7 fatos e frases que resumem a última semana de novembro na economia e no mercado
Taxação dos fundos aprovada, desemprego em queda, cenário fiscal no radar e o Brasil a um passo da Opep+. Semana teve ainda COP 28, PIB dos EUA e a correria no Mercosul
A equipe econômica terminou a semana mais aliviada com a aprovação da taxação dos fundos no exterior e dos super ricos. Na pauta do Congresso novas medidas para aumentar a arrecadação. Na tabela dos economistas os impactos do risco fiscal em 2024.
Em mais uma notícia animadora, o desempregou voltou a cair no trimestre encerrado em outubro. A melhora é reflexo de mais brasileiros com trabalho, que bateu recorde, e da abertura de vagas formais e empregos por conta própria.
No cenário internacional, o Mercosul e a União Europeia correm para fechar o acordo antes da posse de Milei na Argentina. Na Conferência do Clima, países anunciam fundo de US$ 420 milhões para apoiar países afetados pelo aquecimento global. E o presidente Lula fala em menos dinheiro para armas e mais contra a fome.
Na contramão ambiental veio o convite para o Brasil integrar como aliado a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) a partir de janeiro do ano que vem.
Nos investimentos, o B3 Convida trouxe o ator e ex-BBB, Babu Santana. Nas finanças pessoais, o que fazer com o 13º salário? E como colocar as contas em dia depois de se acabar de comprar na Black Friday?
Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:
1) “NÓS TEMOS QUE PERSEGUIR ESSA META OBSTINADAMENTE, QUE O BRASIL PODE SER O PAÍS COM MELHORES CONDIÇÕES DE INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL NO MUNDO”. (Fernando Haddad, ministro da Fazenda)
A taxação dos fundos de investimento exclusivos e no exterior (offshores) foi aprovada no Senado e agora segue para sanção do presidente Lula.
Pela proposta, as offshores passam a ser tributadas em 15%, uma vez por ano. Já os fundos para pessoas de alta renda, a cobrança de impostos tributação será feita duas vezes ao ano (a cada seis meses), o chamado Come-Cotas.
A proposta deve render R$ 3,5 bilhões de arrecadação em 2023, R$ 13 bilhões em 2024 e R$ 7 bilhões em 2025. A medida faz parte dos projetos da área econômica para aumentar a arrecadação e que já estão no Congresso.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que vai perseguir de forma “obstinada” a meta de zerar o rombo nas contas públicas no próximo ano.
2) “O RISCO FISCAL AINDA É O PRINCIPAL PROBLEMA PARA A ECONOMIA BRASILEIRA”. (Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter)
As discussões em torno do cumprimento da meta fiscal zero em 2024 permeia todo o cenário econômico para o ano que vem.
Em entrevista o B3 Bora Investir, a economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, afirmou que o risco fiscal se soma a um cenário de queda dos juros e a desinflação no Brasil, mas às custas de uma perda de tração na economia.
Na semana que passou, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou que a Selic deve continuar uma tendência de queda nos próximos dois anos, com uma taxa de 9,2% até o final de 2024 e 7,8% na segunda metade de 2025.
Em relação ao cenário de investimentos, 2024 ainda será de cautela no mercado financeiro. Na renda fixa, o processo de desinflação ainda rende bons prêmios -principalmente nos papéis mais longos
Para o mercado de crédito privado no país, a expectativa é de retomada de novas emissões em 2024, após um muito ruim reflexo dos problemas contábeis nas Americanas.
3) “HÁ UM GANHO QUANTITATIVO, COM UM AUMENTO DA POPULAÇÃO OCUPADA, E QUALITATIVO, COM O AUMENTO DO RENDIMENTO MÉDIO”. (Adriana Beringuy, coordenadora de PNAD do IBGE)
A semana teve boas notícias no mercado de trabalho brasileiro. A taxa de desemprego voltou a desacelerar e atingiu 7,6% no trimestre encerrado em outubro.
O número de trabalhadores ocupados atingiu 100,2 milhões e bateu o recorde da série histórica. A melhora foi puxada pela aumento de trabalhadores com carteira assinada no setor privado e por brasileiros que trabalham por conta própria.
Outro número inédito foi o da massa de rendimento real habitual (soma dos ganhos de todos os trabalhadores empregados) estimada em R$ 295,7 bilhões.
Em relação ao emprego formal, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, apontou uma geração de 190.366 vagas com carteira assinada em outubro – avanço de 18,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Na inflação, a prévia do indicador de novembro subiu 0,33%, ante uma alta de 0,21% no mês anterior. Apesar dos números mais fortes, o avanço se deu em itens mais voláteis, como alimentos, o que reforça um processo de inflação benigno.
4) PIB DOS ESTADOS UNIDOS SOBE, INFLAÇÃO CAI
A nova estimativa para o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos apontou crescimento do país a uma taxa anualizada de 5,2% no 3º trimestre, ante os 4,9% na primeira leitura. O resultado superou a expectativa do mercado, diante do aumento nos gastos dos consumidores, investimento privado e exportações.
Pelo lado da inflação, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) ficou estável em outubro, depois de avançar 0,4% no mês anterior. O núcleo do PCE – que aponta uma tendência dos preços – subiu 0,2%, menos que setembro quando teve alta de 0,3%.
Segundo economistas, a desaceleração da inflação reforça a expectativa de que a economia americana deve começar a perder força no 4º trimestre. Essa é a mesma análise que o Federal Reserve publicou no Livro Bege, relatório sobre as condições econômicas do país.
Diante dos sinais mistos da economia dos Estados Unidos, os diretores do Banco Central americano têm discordado sobre o rumo dos juros no país.
5) MERCOSUL, COP 28 E OPEP+
No cenário da América Latina, os diplomatas do Mercosul estão a todo o vapor para tentar fechar o acordo comercial com a União Europeia antes da posse do novo presidente argentino, Javier Milei, no dia 10 de dezembro. O movimento é para driblar Milei que fez diversos ataques ao bloco durante a campanha.
A expectativa é que a conclusão do acordo seja anunciada até 7 de dezembro, assim como o tratado de livre comércio com Singapura. Seria o primeiro do bloco sul-americano com um país asiático e uma porta de entrada importante para a região mais dinâmica da economia global.
Ainda sobre o blobo, o Senado brasileiro o aprovou o texto do Protocolo de Adesão da Bolívia ao Mercosul. Agora a proposta segue para ratificação do presidente Lula.
Na semana que passou, começou a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28) em Dubai, nos Emirados Árabes. O presidente Lula, que participa do evento, deve apresentar uma proposta de financiamento global para países que preservarem suas florestas.
Já nos primeiros dias, foi anunciada a destinação de US$ 420 milhões para apoiar países afetados pelo aquecimento global. Embora o valor seja considerado tímido por especialistas, a decisão é considerada histórica.
Em seu primeiro discurso, o presidente Lula afirmou que gastos com armas deveriam ser usados contra a fome e a mudança climática.
Na contramão da Conferência do Clima, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) convidou o governo brasileiro para se tornar um dos “aliados” do grupo a partir de janeiro de 2024.
6) B3 CONVIDA BABU SANTANA: “ANTES DO BBB, NUNCA ME SOBROU DINHEIRO”.
O B3 Convida desta semana recebeu o ator, cantor e empresário Babu Santana. Nascido no morro do Vidigal, no Rio, o ex-BBB é um empreendedor – dono do selo musical Paizão Records, dedicado à cena trap, funk e rap dos jovens da periferia.
Babu foi o vencedor do prêmio Grande Otelo, o maior da dramaturgia brasileira, duas vezes. Fez diversos filmes como Cidade de Deus e Mundo Cão, ficou conhecido ao interpretar Tim Maia no cinema e ganhou notoriedade depois de vencer o Big Brother Brasil.
“Eu nunca soube o que era poder investir, já que eu tirava de um mês para poder suprir o outro. Quando ganhei o BBB, comecei a estudar essa parada. Mas eu tenho uma visão comunitária”, afirma.
7) 13º SALÁRIO E INVESTIMENTOS: E AGORA?
A primeira parcela do 13º salário entrou na conta de 87 milhões de brasileiros na semana que passou. Sempre que essa época chega, a dúvida da maioria dos trabalhadores é: o que fazer primeiro com esse dinheiro extra?
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