Os 3 pilares da intimidade financeira que um casal deve ter, segundo Ana Zucato, da Noh
Falar sobre dinheiro não deve ser empecilho nem motivo de fracasso na vida de casal
Todo relacionamento exige do casal boas conversas para alinhar expectativas e desejos. E essa realidade não pode ser diferente quando o tema é dinheiro. Mas infelizmente ela não é uma cultura do brasileiro.
Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção de Crédito (SPC) e o Banco Central, revelou que 66% dos casais dizem não conversar sobre dinheiro. Outros 21% só tocam no assunto quando a situação das finanças não está boa.
De acordo com Ana Zucato, CEO da fintech Noh, uma carteira digital para casais, essa falta de comunicação sobre o assunto é um dos principais motivos dos relacionamentos falharem.
Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 57% dos divórcios da última década no Brasil foram motivados por problemas financeiros.
“O mundo financeiro é muito individual, por uma questão muito simples e prática, que é infraestrutura e fraude. Só que na prática, quando se está em um relacionamento, vocês vão fazer muitas coisas juntos. Seja morar, casar, ter filhos, animais, jantares, contas, tudo que envolve dinheiro”, aponta ela.
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3 pilares para um casal ter intimidade financeira
Pensando nesta problemática, Zucato afirma que ao estudar casais para seu trabalho com a Noh, reconheceu 3 pilares que precisam estar na vida de um casal. “São três áreas necessárias para o casal ter o que eu chamo de intimidade financeira”.
1 – Saber fatos
Segundo a CEO, o primeiro passo para o casal é saber quanto cada um ganha, que dia que cai o salário, quanto de patrimônio cada um tem. Assim como, se há dívidas, se há empréstimos ou se um dos dois está com nome no Serasa. São essas informações necessárias de ser compartilhadas.
2 – Histórico
O segundo ponto é entender o que está acontecendo no atual momento da vida do casal. “Quanto de dinheiro eu tenho comprometido? Que contas eu pago e o que eu compro? Será que eu tenho alguma coisa parcelada?”, afirma ela. É entender como está andando a vida de cada um e dos dois juntos.
3 – Combinados
Por fim, o terceiro pilar é o que como casal vamos combinar. Nessa etapa da conversa, entra se vão ter filhos, quanto cada um consegue pagar de aluguel, o que terão em conjunto. Tudo isso são combinados que surgem a partir do momento que você está como casal.
“É muito claro, que se existe um problema em um desses três pontos, e em resumo, se vocês não falam sobre dinheiro, é difícil o relacionamento dar certo”, alerta Ana Zucato.
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Como lidar com diferenças financeiras
Ana ainda ressalta que a diferença financeira, quando é conversada, baseada na sinceridade e nos pilares ditos anteriormente, não deve ser grande questão.
“Se o casal está aberto, fala sobre o dinheiro e já tem uma organização, o resto, entre muitas aspas, acaba não importando tanto. Se eu amo essa pessoa não importa o que ela ganha, não me importa se ela tá desempregada, às vezes eu banco. É na pobreza e na riqueza”, afirma ela.
“O casal precisa saber conversar sobre, porque se isso não acontece, se não tem intimidade financeira, vai ter muito problema. O conselho é: abram uma cerveja, peguem um papel, definam esses três pilares. Falem sobre dinheiro”, completa.
Percepção do problema e ideia da Noh
A CEO diz que teve dois momentos em que percebeu como lidar com dinheiro no relacionamento é complicado. O primeiro ao observar o relacionamento dos pais e o segundo quando foi morar com o atual marido.
“Estava tudo às mil maravilhas, até que chegou o primeiro boleto e eu me perguntei como faríamos aquilo. Então, fui pesquisar para saber qual era a melhor maneira de fazer em casal e foi quando tive a ideia da Noh”, lembra. “Nós sabíamos nossos fatos, a gente sabia mais ou menos quanto tinha que pagar e já tínhamos nossos combinados. Faltava a ferramenta”.
Criada em 2021, a fintech Noh é uma carteira digital compartilhada que possibilita juntar o saldo financeiro de um casal e automatizar a divisão de qualquer pagamento. “O que eu mais via era as pessoas fazendo Excel, grupo de WhatsApp mandando recibo para o marido. Quando a gente casa, decide ficar junto, não é para ficar pagando boleto até o dia que eu morrer”, diz ela.
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