Confira 5 vantagens de investir em BDRs de ETFs
Facilidade de acessar um grande número de empresas no mercado internacional, custo menor e menos burocracia estão entre os diferenciais
Investidores que miram o exterior com o objetivo de diversificar seus portfólios têm, entre as opções, os BDRs de ETFs – ou Brazilian Depositary Receipts de Exchange Traded Funds.
Os BDRs de ETFs são ativos de renda variável negociados no Brasil que acompanham os ETFs emitidos no mercado internacional. Ao comprar o BDR de ETF, o investidor adquire de forma indireta a cota de um ETF negociado no exterior.
Rodrigo B. Samaia, co-head da mesa Private da EQI, aponta que a principal e grande vantagem dos ETFs, sejam BDRs ou não, é a diversificação. Ou seja, a possibilidade de se expor a uma carteira de ativos sem a concentração a riscos específicos de um único ativo, mesmo para quem tem um portfólio pequeno.
Além disso, o investidor pode acessar esses ativos diretamente pela B3. “É uma mão na roda para muito brasileiros que ainda estão engatinhando para fazer seus primeiros investimentos fora dos bancos tradicionais e serve até para fundos que, por regulamentação, só podem acessar ativos negociados no Brasil”, diz Samaia.
Para entender melhor as siglas:
BDR: sigla para Brazilian Depositary Receipts. São certificados (ou recibos) de ações de empresas estrangeiras, negociados no Brasil. Ou seja, são papéis negociados na B3, mas que são lastreados e representam um ativo negociado em uma bolsa estrangeira. Os ganhos podem vir por meio da valorização do ativo original, distribuição de dividendos, ou ainda da alta do dólar em relação ao real. Isso porque a cotação dos BDRs é na moeda local.
ETF: São fundos de investimentos cujas cotas são negociadas na bolsa, assim como as ações. Normalmente, um ETF é composto por diversos ativos. Então, ao adquirir um BDR, o investidor compra um pedaço de uma carteira diversificada de ativos, em um único papel. Há ETFs atrelados a índices, como o Ibovespa B3, ou ao IMA-B, de renda fixa, por exemplo.
BDR de ETF – São BDRs lastreados em ETFs negociados no exterior. Assim, possibilitam o acesso direto a ativos internacionais, mas têm sua negociação feita na B3. Os BDRs de ETF podem ser adquiridos diretamente por corretoras locais, como qualquer outra ação brasileira negociada na B3.
Garantias para o investidor
Segundo Samaia, os BDRs de ETFs representam investimentos reais que estão em outros países. Há uma empresa (a instituição depositária) que garante que para cada BDR vendida aqui, existe um ETF original guardado no exterior.
Celso Pereira, diretor de Investimentos da Nomad, aponta outros diferenciais da classe de ativos.
1) Acesso a diversas empresas com um único ativo, já que os ETFs geralmente investem em centenas ou mesmo milhares de ativos ao mesmo tempo.
2) Rebalanceamento automático segundo os percentuais do índice de referência. Ou seja, o fundo reequilibra-se automaticamente sem que o investidor tenha de fazer movimentações.
3) Benefício fiscal da compensação de perdas e ganhos entre os diversos ativos do ETF, enquanto o cliente não pode, no geral, fazer essas compensações ao adquirir os ativos isoladamente no exterior.
4) Menores custos transacionais, pois os grandes ETFs negociam condições melhores de negociação de ativos, na qualidade de investidores institucionais (em comparação a clientes de varejo que pagam custos transacionais mais altos, no geral).
5) Facilidade ao remeter recursos ao exterior, reduzindo a burocracia.
Pontos de atenção
Pereira sugere cuidado na hora de pesquisar os custos do ativo. O mercado hoje apresenta muita variação, apesar de muitas plataformas oferecerem operações a custo zero. No entanto, o especialista explica que, no Brasil, os BDRs de ETFs são produtos recentes e que ainda não contam com grande liquidez.
“Essa é uma forte desvantagem dos BDRs de ETFs. O cliente pode acabar resgatando o BDR de ETF por um preço menor do que o valor patrimonial da cota em razão da baixa liquidez”, destaca o diretor a Nomad.
Outro ponto de atenção é entender o perfil de risco e os objetivos com o investimento. Como exemplifica Pereira, se o perfil do investidor for extremamente conservador ou o objetivo é resgatar o recurso em seis meses, BDRs de ETFs de ações não são a melhor classe de ativo. Isso porque a volatilidade pode fazer com que o investidor tenha de vender o papel abaixo do preço que pagou por ele.
O passo seguinte, orienta Pereira, é comparar os seguintes aspectos: (a) tese de investimento do BDR de ETF, (b) resultado histórico de longo prazo (pelo menos 5 anos) do ETF alvo, (c ) taxa de administração do ETF alvo, (d) liquidez (número de negócios diários e volume financeiro do BDR no Brasil) e (e) tamanho e reputação da gestora que oferta o ETF.
Pouca influência local
Já que o investimento em BDRs de ETFs está atrelado ao exterior, o desempenho do ativo está desconectado do mercado nacional? Não necessariamente. O executivo da Nomad lembra que os BDRs de ETFs geralmente não apresentam proteção cambial (hedge cambial).
“Como o cenário do mercado nacional impacta diretamente a taxa de câmbio, podemos dizer que, medido em reais, o cenário local impacta a valorização dos BDRs de ETFs”, afirma Pereira.
Por outro lado, segundo o especialista da Nomad, os BDRs de ETFs permitem acessar classes de ativos no exterior, cuja performance não depende do cenário nacional. Como a economia brasileira é somente 2,5% da economia global, analisa, existe um mundo de oportunidades lá fora que independem da economia nacional.
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