O que são fundos de renda fixa e como investir neles?
Entenda tudo sobre os fundos de renda fixa e como eles podem ajudar na sua estratégia financeira
Por Guilherme Naldis
Os fundos de renda fixa têm rendimentos previsíveis, oscilações baixas e um alto nível de segurança, assim como a modalidade de investimento.
Entre as aplicações que podem fazer parte deste tipo de fundo estão títulos bancários, como CDBs, títulos públicos (emitidos pelo Tesouro Direto) e títulos de dívida de empresas, a exemplo de debêntures, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs.
Ou seja, estes fundos permitem investir em vários produtos de renda fixa a partir de uma única aplicação. Por isso, são considerados opções de baixo risco e indicados para quem deseja diversificar seus investimentos. Por isso, costumam ser indicados para investidores iniciantes, diz Carlos Castro, CEO da SuperRico.
“Os fundos de renda fixa são indicados para todos os perfis de investidores porque toda carteira precisa ter uma parte de seus investimentos na renda fixa”, diz. A proporção do tipo de investimento vai variar conforme o conhecimento de mercado e disponibilidade para, eventualmente, arcar com prejuízos, explica o especialista.
Como funcionam os fundos de renda fixa?
O que o fundo terá dentro de sua carteira vai depender do gestor que gerencia as aplicações com base em uma estratégia combinada com os cotistas.
O gestor é um profissional escolhido pela instituição financeira que oferece a aplicação para administrá-la, o que dá uma camada adicional de segurança à escolha. É o gestor que realiza os aportes conforme a política do fundo, o cenário atual do mercado e, claro, o preço do ativo e sua rentabilidade prevista.
Quando um investidor decide investir em um fundo, de qualquer natureza, ele compra uma parte da aplicação, chamada de cota. O dinheiro das cotas, somados, formam o patrimônio do fundo. É com base nele que o gestor vai escolher onde aplicar ou resgatar suas posições.
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Os rendimentos dos fundos de renda fixa estão ligados ao desempenho das aplicações da carteira. Muitas vezes essas remunerações estão atreladas à Selic ou à inflação. Para acompanhar o desempenho do investimento, o cotista deve acompanhar os relatórios e informes divulgados pelos administradores do fundo.
Estes documentos informarão quais são as novas apostas da aplicação e quais investimentos deixaram de ser atrativos, na visão do gestor. Também constam nesses documentos, é claro, os resultados do fundo. Dessa maneira, o investidor será capaz de avaliar o que está sendo feito com o seu dinheiro e checar se vale a pena, ou não, deixá-lo lá.
Quais os tipos de fundos de renda fixa?
A composição do fundo, bem como seu prazo e objetivos, vão classificá-lo segundo critérios da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Todos possuem, no mínimo, 80% do seu patrimônio aplicado na renda fixa. Na maior parte dos casos, o porcentual é ainda maior. O restante se aplica em derivativos normalmente.
As principais subdivisões dos fundos de renda fixa são:
Simples
Focados no investidor iniciante, este tipo de fundo não pode alocar recursos em títulos da dívida pública de outros países ou dívida de empresas do exterior, a fim de poupar o cotista de variações abruptas.
Via de regra, seus objetivos e prazos são de curta duração. A CVM estabelece que 95% da sua carteira seja formada por títulos brasileiros de baixo risco, tanto públicos como privados
Curto prazo
Neste fundo, os vencimentos são limitados a 365 dias, e o vencimento dos títulos da carteira não pode ultrapassar 60 dias.
Apesar de registrarem risco tão baixo quanto os fundos de renda fixa simples, o gestor tem maior liberdade para escolher as aplicações, como títulos prefixados.
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Longo prazo
Os títulos que formam a carteira de um fundo de renda fixa de longo prazo têm vencimento maior do que um ano.
São permitidas aplicações em títulos privados e públicos, pós e pré-fixados. Apesar da menor segurança, o investimento pode gerar mais rentabilidade do que nas duas categorias anteriores.
Referenciados
Como o nome sugere, um fundo de renda fixa referenciado vai acompanhar o desempenho de algum índice de referência, como a taxa de Depósitos Interbancários (DI); a inflação oficial do país, medida pelo IPCA; ou a taxa básica de juros, a Selic.
Por isso, 95% dos aportes do fundo devem ser feitos em ativos que acompanhem o índice. A CVM também exige que 80% da composição da carteira tenha baixo risco.
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Dívida externa
Os títulos da dívida externa do país são o foco deste tipo de fundo. Do total de sua carteira, 95% deve ser aplicado em títulos globais.
Crédito privado
Este fundo é o mais arriscado da modalidade. Os fundos de crédito privado são mais flexíveis e, com isso, mais rentáveis do que todos os outros. Ao menos metade de sua carteira deve ser composta por debêntures, títulos bancários e FIDCs.
Como escolher um fundo de renda fixa?
Os fundos de renda fixa não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Por isso, é preciso escolher uma carteira gerida por uma instituição respeitada no mercado, que ofereça segurança.
Também é importante conhecer as opções disponíveis no mercado e avaliar qual é a mais adequada aos seus objetivos financeiros. Sabendo disso, vale analisar o histórico de rentabilidade do fundo, além de sua tributação.
O que são e como funcionam os Fundos de Investimento em Participações (FIP)
Fundos de investimento de renda, fixa, ações e multimercado cobram taxas de administração e de performance. Os cotistas pagam a taxa de administração anualmente, que serve para pagar o gestor e manter a estrutura administrativa da aplicação. Ela está presente em todos os fundos, mas seu valor percentual varia conforme a modalidade de investimento e gestor.
Já a taxa de performance está presente em alguns fundos e incide sobre a rentabilidade da carteira caso ela supere o índice de referência. O porcentual varia conforme a gestora escolhida.
Quem pode investir em fundos de renda fixa?
“Todo investidor precisa ter um colchão de segurança que só a renda fixa oferece“, afirma Paula Bazzo, planejadora financeira da Planejar.
“Os fundos de renda fixa podem variar conforme a estratégia do investidor, já que eles podem ter maior ou menor exposição a risco e títulos com prazos diferentes. Cada objetivo financeiro terá um produto mais adequado tanto em termos de rentabilidade, como estabilidade e liquidez”, diz a planejadora.
Normalmente, um investidor investe aos poucos para se proteger da inflação e obter ganhos com a renda fixa. O risco da perda se dilui na diversificação, visto que os fundos englobam vários destes ativos. Portanto, a chance de ter prejuízo se torna ainda menor do que a aplicação em um determinado título.
Bazzo diz que este fator é um dos principais destaques dos fundos de renda fixa para investidores iniciantes, além do fato de que os recursos estarão sob a gestão de uma pessoa capacitada.
Já Castro, da SuperRico, menciona que, por outro lado, a cobrança de taxas de administração e performance podem abocanhar uma parte do rendimento do investidor nestes fundos.
“Alguns rendimentos são atreladas à Selic, por exemplo. E, a depender da situação dos juros, a correlação entre rentabilidade e taxas cobradas pode valer a pena”, explica o gestor. Hoje, a taxa básica de juros do Brasil está em 13,75%.
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Castro, da SuperRico, aponta que fundos de renda fixa dão acesso a títulos que o investidor pode não conseguir comprar de forma individual: “Alguns títulos são caros e, se você fosse comprá-los diretamente, atrapalharia sua estratégia de diversificação”.
Passo a passo para investir em fundos de renda fixa
Para investir em fundos de renda fixa é preciso ter uma conta em uma corretora de investimentos que ofereça estas aplicações. Existem muitas por aí e, aqui no Bora Investir, ensinamos como escolher a melhor corretora para você.
Depois, basta pesquisar fundos de renda fixa no aplicativo da instituição financeira. Depois de escolher a alternativa desejada, basta selecionar o fundo que melhor se adeque à sua estratégia financeira e ao seu apetite a risco.
Também é importante saber mais sobre o gestor da carteira, já que o profissional será responsável por gerir todos os recurso dos cotistas.
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