Herança: como fazer um planejamento sucessório de bens e investimentos
Processo só acontece com o inventário, documento que dá acesso às posses de um falecido
Quando se fala em herança, logo vem à mente as grandes fortunas passadas de geração em geração. Mas patrimônios pequenos também são transmitidos a descendentes e, o mais importante, é saber os conceitos básicos desse planejamento sucessório.
Confira a seguir alguns dos pontos principais.
O que é o inventário?
O inventário é o processo por meio do qual se faz uma listagem dos bens de uma pessoa falecida. O documento é indispensável, pois, sem ele, o acesso dos herdeiros aos bens do falecido é praticamente impossibilitado.
Os herdeiros também devem estar preparados para os custos do inventário, que pode chegar a 30% do valor de todos os bens listados.
Importante lembrar também que há o inventário judicial e extrajudicial. O primeiro é para casos em que existem herdeiros menores de idade, quando há um inventário e/ou os herdeiros não entraram em acordo sobre a divisão dos bens. Já o segundo é feito em cartório, quando os herdeiros são maiores de idade e entraram em acordo quanto à divisão de bens.
O que entra no inventário?
São listados no inventário todos os bens de um pessoa, como imóveis, carros e valores em contas bancárias. Também entram no documentos os investimentos que uma pessoa tenha feito ao longo da vida, como títulos de renda fixa e recursos aportados em ações e fundos.
Segundo a educadora e consultora financeira Carol Stange, há um tipo de investimento que passa por um processo diferente.
“A previdência privada não precisa passar por inventário para que os herdeiros recebam o benefício. Além disso, tem a vantagem de ser possível nomear qualquer pessoa como beneficiária, não necessariamente alguém da família”, explica Stange.
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Por que é importante fazer o planejamento sucessório?
Organizar o processo de herança, ou planejamento sucessório, como é chamada numa linguagem mais técnica, é fundamental para o bem-estar financeiro de uma família.
“A herança é um mecanismo de proteção patrimonial. Por exemplo, um matrimônio em que a divisão de bens não é bem acordada pode ameaçar o patrimônio reunido por uma família. Por outro lado, se os herdeiros não estiverem bem preparados, podem não saber administrar os bens recebidos e acabar até perdendo-os. Por isso, educação financeira é indispensável e, se começar na infância, é melhor ainda”, observa Stange.
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Por fim, a herança ainda pode ser vista como um recurso de distribuição de riquezas, pensando num caso em que o patriarca ou a matriarca de uma família acumulou bens e, ao fim da vida, distribuiu-os aos herdeiros.
É preciso planejar o inevitável
Infelizmente, conversar sobre dinheiro ainda é tabu para muitas pessoas, e quando esse assunto envolve também o falecimento de um ente querido, torna-se um tema ainda mais delicado. Mas é impossível fugir dessa situação – e o melhor a fazer é planejar o inevitável.
“A minha recomendação é que todos que tenham dependentes organizem um documento com relação de imóveis, terrenos, carros e todos outros bens. Também devem entrar nessa lista contas bancárias e nomes de gerentes que podem prestar auxílio. Essa organização facilita a composição de um inventário”, recomenda Stange.
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