Criptoativos

Futuro das criptomoedas: quais as expectativas para 2023

Axel Blikstad, acredita em mais estabilidade no futuro das criptomoedas, apesar das incertezas do cenário macroeconômico. Saiba mais!

O mercado de ativos digitais sofreu em 2022 o que os especialistas chamam de ‘inverno cripto’. No acumulado do ano, o Bitcoin (BTC) – criptomoeda mais conhecida e negociada do planeta – desabou mais de 60%, da faixa dos US$ 50 mil para US$ 16 mil. A Ethereum (ETH) foi pelo mesmo caminho – menos 70% em um ano – de US$ 3,7 mil para US$ 1,1 mil – os dados são do CoinDesk.

A queda nas cotações vem na esteira dos temores de recessão nos Estados Unidos – que tem impactado o mercado de renda variável ao redor do mundo. Além disso, os ruídos envolvendo empresas do setor de criptoativos também seguem no radar. Nesse cenário, o que esperar do futuro das criptoedas? Entenda aqui!

O que esperar do futuro das criptomoedas?

Para 2023, o sócio da gestora BLP Crypto – responsável pelo primeiro fundo de Bitcoin do Brasil, Axel Blikstad, acredita em um ano melhor, mais estável, para as criptomoedas – apesar do cenário macroeconômico ainda incerto.

A entrada de novas empresas confiáveis no mundo das moedas virtuais e as discussões sobre um ambiente mais regulado pesam sobre a recuperação desse mercado.

“Vai ser devagar, mas temos visto a vinda de novos players na parte de custódia. A parte regulatória também vai evoluir. Acredito que no começo do próximo ano ou no primeiro semestre, o mercado começa a se animar com os ativos. Eu espero que possa acontecer algo muito parecido com 2019.

Naquele ano, quem realmente acreditava na tecnologia – e não só em ganhar dinheiro no curto prazo – ficou no mundo das criptomoedas”, afirma Axel.

+ Como investir em cripto pela bolsa? Guia prático

Futuro das criptomoedas: novas regras do setor

No fim de 2022, após sete anos em tramitação, o Congresso Nacional aprovou o Marco Regulatório dos Criptoativos. A lei formaliza na legislação brasileira o mercado de moedas digitais ao estabelecer algumas regras para o funcionamento da atividade. Para o sócio da BLP Crypto, a discussão também deve avançar em outros países. Sobre o Brasil, ainda falta resolver a questão da regulamentação.

“No Brasil vão ter dois reguladores que são muito competentes: o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários – a CVM. Para os Estados Unidos, acho que tem uma grande chance dessa regulação evoluir em 2023. Acredito que isso tende a acalmar o mercado no tempo, junto com a questão da normalização dos juros”.

O especialista explica ainda que as criptomoedas funcionam em ciclos de altas e baixas após acontecer o chamado ‘halving’ do Bitcoin. O ‘halving’ é um evento quadrienal no qual a recompensa dos mineradores do BTC é reduzida pela metade. Há também o corte de 50% da oferta de novas unidades da moeda.

Segundo Axel Blikstad, em 2012, 2016 e 2020 – anos em que esse evento ocorreu – o Bitcoin avançou, mas depois entrou em um ciclo de queda.

“O mercado de criptomoedas vem apresentando ciclos de quatro anos. O último foi em 2018, após a euforia de 2017. Se esse ciclo de quatro anos for mantido, pode ser que a gente esteja no final do ‘Cripto Winter’ [inverno cripto]. Será um ano que o mercado e as pessoas voltam a construir o ecossistema com novas e boas empresas entrando no mercado, o que pode acalmá-lo”, conclui.

Atualizações das moedas digitais

Em 2022, o Ethereum teve um upgrade na sua capacidade de processar transações. O avanço ficou conhecido como ‘Merge’. Já o Bitcoin fez a ‘Taro’ – atualização que permitiu a criação e transação de tokens na sua rede.

O ano de 2023 também deve ser marcado por atualizações nas plataformas. Assim, o Ethereum deve fazer alterações para deixar a sua rede com mais força para suportar o aumento das transações e armazenar mais dados.

Dicas para os investidores em 2023 – aproveite o futuro das criptomoedas

O sócio da BLP Crypto, Axel Blikstad, fez uma lista com dicas para os investidores que querem entrar nesse mercado em 2023, confira:

  1. Seja muito diligente a onde você vai comprar seus ativos – não adquira os seus criptoativos em qualquer corretora;
  2. Antes de comprar estude o que você vai adquirir, fique confortável, entenda o que está fazendo e não use alavancagem – técnica para multiplicar a rentabilidade através de endividamento;
  3. Aprenda a fazer custódia fria, ou seja, custódia em uma carteira que não depende de um terceiro e está desconectadas da internet; e
  4. Seja dono das suas chaves privadas para não ter nenhuma surpresa. “Se você está fazendo a custódia para você mesmo, você não vai ter dor de cabeça”.

Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.