7 fatos ou frases que resumem o mercado financeiro na última semana
Juros no Brasil e EUA foram o foco da última semana, que também teve a venda do Credit Suisse, as preocupações com o Deutsche Bank e o plano de recuperação da Americanas; relembre
Turbulências. Juros. Inflação. Crédito. Copom. Fed. Bancos. As sete palavras definem a semana que começou com um ar de austeridade, diante da compra do Credit Suisse pelo UBS, e terminou com o chanceler alemão, Olaf Scholz, ‘abafando o caso’ da queda nas ações do Deutsche Bank.
No meio do caminho estava o Federal Reserve que deu de ombros para a crise bancária e elevou os juros americanos mais uma vez. No Brasil, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano e elevou a tensão com o governo.
A regra fiscal, que poderia ser apresentada nesta semana, ficou para depois que o presidente voltar da China. Enquanto isso, a concessão de crédito segue estagnada, prejudicada pelo aumento da inadimplência e da crise dos bancos e Americanas. Aliás, a recuperação judicial da varejista andou em mais um capítulo da crise no varejo do país.
O B3 Bora Investir traz os 7 fatos ou frases que marcaram a semana. Acompanhe:
1. “EU CONSIDEREI O COMUNICADO PREOCUPANTE, MUITO PREOCUPANTE”
(Fernando Haddad, ministro da Fazenda)
A frase, dita na quarta-feira por Fernando Haddad, marcou a semana que teve como foco a decisão da política monetária brasileira. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa básica de juros, a Selic, no patamar atual de 13,75%.
Diante da decisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a história julgará a decisão do Banco Central. Disse ainda que a medida “não tem explicação nenhuma no mundo” e que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, “tem que cumprir a lei”. A declaração levou a Bolsa do Brasil (B3) para baixo dos 100 mil pontos, menor nível desde julho do ano passado.
Os investidores também ficaram frustrados com a decisão do presidente Lula de apresentar as novas regras fiscais apenas depois de retornar da viagem que fará à China.
2. SELIC SEGUE EM 13,75%, O QUE FAZER COM OS INVESTIMENTOS?
A pergunta foi respondida por economistas ouvidos pelo B3 Bora Investir. Segundo os analistas, com a Selic alta a renda fixa continua mais interessante que a renda variável, já que muitos dos investimentos deste tipo se baseiam no piso de juros.
O Bora também fez a conta: quanto rende R$ 1 mil na poupança, Tesouro Selic e CDBs com a Selic em 13,75%? E ajudou o investidor a fazer cálculos financeiros de forma simples e rápida com a Calculadora do Investidor, criada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
3. AMERICANAS ENTREGA PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A semana também foi marcada por um mais capítulo da série Americanas – o rombo de R$ 43 bilhões. A varejista entregou à Justiça o seu plano de recuperação judicial no limite do prazo.
O plano prevê um aumento de capital no valor de R$ 10 bilhões a ser feito pelos acionistas de referência, Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann, que são sócios da 3G Capital. Além de um conjunto de condições para o pagamento dos credores que foi dividido em várias propostas que precisam ser aprovadas para que a recuperação consiga avançar.
4. JUROS VOLTAM A SUBIR NOS EUA: “AS PRESSÕES INFLACIONÁRIAS CONTINUAM ALTAS”
(Jerome Powell, presidente do Federal Reserve)
A inflação ainda longe da meta de 2% nos Estados Unidos foi uma das explicações dada pelo presidente do banco central americano para elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual – para o intervalo entre 4,75% e 5%.
Jerome Powell afirmou que está empenhado em aprender lições em relação ao episódio envolvendo os bancos. Disse ainda que os programas do BC americano, o Fed, estão “atendendo efetivamente” às necessidades de liquidez e que os formuladores de políticas monitoram de perto a situação.
O mais novo aperto na política monetária americana levou os juros para o maior valor desde setembro de 2007 e veio em meio a uma crise bancária que ainda abala os mercados globais.
5. UBS BANK COMPRA CREDIT SUISSE
A semana de turbulência no mercado financeiro mundial começou no domingo passado, com o anúncio da venda do Credit Suisse para o rival UBS Bank. O valor da transação foi de 3 bilhões de francos suíços, o equivalente a US$ 3,25 bilhões.
Na segunda, o efeito da compra foi avaliado pelos investidores que digeriram bem a solução encontrada pelas autoridades suíças. No entanto, as preocupações se voltam ao anúncio de que os títulos de maior risco do banco – que somam US$ 17 bilhões – perderam todo o seu valor.
6. PREOCUPAÇÕES COM O DEUTSCHE BANK VOLTAM A TURVAR O SETOR BANCÁRIO
Na sexta-feira, que se encaminhava para um fim de semana tranquilo, veio o baque das ações do Deutsche Bank diante da preocupação dos investidores de que a crise bancária possa gerar uma nova onda de aversão a risco nos ativos financeiros globais.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, precisou ir a público apaziguar os ânimos e disse que não há motivo para preocupação com o Deutsche Bank. O estrago, no entanto, já estava feito com as ações negociadas com forte desvalorização.
7. CRISE DE CRÉDITO: COMO AFETA A ECONOMIA E OS INVESTIMENTOS
Diante das turbulências enfrentadas pelos bancos nos Estados Unidos e na Europa, além do caso da Americanas no Brasil, a expressão ‘crise de crédito’ (ou credit crunch, em inglês) ganhou destaque no planeta.
O termo, usado quando há uma situação econômica que leva os bancos a diminuir a oferta de crédito, também tem a ver com o alto patamar da inadimplência no Brasil.
Para ajudar a ajustar os gastos e evitar dívidas, o Bora ouviu o diretor executivo de estudos e pesquisas da ANEFAC (entidade que reúne executivos de finanças e economia), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
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