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Indicador mostra perda de fôlego dos Serviços no Brasil; nos EUA índice do setor avança

Após quase dois anos, índice que mede a confiança do setor recuou no país. Nos Estados Unidos, maiores gastos com serviços puxam o resultado para o positivo.

Funcionários trabalham em empresa de telemarketing
O setor de serviços é um dos que mais gera postos de trabalho no mundo. Foto: Divulgação/Atento

O Brasil e os Estados Unidos divulgaram nesta sexta-feira, 03/03, os indicadores mensais que medem a atividade econômica no setor privado – os chamados índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês). Os números orientam os investidores sobre as tendências para a economia dos países. Quando o PMI fica acima de 50 pontos indica que há expansão na atividade, caso contrário, retração.

Em fevereiro, o PMI brasileiro do setor de serviços recuou para 49,8, vindo de 50,7 em janeiro, segundo a S&P Global. O resultado levou o índice para o território contracionista pela primeira vez em quase dois anos – diante da queda na demanda impactada pela inflação ainda em patamares elevados.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — ficou em 5,63% nos 12 meses terminados em fevereiro. O resultado segue bem acima da meta de 3,25% e do teto da meta (4,75%) definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A diretora associada econômica da S&P Global, Pollyanna de Lima, afirmou que a contração no índice veio diante da demanda fraca e da preocupação de algumas empresas com os cenários econômico e político do país.

“Depois de ver as taxas de crescimento reduzirem a cada mês desde as eleições presidenciais, o setor de serviços do Brasil entrou em contração em fevereiro. Os participantes da pesquisa observaram uma maior relutância entre os clientes na solicitação de serviços devido à incerteza futura”, disse em nota.

Na quarta-feira, 01/03, o PMI do setor industrial brasileiro registrou uma melhora no índice de 47,5 para 49,2 entre janeiro e fevereiro. No entanto, ainda permaneceu no campo de contração pelo quarto mês consecutivo.

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Com esses resultados, o número consolidado do Brasil – que reúne serviços e indústria – recuou de 49,9 no primeiro mês de 2023 para 49,7 em fevereiro.

“A economia do setor privado do Brasil permaneceu em território de contração [abaixo de 50 pontos]. (…) Houve quedas consecutivas no índice de novos pedidos feitos a empresas do setor privado. Embora superficial, o ritmo de contração foi o mais rápido em 22 meses. As taxas de redução foram, em geral, semelhantes entre as empresas do setor industrial e suas contrapartes de serviços”, afirmou o relatório da S&P Global.

Estados Unidos: retomada da produção acelera inflação

Nos Estados Unidos, o PMI composto – que inclui indústria e serviços – subiu de 46,8 em janeiro para 50,1 em fevereiro. O resultado – que veio acima do esperado pelos analistas – mostra uma retomada da expansão, após sete meses de queda.

Os dados foram positivos também para o setor de serviços, com alta de 46,8 em janeiro para 50,6 em fevereiro – primeiro avanço em oito meses.

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O economista-chefe da S&P Global, Chris Williamson, afirmou que a retomada foi liderada por um maior gasto com serviços pelos consumidores, além da melhora na atividade do setor de tecnologia.

“Esse quadro fez subir a expectativa das empresas de aumento nos preços – o que reacelerou a taxa de inflação de bens e serviços para o maior nível desde outubro do ano passado. Assim as companhias tiveram um maior sucesso em repassar o aumento do custo de produção para os clientes.”

Confiança sobe na zona do Euro

O índice de gerente de compras consolidado da zona do Euro avançou forte para 52 em fevereiro, de 50,3 no mês anterior. É o maior patamar em oito meses. O resultado veio acima das expectativas dos analistas do mercado.

Para o setor de serviços também houve crescimento da confiança – de 50,8% em janeiro para 52,7 no mês seguinte. Para o economista-chefe da S&P Global, os números mostram uma inflação já no pico e o risco de recessão em queda.

“Há sinais claros de que a confiança dos negócios se recuperou do nível mais baixo visto no final do ano passado, impulsionado por menos preocupações com o mercado de energia e sinais de que a inflação atingiu o pico e os riscos de recessão diminuíram”, apontou Chris Williamson, em relatório.

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