7 fatos e frases da 3ª semana de junho que resumem a economia e o mercado
Foco ficou com a falta de sinalização do Copom sobre o início da queda de juros. Teve ainda aprovação do arcabouço no Senado, reforma tributária e novidades em programas do governo
A semana que tinha tudo para ser positiva para a economia terminou com um gosto amargo para os brasileiros e o governo.
Mesmo com a desaceleração das expectativas de inflação, a tão esperada sinalização do Comitê de Política Monetária sobre o início dos cortes da taxa básica de juros, a Selic, não veio. No lugar o Copom pediu “paciência e serenidade”.
Enquanto o Banco Central não se convence que chegou a hora de desacelerar a política monetária, o Congresso acelera as pautas para tentar mudar esse cenário.
O novo arcabouço fiscal passou no Senado e agora volta para a Câmara por conta de mudanças no texto. Já a proposta de Reforma Tributária foi apresentada e as discussões devem começar em até 7 dias.
A semana também contou com a prorrogação do prazo para que pessoas físicas comprem automóveis com descontos. Teve ainda o aumento no teto do valor do imóvel para o Minha Casa Minha Vida e a liberação de consulta ao novo lote do Imposto de Renda.
Nas finanças pessoais, tecnologia a serviço dos investidores, a importância do ESG para as empresas e dupla Beyoncé-Taylor embolsando US$ 3,7 bilhões em suas turnês mundiais.
Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:
1) JUROS: “OS PASSOS FUTUROS DA POLÍTICA MONETÁRIA DEPENDERÃO DA EVOLUÇÃO DA DINÂMICA INFLACIONÁRIA”. (Comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central)
A semana econômica teve como principal fato a manutenção dos juros em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central. No comunicado, o Copom não falou de forma concreta sobre uma eventual redução da Selic – o que frustrou o mercado. Porém, desta vez, não sinalizou a possibilidade de aumento dos juros.
No texto, o colegiado frisou que as expectativas de inflação estão desancoradas, ou seja, longe das metas. O comitê disse ainda que a queda da inflação está em estágio mais lento.
No início da semana, o boletim Focus trouxe mais uma queda nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, de 5,42% para 5,12%. O valor segue bem acima da meta perseguida pelo BC de 4,75%.
Para 2024, a projeção para a inflação desacelerou de 4,04% para 4%; e para 2025 de 3,90% para 3,80%. Essa inflação à frente, mesmo mais próximas das metas, ainda é interpreta pelo Copom como “desancoradas”, o que demanda “cautela e parcimônia”.
Uma análise do jornalista Alex Ribeiro do ‘Valor‘ mostrou o quanto os técnicos do Copom foram astutos ao retirar a simetria da sua comunicação de política monetária, que atribuía chances iguais tanto de corte de juros quanto de alta.
Um dia depois da decisão, o presidente Lula voltou a tecer duras críticas ao mandatário do BC, Roberto Campos Neto, acusando-o de “jogar contra os interesses da economia brasileira“. Pressão também do setor produtivo. Uma pesquisa do Simpi/Datafolha, mostrou que 66% das micro e pequenas indústrias se veem prejudicadas pela taxa de juros atual.
Diante da manutenção da Selic, o Brasil se manteve no ranking com a maior taxa de juros reais do mundo. A Argentina, que enfrenta uma hiperinflação, ocupa a última posição na lista de 40 países.
2) MAIS UM PASSO: ARCABOUÇO FISCAL E REFORMA TRIBUTÁRIA
A semana também foi marcada pelo andamento no Congresso Nacional de pautas importantes para a economia do país.
O Senado aprovou o projeto do novo arcabouço fiscal, mas houve mudanças em relação ao texto enviado pela Câmara. Dentre as principais alterações estão a retirada do limite dos gastos o Fundeb, o Fundo do DF e os investimentos em ciência e inovação.
A alteração no intervalo de referência do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que será considerado para corrigir as despesas federais em 2024, retornou ao texto. Boa notícia para o governo que pode contar com até R$ 40 bilhões no caixa do ano que vem.
O relator do projeto na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA) não gostou das mudanças. Afirmou que defenderá a rejeição do mecanismo que possibilita ao governo federal incluir R$ 32 bilhões como “despesas condicionadas” no projeto de lei orçamentária (PLOA) de 2024. O texto agora volta para a Câmara.
Em outra frente, o relator da reforma tributária na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou a sua proposta. Esse é o primeiro passo para o início das discussões no Legislativo, ou seja, o texto ainda pode sofrer alterações.
Além do ponto principal que é a criação de um Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) dual, a proposta traz alíquotas reduzidas para alguns setores, ‘cashback’ (devolução) de recursos para baixa renda; e o polêmico fundo de compensação – que será dividido em dois.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o montante aportado no fundo se pagaria na forma de mais crescimento do PIB. A proposta deve ser votada no plenário da Câmara na primeira semana de julho, segundo o presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL).
3) NOVIDADES: MINHA CASA, MINHA VIDA E PROGRAMA PARA BARATEAR CARROS
Os programas do governo para a área imobiliária e de carros populares também sofreram algumas atualizações importantes.
O governo prorrogou por mais 15 dias o prazo para que apenas pessoas físicas possam comprar automóveis com descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil bancados pela União.
Mais da metade da verba para o programa, que tem sido muito bem-sucedido, já foi utilizada. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) dos R$ 500 milhões disponíveis para as montadoras de automóveis e comerciais leves, R$ 400 milhões já foram liberados.
No Minha Casa, Minha Vida, o Conselho Curador do FGTS aprovou a elevação no teto do valor do imóvel no programa de R$ 264 mil para R$ 350 mil.
A medida começa a valer em julho, será para todo o Brasil e atende as famílias enquadradas na Faixa 3 (mais alta), com renda entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil. O mercado imobiliário comemorou as mudanças, que era um pleito antigo do setor. As alterações também podem beneficiar empresas do segmento de construção para baixa renda listadas na B3.
4) MEIO AMBIENTE: “ESG NÃO É FÁCIL, MAS É OBRIGAÇÃO”
(Caito Maia, fundador da Chilli Beans)
A semana que passou teve entrevista exclusiva no B3 Convida com o fundador da Chilli Beans, Caito Maia. O empresário contou como alia o modelo de negócios da empresa com seus valores musicais e artísticos. Falou ainda sobre cultura corporativa, tendências de inovação do mercado da moda e ESG.
A Chilli Beans vai lançar um milhão de óculos sustentáveis, feitos com capim prado, plástico do fundo do mar e biodegradável. “É uma obrigação do empresário mundial se preocupar com o ecossistema. (…) Somos a primeira empresa de óculos sustentáveis do mundo”, contou.
5) FINANÇAS PESSOAIS: “OK, GOOGLE!”
A tecnologia está sempre a serviço dos investidores. Por isso a famosa caixinha do Google começou a receber várias perguntas sobre como investir em ações — e claro que o B3 Bora Investir respondeu as 5 mais buscadas pelos usuários.
Diante das expectativas de queda dos juros a partir de agosto, muitos investidores têm se perguntado se é o momento de voltar a investir em renda variável. Os analistas dizem que sim e acrescentam que o ciclo positivo para as ações ainda “está no começo”.
+ É hora de começar a investir em ações?
Curto, médio ou longo prazo? Essa é outro questionamento que gera dúvida dos investidores. Saber o prazo de uma aplicação financeira é importante para verificar se está adequado ao tempo para atingir os objetivos pessoais.
Para quem ainda não definiu essas prioridades e muito menos começou a investir, será que ainda dá tempo? Os economistas respondem que iniciar um planejamento financeiro é importante em qualquer período do ano e da vida.
6) IR 2023: É HORA DA RESTITUIÇÃO
Na semana que passou, a Receita Federal liberou a consulta ao segundo dos cinco lotes de restituição do Imposto de Renda 2023. Ao todo, 5.138.476 contribuintes receberão R$ 7,5 bilhões.
Para quem não recebeu a restituição, ainda não é hora de se desesperar. É preciso ficar atendo aos prazos.
Hoje a maioria dos brasileiros se depara com a mensagem ‘em processamento’. Isso acontece porque leva tempo para a Receita processar, pois tudo depende da complexidade da declaração e da carga de trabalho dos funcionários do fisco.
7) BEYONCÉ E TAYLOR SWIFT ARRECADAM US$ 3,7 BILHÕES COM AS TURNÊS MUNDIAIS
As duas mais famosas cantoras da atualidade Beyoncé e Taylor Swift devem faturar juntas quase quatro bilhões de dólares, revelou a revista Forbes.
A Beyoncé pode arrecadar com sua turnê mundial ‘Renaissance’ quase US$ 2,1 bilhões (R$ 10,4 bilhões). Já Taylor deve ganhar US$ 1,6 bilhão (R$ 7,9 bilhões) com a ‘Eras’.
A intérprete de ‘I´m That Girl’ e ‘Halo’, ainda não anunciou shows no Brasil. Já os fãs de ‘Cruel Summer’ e ‘Long Live’ já podem preparar os gritos.
A venda de ingressos para o show de Taylor Swift já começaram e acabaram. Os ingressos se esgotaram em minutos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Agora é torcer para abrir mais datas extras.
Para quem teve problemas na hora da compra, o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) avisa que é essencial que os consumidores registrem suas reclamações no site do órgão.
Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.