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7 fatos e frases da economia e mercado que resumem a 2ª semana de julho

Destaque da semana foi a deflação no Brasil e os preços mais moderados nos EUA. Teve ainda discussões sobre juros, perspectivas para o 2º semestre e dicas para investir melhor

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tocando violão em entrevista ao G1. Foto: Reprodução/G1

A deflação no Brasil e a inflação mais baixa nos Estados Unidos estiveram no centro das atenções na semana que passou.

Por aqui, os preços mais em conta em junho foram a cartada final para confirmar as projeções de queda da Selic em agosto. Na América, os índices mais controlados deram ânimo as expectativas de apenas mais um aperto monetário na economia americana neste ano.

No cenário político-econômico brasileiro, a reforma tributária já tem um relator no Senado. Eduardo Braga terá a missão de enxugar as exceções da proposta. Já no panorama global, a China vai precisar de reinventar para barrar a sangria financeira.

Para o segundo semestre, a economia mundial mais fraca não assusta os investidores. Controlar as emoções, realizar aportes constantes e ler as dicas do Bora trazem perspectivas de bons ventos para as finanças pessoais.

Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:

1) DEFLAÇÃO EM JUNHO LEVA IPCA PARA BAIXO DO CENTRO DA META

O assunto da semana passada no Brasil foi a desaceleração da inflação, mais precisamente uma deflação puxada pelos menores preços de alimentos e transportes.  

No acumulado em 12 meses, o IPCA ficou em 3,16%. É a primeira vez no ano e desde setembro de 2020, que a inflação ficou abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 3,25%.

Com o índice finalmente na meta, a pergunta que fica é quando os juros básicos da economia vão começar a cair? Para os analistas, a resposta será dada na reunião do Copom em agosto. O mercado espera uma redução da Selic em 0,25 ponto percentual.

Apesar da perda de ritmo dos preços, o setor de serviços ainda tem pressionado a inflação de cair mais. Esse resultado pode ser explicado pela aquecimento do setor de turismo, influenciado principalmente pelas passagens aéreas mais caras.

No quesito investimentos, a deflação faz a poupança atingir a maior rentabilidade real (ou seja, descontada a inflação) em quase seis anos. E trouxe a preocupação de quem tem alocação em títulos com retorno indexado ao indicador.

Mesmo com um cenário de inflação mais baixa e um mercado de trabalho formal com mais vagas abertas, o número de brasileiros endividados voltou a crescer em junho após quatro meses de estabilidade.

Para ajudar as famílias que se encontram em dificuldades, o governo antecipou para a próxima segunda-feira, 17/07, a primeira fase do programa de renegociação de dívidas, o Desenrola Brasil.

A desaceleração da inflação também foi um dos temas da entrevista que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu ao podcast ‘O Assunto’. Com dados positivos, a conversa com a jornalista Natuza Nery terminou em música.

2) “O BRASIL QUER E PRECISA DE UMA REFORMA TRIBUTÁRIA”

(Eduardo Braga, relator da reforma no Senado)

A reforma tributária chegou ao Senado e Eduardo Braga (MDB-AM) foi escolhido o relator da proposta na casa. Os dois principais pontos de trabalho são:

O secretário de Reforma Tributária, Bernard Appy, afirmou que o texto tem mais “exceção do que o desejável”. Disse também que as vantagens tributárias permitidas a setores vão aumentar o custo da alíquota geral para o restante da economia e que o Senado terá o papel de discutir os reais benefícios para a sociedade.

Haddad também pediu a redução das exceções e disse que a alíquota de equilíbrio do imposto único (o IVA) seja menor que 25%.

3) INFLAÇÃO TAMBÉM DESACELERA NOS ESTADOS UNIDOS E INDICA LUZ NO FIM DOS JUROS

A inflação também esteve no noticiário econômico americano na semana que passou. Os dois principais índices dos Estados Unidos mostraram uma forte desaceleração dos preços no país.

Pelo lado do consumidor, o CPI acumulou alta anual de 3% em junho – menor valor registrado desde março de 2021.

Para os produtores, os preços tiveram crescimento anual de 0,1% em junho, uma desaceleração ante os 1,1% nos doze meses terminados em maio. Foi o menor avanço desde 2020.

Os dois números fizeram com que o mercado financeiro aposte agora em apenas mais uma alta de juros pelo Federal Reserve (Fed), o BC americano, na reunião do dia 27 de julho.

No entanto, as autoridades americanas pedem cautela. A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse que o mercado de trabalho, apesar de apresentar uma desaceleração no lado da demanda, segue robusto.

Já o diretor Christopher Waller foi mais duro ao sinalizar que espera mais dois aumentos de 0,25 ponto percentual ainda em 2023.

4) CHINA DÁ MAIS SINAIS DE FRAQUEZA NA SUA ECONOMIA

A alta dos juros nos países desenvolvidos para combater a inflação golpeou com força a economia da China.

A inflação aos produtores – que mede o custo de produtos na porta de fábrica – caiu pelo segundo mês consecutivo. Foi de deflação de 4,6% em maio para um novo declínio, só que agora de 5,4% em junho.

A perspectiva de menor crescimento global se soma a uma crise do setor imobiliário chinês e as tensões geopolíticas na área de tecnologia com os Estados Unidos.

Esse conjunto de problemas levou a um baque nas exportações, que despencaram 12,4% em junho em relação ao ano anterior, após uma baixa de 7,5% em maio. A China também perdeu o posto de maior exportadora de bens para os EUA.

Os resultados ruins da segunda maior economia do mundo, levou a uma pressão para que Pequim lance um pacote de estímulos mais fortes para dar sustentação à recuperação cambaleante do país no pós-pandemia.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou na semana passada o seu par chinês, Xi Jinping, que insiste em negociar com a Rússia, de que o país depende do ocidente.

“Desde que a Rússia entrou na Ucrânia, 600 corporações americanas saíram da Rússia. E você me disse que sua economia depende de investimentos da Europa e dos Estados Unidos. E tenha cuidado. Tenha cuidado.”

5) PERSPECTIVA 2º SEMESTRE: BOM PARA INVESTIMENTOS

As perspectivas para o segundo semestre de 2023 são positivas no quesito investimentos. As projeções de início do corte da Selic no Brasil, se somam as expectativas de parada no aperto monetário nos Estados Unidos.

Em entrevista ao B3 Bora Investir, a economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, disse que a iminência de um corte de juros abre o caminho para a diversificação dos investimentos. No entanto ponderou que os próximos seis meses serão de economia fraca.

A equipe da Verde, de Luís Stuhlberger, compartilha do mesmo cenário positivo para os ativos de risco. Segundo a casa de análises existem cinco motivos para a alta das bolsas globais:

  • melhor lucratividade das empresas;
  • econômica dos EUA robusta;
  • arrefecimento da pressão nos custos;
  • investidores comprometidos em comprar ações;
  • segmento de inteligência artificial em forte desenvolvimento

Pelo lado da economia brasileira, a semana que passou trouxe um setor de serviços forte – com crescimento de 0,8%. Na contramão ficou o comércio varejista que caiu 1% em maio.

6) EMOÇÕES AJUDAM A INVESTIR COM CONSCIÊNCIA

A hora de tomar decisões sobre investimentos não se resume apenas em saber o seu perfil – conservador, moderado e avançado é preciso conhecer as próprias emoções. É o que apontou a psicologia econômica Vera Rita de Mello Ferreira.

“Existem os investidores que conseguem esperar e os que não conseguem; os que conseguem perder e os que não conseguem. Ninguém é exclusivamente racional, mas, sim, predominantemente irracional: há nuances no meio”.

No universo dos investimentos, um conceitos que ajuda a realizar os objetivos é a consistência, ou seja, realizar aportes periódicos de acordo com a sua estratégia.

“Quando se cria o hábito de investir frequentemente, muitas vezes você consegue se proteger de vieses comportamentais que podem impedir você de investir. E com certeza é muito mais importante investir do que não investir”, afirma Antônio Sanches, analista da Rico.

7) FINANÇAS PESSOAS: AS PRECIOSAS DICAS DO BORA

O B3 Bora Investir mostrou nessa semana que é possível começar a investir ganhando um salário mínimo. A organização financeira é primordial nessa empreitada rumo a objetivos de curto, médio e longo prazo.

Ensinamos também que os investidores em Bolsa devem compor a sua reserva de valor. Diferente da reserva de emergência, ela tem como objetivo proteger o investidor contra gastos imprevistos. Para isso, as aplicações que a compõem precisam ter correlação negativa com índices de ações.

E tem muito brasileiro já pensando na aposentadoria. Na semana que passou, os investimentos no Tesouro Renda+ Aposentadoria Extra – novo título do programa Tesouro Direto – atingiram mais de R$ 1 bilhão em estoque em pouco mais de cinco meses.

Para os mais idosos, mostramos as ferramentas de proteção que existem para resguardar o patrimônio. Já os que estão reformando a casa, demos três dicas para controlar os custos e evitar dor de cabeça.

Alugar ou comprar carro, eis a questão? O Bora te ajuda: diferentes objetivos podem influenciar na decisão de alugar ou comprar, assim como as vantagens e desvantagens de cada opção. Leia reportagem e abra os seus caminhos.