

Volatilidade histórica

Trata-se de um desvio no padrão do movimento de preço de um determinado ativo. A volatilidade histórica é expressa em percentual e calculada para curtos períodos, a partir do retorno observado historicamente.