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BlackRock lança ETF de ether na B3 amanhã; conheça o novo produto

Hoje, a bolsa já conta com 14 ETFs e BDRs de ETFs ligados a criptomoedas – o ETHA39 será o 15º

A BlackRock lançará nesta quarta-feira (28/08) um BDR e ETF de ether, sob o código ETHA39. Este é o segundo fundo da gestora relacionado ao mercado de criptoativos que estará disponível para investidores no Brasil. O primeiro, IBIT39, foi lançado em março deste ano.

“Globalmente, observamos uma mudança nos últimos cinco ou seis anos, com muito mais ETFs temáticos, setoriais e ETFs ativos. Essa mudança é impulsionada pela demanda dos nossos clientes por novas tendências, e isso se estende aos ativos digitais”, afirmou Cristiano Castro, diretor da BlackRock Brasil.

O ETHA39 terá valor inicial entre R$ 40 e R$ 50 e estará atrelado ao ETF listado nos Estados Unidos na proporção de 1 para 3 – ou seja, cada cota do ETF americano será desdobrada em três cotas do BDR de ETF listado no Brasil. A taxa de administração é de 0,25%, mas foi reduzida pela metade no primeiro ano de negociação ou até que o fundo alcance um total de US$ 2,5 bilhões em ativos sob gestão (AuM).

Crescimento do mercado de criptoativos

Para a BlackRock, o ETF de bitcoin lançado nos EUA em janeiro deste ano foi o fundo listado que teve o crescimento mais rápido nos três primeiros meses de negociação. Atualmente, ele possui mais de US$ 130 bilhões em valor de mercado.

Na B3, os instrumentos relacionados ao mercado de cripto também cresceram rapidamente. “O mercado de cripto evoluiu muito nos últimos anos e chamou a atenção dos clientes para produtos do mercado de capitais. Por isso, estamos expandindo nossa plataforma de produtos listados de criptomoedas”, disse Felipe Gonçalves, superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3.

Hoje, a bolsa já conta com 14 ETFs e BDRs de ETFs ligados a cripto – o ETHA39 será o 15º. “Esse é um mercado que possui aproximadamente R$ 5,5 bilhões em patrimônio líquido, com mais de 180 mil investidores e que negocia R$ 50 milhões por dia, tendo já alcançado picos de mais de R$ 200 milhões em um único dia”, conta Gonçalves.

Além dos ETFs, a B3 lançou neste ano o contrato futuro de bitcoin, um derivativo que movimenta em torno de R$ 5 bilhões por dia. “São produtos que se complementam, e a liquidez tende a ser maior quanto maior a variedade de produtos atrelados ao ativo. Isso torna o mercado mais saudável“, diz Gonçalves. A bolsa estuda atualmente o lançamento de um contrato futuro atrelado ao ether, mas o derivativo ainda está em fase de estudo.

ETF de ether

O próximo passo, o lançamento do ETF de Ethereum no Brasil, segue uma tendência quase natural, afirma o diretor da BlackRock no Brasil, dado que o bitcoin e o ether são as duas criptomoedas com maior valor de mercado hoje. “É natural que o bitcoin tenha uma projeção inicial maior. Mas as pessoas cada vez mais não olham apenas para a moeda em si, mas veem como um investimento em uma estrutura que, a longo prazo, pode gerar valor para os investidores”, afirma.

“O lançamento do ETF de ether foi uma resposta à demanda dos clientes ao longo do tempo, que buscavam mais informações, mais transparência e mais liquidez”, diz Castro.

O objetivo, segundo ele, é “dar acesso a clientes que já investem na bolsa”. Isso porque, na visão da gestora, o ETF é um produto mais simples para o investidor que já está familiarizado com o mercado de capitais. “O cliente tem demanda por um instrumento no mercado financeiro, mas pode não ter uma wallet [conta em uma corretora de criptoativos], às vezes por desconhecimento ou por estar fora da conta tradicional do banco ou da corretora. Com o ETF, tudo já está preparado”, explica.

Ainda de acordo com o diretor da BlackRock, 80% dos investidores que possuem cotas do ETF de bitcoin são pessoas físicas. Além disso, 63% das pessoas que compraram estavam adquirindo um iShares (a família de ETFs da BlackRock) pela primeira vez.

“Vemos outros players fazendo alocação, como gestores de recursos globais e hedge funds, mas ainda é um instrumento muito focado na pessoa física, que busca alternativas e se sente mais confortável ao manter sua vida financeira centralizada no mercado de capitais”, diz.

“Quando falamos em ether, o investidor que olha para esse ativo pensa em um escopo um pouco mais amplo, que envolve tecnologia, registros transacionais, finanças descentralizadas e tokens não fungíveis.”

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