7 fatos e frases da primeira semana de julho que resumem a economia e o mercado
Reforma tributária foi o destaque da semana, que ainda teve sabatina de novos diretores do BC, fim do programa de carros com desconto, nova rede social da Meta e renda fixa digital
Em uma semana histórica para a economia brasileira, a Câmara dos Deputados aprovou a primeira grande modificação no sistema de impostos do país em 58 anos. A Reforma Tributária segue agora para o Senado, onde as discussões devem durar até o fim do ano.
A unificação de cinco impostos por apenas dois sobre bens e serviços foi recebida com otimismo por economistas. No entanto, a criação de exceções e regimes especiais para alguns setores preocupa.
No Senado, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino foram aprovados como novos diretores do Banco Central. No governo, o fim do programa de descontos para carros populares.
No cenário internacional, a ata do Federal Reserve trouxe a indicação de mais aumentos de juros para segurar a inflação. Teve ainda a nova rede social da Meta de Zuckerberg, o Threads, que promete desbancar o Twitter de Musk.
Nas finanças, o melhor primeiro semestre da Bolsa do Brasil (B3) em quatro anos, os riscos de cair no cheque especial e a renda fixa digital.
Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:
1) “A REFORMA TRIBUTÁRIA É DOS BRASILEIROS QUE PRECISAM DE MAIS EMPREGO, DE MAIS RENDA E MENOS IMPOSTOS”. (Arthur Lira PP-AL, presidente da Câmara dos Deputados)
Após uma semana de intensas negociações, a Reforma Tributária foi aprovada em dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados.
As discussões em busca de uma simplificação nos impostos durou 35 anos e trouxe o sistema chamado de IVA Dual. Um imposto único que será gerenciado pela União – chamado de CBS – e outro com gestão compartilhada entre estados e municípios, o IBS. Um glossário feito pelo ‘Estadão’ ajuda a entender todas essas siglas.
A importância das mudanças é inquestionável. Simplificar e facilitar a cobrança de impostos no país é fundamental para melhorar o desempenho da economia. Segundo um estudo do IPEA, a reforma tributária pode fazer o Produto Interno Bruto do país crescer 2,39% até 2032, em relação ao cenário sem nenhuma reforma.
O projeto aprovado isenta de impostos alguns produtos da cesta básica, uma fase de transição, cashback de impostos para baixa renda, novas tributações sobre renda e herança, setores com alíquota reduzida e zero.
Em discurso enfático, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) definiu a votação como um “momento histórico para o país”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que Lira teve um papel de “grande liderança” na aprovação.
O presidente Lula comemorou nas redes sociais. “Foi um momento histórico e uma grande vitória para o país”.
O projeto foi bem recebido por empresários e economistas por conta da simplificação trazida pela unificação de impostos. Entretanto o aumento das exceções preocupa.
2) “NÃO CABE A NENHUM ECONOMISTA, POR MAIS EXCELÊNCIA QUE ELE TENHA, IMPOR O QUE ELE ENTENDE SER O DESTINO ECONÔMICO DO PAÍS À REVELIA DA VONTADE DEMOCRÁTICA”. (Gabriel Galípolo, futuro diretor de Política Monetária do Banco Central)
A semana de noticiário econômico cheio também teve a aprovação de Gabriel Galípolo (ex-secretário do Ministério da Fazenda) e Ailton de Aquino Santos (servidor de carreira) para diretorias do Banco Central.
Os dois foram indicados pelo presidente Lula, respectivamente, para os cargos de diretor de Política Monetária e de Fiscalização do BC.
Antes de serem aprovados em plenário, os Galípolo e Aquino passaram por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Na sabatina, Gabriel Galípolo disse que não cabe a um economista ‘impor o destino’ de um país. Já Aquino, que trabalha no BC há 25 anos, defendeu a valorização dos funcionários do BC. Ele será o primeiro negro a ser diretor na instituição.
Em meio as mudanças no Banco Central, o B3 Bora Investir explicou os tons da política monetária. ‘Hawkish’, que indicam uma direção de mais controle da inflação e ‘Dovish’, que são atitudes mais amenas quanto ao aumento dos preços.
3) TERMINA PROGRAMA DE DESCONTOS PARA COMPRA DE CARROS POPULARES
Um mês após o seu anúncio, terminou na semana que passou o programa de descontos para carros populares. Segundo o governo, 125 mil veículos foram vendidos. Os descontos foram de R$ 2 mil a R$ 8 mil para carros de pequeno porte, com valor total de até R$ 120 mil.
Importante pontuar que a iniciativa continua para compra de caminhões, ônibus e vans. O ministro Haddad afirmou que não há mais espaço nas contas públicas para uma nova rodada.
Ao todo, foram liberados R$ 650 milhões dos R$ 800 milhões previstos em descontos para essa modalidade. Os R$ 150 milhões restantes serão usados para compensar a perda de arrecadação em impostos.
O programa impulsionou as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus que cresceram 7,39% em junho na comparação com maio, somando 189.528 unidades. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Pela lado das montadoras, apesar do programa, as paralisações no mês passado derrubaram a produção de veículos no país. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em maio, a produção chegou a 228 mil veículos, contra 189 mil no mês passado.
4) EUA: “AUMENTOS ADICIONAIS DOS JUROS DURANTE 2023 SERIAM APROPRIADOS”. (trecho da ata do Federal Reserve)
No cenário externo, os membros do Federal Reserve (Fed) voltaram a sinalizar que novos aumentos na taxa básica de juros dos Estados Unidos são necessários diante do mercado de trabalho ainda resiliente e poucos sinais de que a inflação está desacelerando em direção à meta de 2%.
Os dados de empregos divulgados na semana passada também apontam para uma tendência de mais um aperto monetário. Isso apesar da economia dos EUA ter criado 209 mil empregos em junho – abaixo do esperado pelos analistas, de abertura de 240 mil postos de trabalho.
O cenário de alta de juros levou a diferença (spread) entre as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano de dois e dez anos a atingir o maior nível desde 1981. Segundo os analistas, agora é o momento é de precificação de taxas altas por mais tempo.
5) THREADS (MARK ZUCKERBERG) X TWITTER (ELON MUSK)
No mercado de tecnologia, a lançamento do ‘Threads’, nova rede social de Mark Zuckerberg, mexeu com os ânimos dos internautas e reacendeu as disputas entre o CEO da Meta e Elon Musk, dono do Twitter.
Em apenas dois dias, o Threads bateu os 30 milhões de usuários e mais de 90 milhões de reações em 24 horas. Pelo lado dos investidores, as ações avançaram mais de 3%. Pelo lado de Zuckerberg, a sua conta bancária ficou US$ 61 bilhões mais gorda.
O Threads já está disponível no Brasil e em mais de 100 países. O aplicativo permite que usuários publiquem textos curtos e participem de conversas públicas. Os posts podem ter até 500 caracteres, além de links, fotos e vídeos de até 5 minutos.
O sucesso da rede já é tanto que muitos famosos já chegaram a 1 milhão de seguidores no aplicativo. Entre eles Juliette, Anitta, Virginia e Ronaldinho Gaúcho. No entanto, alguns usuários têm relatado que o Twitter tem mais recursos que o Threads.
6) B3 CONVIDA: CRISTINA BETTS, DO IGUATEMI
O B3 Convida recebeu Cristina Betts, a executiva que lidera o grupo Iguatemi, que atua no planejamento, desenvolvimento e administração de shopping centers há 44 anos.
Além de destacar o pioneirismo da questão de gênero, coube a ela manter a excelência nos serviços prestados – que é a prioridade da companhia. “O luxo se traduz em uma boa experiência: uma experiência diferenciada”, afirmou.
Na conversa com a B3, Cristina também relembrou quando a companhia fez a abertura da capital, IPO, na Bolsa do Brasil. Segundo ela, o EBITDA subiu de R$ 69 milhões para mais de R$ 800 milhões.
“Já temos 16 shoppings, e naquela época tínhamos oito. Realmente, é um crescimento incrível. Em 16 anos, o Iguatemi se tornou outra companhia”.
7) FINANÇAS: IBOVESPA BOMBANDO, RISCOS DO CHEQUE ESPECIAL E CONSÓRCIO DE VIAGENS
Nas finanças, o B3 Bora Investir mostrou que o Ibovespa teve o melhor 1° semestre desde 2019. O índice valorizou 7,61% até sexta-feira da última semana de junho, segundo levantamento do TradeMap.
Pelo lado da renda fixa, explicamos como funciona essa classe de ativos apenas no digital. Chamada de renda fixa digital, ela funciona igual ao do mercado tradicional: o investidor adquire o título e recebe, no futuro, o valor com juros. Porém, são tokenizados, ou seja, registrados na blockchain, ao invés de serem oferecidos por uma securitizadora.
Na organização das contas, mostramos os riscos do cheque especial, ensinamos se os consórcios de viagens valem a pena e explicamos quais impostos precisam ser pagos para quem recebeu uma herança.
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