Renda fixa

Ciclo de queda da Selic: quais as perspectivas para a renda fixa em 2024?

Investimentos em renda fixa são afetados diretamente pela taxa Selic, está em ritmo de baixa, e deve seguir em 2024

Viver de renda. Foto: Pixabay
Para viver de renda o planejamento e a disciplina do investidor são fatores cruciais no êxito do processo. Foto: Pixabay

O ano de 2023 termina com mais uma redução, a quarta seguida, da taxa Selic, a 11,75%. E, a expectativa é que o ciclo de baixa continue em 2024, o que impacta diretamente nos investimentos como um todo, especialmente os de renda fixa.

Segundo o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, a projeção do mercado é que a taxa básica de juros termine em 9,25% ao ano em 2024. Com isso, pode haver uma certa dúvida dos investidores em relação aos ativos de renda fixa.

De acordo com o professor Marcos Milan, da FIA Business School, o recente ciclo de baixa da Selic deixou muitos investidores, acostumados com rentabilidade de 2 dígitos ao ano, com o radar ligado. Para ele, a resposta de como fica a categoria com a queda da taxa de juros é simples.

“Fica como está! Mesmo com a queda da taxa Selic existem excelentes opções de ativos de renda fixa que devem ser consideradas no momento de investir”, diz. Ainda ressalta a lembrança de que, mesmo com as recentes diminuições, o patamar dos juros continua alto. A taxa era de 2% em 2020, antes do ciclo de alta que culminou em 13,75% até setembro deste ano.

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Ativos em destaque  na renda fixa

De acordo com Milan, o próprio Tesouro Selic (LFT) deve continuar como o queridinho dos consultores de investimento e planejadores financeiros quando o assunto é formação de reserva de emergência. Isso mesmo excluindo os efeitos da inflação e do imposto de renda.

Ele ainda destaca que para médio/longo prazo, o investidor deve ficar atento às oportunidades em ativos pré-fixados. Isso porque, ao investir em um ativo com rentabilidade já estabelecida, ele se protege do viés de queda da taxa básica de juros.

“Ativos de longo prazo indexados à inflação também tendem a ser uma boa opção para aquela estratégia que considera uma baixa necessidade de liquidez. Isso porque, pela lógica econômica, uma redução da taxa básica de juros pode impulsionar o aumento de crédito (dinheiro) no mercado e, por consequência, da inflação”, afirma.

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Títulos bancários e privados

André Alirio, analista da Nova Futura, aponta que se confirmada a tendência de queda em 2024, outros investimentos, como títulos bancários (CDBs, LCI e LCA), também tendem a ter taxas interessantes.

“Embora tenham um nível de risco maior do que o título público, eles contam com garantia do FGC. Quanto mais longo um CDB, LCI, ou LCA em IPCA+ mais interessante atrativo ele pode ser”, comenta.

Alirio também relembra a atratividade de ativos como debêntures, CRIs e CRAs, que normalmente contam com isenção de IR. 

“Tem que avaliar a característica e qualidade de risco do emissor. Mas, também fica cada dia mais interessante aplicar ou aumentar um pouco a exposição nesse tipo de investimento”.

Alertas e cuidados

O professor da FIA Business School alerta para que os investidores não entrem em histeria ou efeito manada em relação ao ciclo de baixa e a renda fixa. 

“Quando o investidor movimenta seu dinheiro a partir de uma única informação (queda da Selic), ele corre o risco de ter sua carteira desalinhada de sua estratégia, além de perder eficiência tributária”.

Já o analista da Nova Futura ressalta que o investidor, acima de tudo, tem que estar atento ao seu perfil de risco. Assim como à sua estratégia de composição de carteira de um modo geral. 

“Não precisa, e é até inadequado, apostar 100% em queda de juros e realocar seus investimentos. É indicado que um percentual um pouco maior possa ser diversificado nessa direção”, aponta.

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