Organizar as contas

12 passos para colocar sua saúde financeira em dia nos 12 meses de 2024

De janeiro a dezembro, aprenda a cuidar das suas finanças de forma mais eficiente

É inevitável: fim de ano é a época em que muita gente pensa nas metas para o ano seguinte. Para quem tem o objetivo de colocar sua saúde financeira em dia, se livrar das dívidas e começar a investir, o Bora tem uma boa notícia: conversamos com Florence Corrêa, planejadora financeira CFP pela Planejar, para saber alguns dos passos mais importantes para organizar suas contas. Confira!

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1. Janeiro: elabore um orçamento

Que tal usar os primeiros dias do ano para descobrir – de verdade – o quanto você ganha e o quanto gasta? Esse é o primeiro passo para colocar suas finanças em ordem. Afinal, é preciso saber a realidade dos números para tomar decisões e fazer ajustes onde for necessário.

“Os gastos costumam ser mais variáveis, mas para muitas pessoas, a receita também é, como é o caso de profissionais liberais”, comenta Corrêa.

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Apesar de o levantamento parecer trabalhoso, a planejadora propõe usar esse momento como uma reflexão. “Esses números mostram seus hábitos, os hábitos da sua família, quem você é. Pode ser muito esclarecedor”, diz ela.

Confira em aplicativos de banco e do cartão de crédito o quanto você costuma gastar com todas as compras do mercado no mês, com o aluguel, internet, com saídas de lazer, o custo mensal de combustível, viagens por aplicativos ou transporte público… Tudo deve ir para a planilha de orçamento.

Faça os cálculos e avalie se o padrão permite que você economize todo mês. O ideal, lembra Florence, é que os ganhos superem os gastos. Se não for o que está acontecendo, veja onde pode ajustar.

2. Fevereiro: controle o orçamento

Fazer o orçamento já é difícil, mas o verdadeiro desafio é na hora do controle. Confira se o que você planejou em janeiro é factível e se você está seguindo o plano. “Para começar 2024 e tomar as rédeas da sua vida financeira, é preciso validar esse orçamento. Isso significa anotar tudo e avaliar onde é necessário fazer os ajustes”, diz.

Talvez, nesse momento, seja necessário fazer escolhas como reduzir os gastos em uma área para incluir gastos que você não tinha previsto. Priorizar é a palavra de ordem.

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“Se você imaginava que gastava R$ 1 mil em supermercado, mas percebe que está gastando R$ 1,5 mil, pode pensar em como reduzir essa conta, seja indo às compras com uma lista e se atendo a ela ou buscando um estabelecimento mais barato”, exemplifica.

3. Março: identifique os buracos

É hora de encontrar os gastos que sugam seu orçamento sem que você pense muito sobre eles. Talvez sejam os pedidos de delivery que estão estourando o previsto com a alimentação, ou aquela compra recorrente de roupas que não estão fazendo falta no armário, ou até mesmo os gastos envolvendo um esporte de que você é fã.

“Cada um tem o seu, e normalmente isso está drenando o seu dinheiro. É possível identificar esses buracos negros quando você começa a controlar o orçamento”, afirma a planejadora.

Antes de pensar que você terá de abrir mão de algo que gosta, na verdade, o importante nesse momento é avaliar se aquele gasto faz sentido para você e se realmente vale a pena ou se algo pode ser ajustado.

4. Abril: faça sua reserva de emergência

Depois de colocar o orçamento em dia, o próximo passo é começar sua reserva de emergência. “Isso é fundamental, é o primeiro investimento que você tem de fazer. Quem tem uma reserva de emergência consegue dormir melhor à noite”, diz Florence.

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Isso, nada mais é do que guardar um dinheiro que ficará de fácil acesso caso você precise de recursos para lidar com algo que não estava esperando, como uma batida de carro ou uma demissão.

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Para calcular o quanto deve ficar nessa reserva, o ideal é multiplicar o seu gasto mensal por seis. “Esse valor depende de muitas coisas, como o quão estável a pessoa está no emprego, se tem filhos, e qual é sua empregabilidade. É algo que você precisa adequar à sua realidade, mas, em média, é algo em torno de seis meses”.

Esse valor deve ser investido em um ativo de pouco risco e bastante liquidez.

5. Maio: revise seus planos

Essa é uma tarefa chata, porém necessária e que pode te economizar bastante dinheiro. Que tal pegar todas as contas de celular, internet e televisão e tentar reduzir os gastos? “Muitas vezes a pessoa nem usa o que está contratado. Outra coisa comum é quando o contrato vai sendo reajustado, e a pessoa nem vê o valor, porque está no débito automático”, diz. “Assim, muitas vezes esse contrato fica muito mais caro que um novo plano”.

É preciso paciência, mas o trabalho de ligar para a operadora e buscar formas de reduzir o valor da conta vale a pena.

6. Junho: renegocie suas dívidas

As dívidas podem ser uma situação incômoda e muitas pessoas não sabem como sair delas. A dica aqui é avaliar as possibilidades de renegociação. Há diversas feiras e mutirões ao longo do ano com esse propósito.

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“Muitas vezes, com uma renegociação, a pessoa consegue chegar a uma parcela com que pode arcar no orçamento do mês”, diz Florence.

Outra possibilidade é encontrar linhas de crédito mais baratas. Exemplo disso é pegar um empréstimo pessoal, com juros mais baixos, para pagar uma dívida de cartão de crédito, que costuma ter taxas mais elevadas.

7. Julho: não deixe de aproveitar as férias

Mesmo se o orçamento estiver apertado, é possível encontrar programas gratuitos ou de baixo custo para aproveitar as férias. “Procure shows, exposições ou concertos em sua cidade. É uma alternativa para se divertir gastando pouco. Ou use a imaginação e faça programas como pic nic no parque, por exemplo”.

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8. Agosto: evite os parcelamentos no cartão

O cartão de crédito pode ser um grande aliado em algumas compras mais caras, como passagens aéreas, eletrodomésticos ou móveis. “Mas algumas pessoas parcelam qualquer coisa no cartão, chegam a parcelar uma compra de R$ 100 em dez vezes. Isso pode prejudicar muito a organização financeira”, diz Florence. Isso porque as muitas parcelas dificultam a avaliação de quanto você está gastando na realidade.

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Aproveite o mês para repensar esse hábito e começar a mudar esse padrão.

9. Setembro: crie o hábito de poupar

É natural ter dificuldade de guardar dinheiro. Somos mais atraídos pela promessa de prazer no curto prazo gastando, e ver os benefícios de poupar pode ser algo impalpável. Por isso mesmo, o ideal é tornar isso um hábito.

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“As pessoas deveriam sempre guardar para o seu ‘eu do futuro’, além de um plano de curto prazo de viajar no ano que vem. Separe esse dinheiro para sua previdência, é como se fosse um boleto que deve ser pago mensalmente”, diz Florence.

10. Outubro: reflita antes de fazer uma compra

Que tal esperar cinco minutos antes de concluir uma compra? Parece pouco, mas pode ser o tempo necessário para refletir sobre se precisa daquele item ou não. Muitas vezes, as compras são feitas por impulso, mas logo depois a pessoa se arrepende. “Uma dica é, quando encontrar uma coisa que gosta em uma vitrine, dar uma volta antes de entrar na loja e comprar. Ou se viu algo na internet, colocar no carrinho, e deixar para efetuar o pagamento depois”, diz Florence.

Nesse tempo, você consegue pensar melhor sobre a compra e pode chegar a decidir que não vale a pena.

11. Novembro: observe-se

O que te faz comprar sem pensar? “Muita gente que tem o costume de fazer compras por impulso não percebe, mas tem um gatilho que as faz sentir a vontade de comprar. E quando a gente se observa e se entende, consegue se controlar melhor”, diz a planejadora.

Pense: se você tende a cair nas compras online quando se sente frustrado, sabe, no fundo, que a compra não vai fazer você se sentir melhor.

12. Dezembro: doe mais

“Doar não precisa ser necessariamente dinheiro, mas pode ser seu tempo. Busque algo que ajude outras pessoas. Isso tira o foco de você mesmo”, sugere Corrêa. “Quando as pessoas conseguem tirar o foco delas mesmas, ganham outra perspectiva e começam a se perguntar se precisam de tudo o que compram”, diz ela.

Bom para o mundo e para o seu bolso. Até 2025!

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