Mercado

Ibovespa cede após dados negativos de inflação no Brasil e nos EUA

O principal índice da Bolsa de Valores Brasileira (B3) teve queda de 1,66%, aos 105.798 pontos

O Ibovespa, principal índice da Bolsa do Brasil (B3), encerrou o pregão desta sexta-feira, 24/02, em queda de 1,66%, aos 105.798 pontos. Durante toda a sessão, o indicador se manteve no campo das perdas. O volume de negociações foi de R$ 18,9 bilhões

Papéis domésticos acompanharam o movimento de aversão ao risco observado em todo o mundo. O movimento decorre da divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, que se mostrou maior do que as estimativas do mercado. A taxa subiu 0,6% entre dezembro e janeiro, segundo o Departamento de Comércio do país. Anualmente, a alta é de 5,4%. 

Veja a composição da carteira do Ibovespa B3, que tem 88 papéis

Os dados preocupam investidores ao passo que sinalizam ao Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que será necessário manter o ritmo de alta de juros por mais tempo para conter a escalada dos preços. O movimento de aperto monetário pode ser perigoso, na visão de alguns agentes do mercado, já que pode desencadear uma recessão.

Por aqui, o IPCA-15 também frustrou as expectativas do Mercado e demonstrou alta de 0,76% da inflação. Nos últimos 12 meses, o acúmulo foi de 5,63%, muito acima da meta de inflação e de sua banda superior. Igualmente, o dado preocupa à medida que demonstra que o ciclo rígido do Bacen não deve acabar tão cedo. 

Ruídos políticos

As perdas foram lideradas pela Petrobras, que sofre com novos rumores de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) vive um embate com a ala política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a reoneração dos combustíveis. 

Entenda as mudanças na Petrobras e o impacto das desonerações

A medida retomaria a cobrança de uma série de impostos sobre gasolina, álcool e diesel, que foram cortados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. A equipe econômica luta para restituir esta fonte de arrecadação, enquanto conselheiros petistas aconselham Lula a barrá-la de modo a evitar desgaste na sua popularidade. 

Mercado externo

O dólar teve alta consistente, de 1,23% e cotação a R$ 5,19, acompanhando a tendência internacional. Novamente,a  explicação está nos dados da inflação americana que indicam continuidade nas elevações da taxa de juro terminal e, portanto, valorização da divisa do país. 

Os principais índices de Wall Street reagiram mal à inflação acima do esperado. O índice Dow Jones caminha para a quarta semana consecutiva de perdas, e registrou queda de 1,49%. Já o Nasdaq cedeu 2,17%, e o S&P, 1,70%.

O barril de petróleo variou positivamente. Os contratos futuros para abril da commodity do tipo Brent, usado como referência internacional, se valorizaram 1,16%, e fecharam a semana valendo US$ 83,16 por barril. Já os mesmos contratos do tipo WTI avançaram 1,23%, aos US$ 76,32 por barril. O comportamento dos contratos mais líquidos se deve à possibilidade de que a Rússia restrinja ainda mais sua oferta de óleo para acirrar os preços do mercado internacional.

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