7 fatos e frases da segunda semana de outubro que resumem a economia e o mercado
Guerra entre Israel-Hamas e juros nos EUA bateram no mercado. No Brasil, inflação benigna e os descontos do Desenrola
A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas deixou o mercado em atenção e desencadeou uma pressão global nos preços do petróleo. O receio que o conflito avance para outros países do Oriente Médio, reforçou a tensão dos investidores.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve indicou uma nova alta dos juros para baixar a inflação, que seguiu acima de meta em setembro. No Brasil, os preços ficaram menos espalhados na economia, passo importante para uma política monetária mais branda.
Na semana da criança, o foco também esteve em mostrar a importância dos investimentos para os pequenos e como os pais devem poupar para o futuros dos filhos. No Nobel de Economia, Claudia Goldin e seus estudos sobre as disparidades de gênero no mercado de trabalho. Na renda variável, o fim dos Juros Sobre Capital Próprio e a bioeconomia.
Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:
1) OS EFEITOS NA ECONOMIA DA GUERRA ENTRE ISRAEL E O HAMAS
A semana que passou foi marcada pelas tensões no mercado financeiro global diante do conflito entre o Hamas a Israel.
A principal preocupação dos investidores é se o conflito vai ficar restrito a Israel e a Faixa de Gaza ou pode se propagar para outras regiões do Oriente Médio, grandes produtoras de petróleo. Como principal efeito da guerra, os preços da commodity subiram forte. O barril do tipo Brent, referência internacional, fechou a semana pouco abaixo dos US$ 90.
Cálculos do economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, mostraram que um aumento de 10% nos preços do petróleo reduziria o crescimento do PIB global em 0,15% e elevaria a inflação em 0,4%.
Essa previsão chega no momento em que as expectativas em torno do crescimento do Produto Interno Bruto mundial estão em 3% neste ano, ritmo mais lento que o avanço de 3,5% em 2022.
O efeito da guerra propriamente dito ainda é incerto. Entretanto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que diante desse cenário de maior incerteza global, associado a juros elevados para conter a inflação, é necessário prestar mais atenção às contas públicas para evitar novas turbulências.
2) “DADOS QUE VÃO CHEGAR NOS PRÓXIMOS MESES AJUDARÃO A ESCLARECER ATÉ QUE PONTO O PROCESSO DE DESINFLAÇÃO CONTINUA”. (trecho da ata do Federal Reserve)
As discussões em torno da política monetária dos Estados Unidos seguiram nos ‘trending topics’ do mercado financeiro.
Na ata do último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto, a maioria dos membros do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, indicaram a necessidade de nova alta dos juros até o final do ano.
O objetivo do Fed é levar a inflação à meta de 2%. No entanto, em setembro, os preços nos Estados Unidos vieram acima do esperado pelo mercado. A inflação ao consumidor subiu 3,7% em relação ao ano anterior, mesmo ritmo registrado em agosto.
Com a perspectiva de um novo aperto monetário nos EUA, um fenômeno começou a impactar o mercado de ações: a inversão da curva de juros. Essa é uma situação que acontece quando as taxas dos títulos do tesouro americano de curto prazo ficam mais elevadas que as taxas dos títulos de longo prazo.
Como esses papéis são considerados os mais seguros do mundo, ao render mais, ocorre um movimento de saída de recursos de países em desenvolvimento para esses títulos. O mercado de ações fica no negativo e o dólar se valoriza.
3) INFLAÇÃO BRASILEIRA MENOS ESPALHADA PELA ECONOMIA
No Brasil, a inflação de setembro abaixo do esperado pelo mercado marcou a semana. O IPCA subiu 0,26% no mês passado, ante as expectativas de alta na casa dos 0,33%. A gasolina segue como vilã dos preços.
O resultado positivo também veio pelo lado do Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento de preços. O indicador desacelerou para 42,7%, o que mostra uma inflação menos espalhada pela economia.
Segundo coluna da jornalista Míriam Leitão, essa leitura mostra dados positivos do ponto de vista da qualidade da inflação. Esse cenário deve dar segurança ao Banco Central para continuar reduzindo a taxa básica de juros nos próximos meses.
Diante das últimas quedas da Selic e com perspectivas de novos cortes, o Conselho Nacional de Previdência Social reduziu o teto para empréstimos com desconto em folha para 1,84%. A medida começa a valer no dia 23/10.
Diante de inflação mais controlada e dos juros em decréscimo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, foram escolhidos como os melhores do ano em suas funções na América Latina pela revista LatinFinance.
Segundo a publicação, Haddad mostrou “habilidade em fazer as reformas com um estilo pragmático e moderado num ambiente ainda polarizado no Brasil”. Já para Campos Neto, o mérito foi manter a inflação sob controle.
4) DESENROLA BRASIL EM NOVA FASE
A nova fase do Desenrola Brasil começou com os consumidores podendo renegociar débitos bancários e de consumo – como contas de luz, água, varejo, educação – no valor de até R$ 5 mil.
Os descontos podem chegar até 97%, segundo o governo federal. No Tocantins, por exemplo, os consumidores podem quitar a conta de energia em atraso com até 75% de abatimento.
O alto grau de descontos foi comemorado nas redes sociais. Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou o caso da técnica de enfermagem, Ramona Pereira, que tinha uma dívida no cartão de crédito de R$ 2.634,32 e conseguiu renegociar por R$ 175,92.
Como no caso da Ramona, o cartão de crédito segue como um dos principais meios de dívidas dos brasileiros. Uma reportagem do B3 Bora Investir explicou quando vale a pena usar e quais os cuidados: “sempre pague o valor total da fatura”, alertam os analistas.
5) EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA AS CRIANÇAS
Em meio ao feriadão do Dia das Crianças, o B3 Bora Investir mostrou cinco jogos de tabuleiro que ensinam educação financeira para os pequenos. A partir de 3 anos, as opções falam de orçamento pessoal, planejamento financeiro e até investimentos.
Na questão do planejamento financeiro para os pais, uma pesquisa do Serasa mostrou que 72% dos pais no Brasil não fazem nenhum tipo de poupança ou investimentos para os filhos atualmente.
Pelo lado dos gastos, a terceira data mais importante para o comércio brasileiro trouxe otimismo para os varejistas, que esperam vender 1,2% a mais neste ano em relação a 2022. Isso apesar do aumento de 7% no preço dos presentes para a criançada.
6) PESQUISA A SERVIÇO DA ECONOMIA
O Prêmio Nobel de Economia saiu para a norte-americana Claudia Goldin por seus estudos sobre as disparidades de gênero no mercado de trabalho,
Segundo a Academia Real das Ciências da Suécia, ela foi responsável pelas primeiras pesquisas sobre a diferença de salários entre homens e mulheres, e da evolução da participação feminina no mercado de trabalho ao longo dos últimos séculos.
A Revista Forbes fez uma lista das cinco descobertas ao longo da carreira que levaram Claudia Goldin a ganhar o Nobel de Economia.
Ainda no universo da academia, agora ligado a vivência do nosso dia a dia financeiro, o B3 Bora Investir trouxe uma reportagem com cinco biografias sobre de investidores históricos e contemporâneos para inspirar a investir.
7) FINANÇAS PESSOAIS: INVESTIMENTO VERDE, BIOECONOMIA E CRIPROMOEDAS
Em meio as mudanças climáticas, cada vez mais presentes no cotidiano da população mundial, o B3 Bora Investir foi saber como os investidores podem tornar as empresas mais verdes.
“Foram estabelecidos critérios para investimentos responsáveis a serem seguidos por investidores que se preocupam com o futuro do planeta Terra. Afinal, os donos do capital são as pessoas que podem refrear as mudanças climáticas”, afirma Denísio Liberato, CEO da BB Asset.
Um outro ponto em discussão entre empresas e investidores é a bioeconomia, uma proposta de fazer a ecologia e a economia coexistirem da melhor forma possível.
Ainda no assunto empresas e investimentos, o governo estuda extinguir o instrumento dos Juros Sobre Capital Próprio. O B3 Bora Investir explicou a diferença entre JCP e dividendos, e o que pode mudar para o investidor.
No mercado de criptoativos, incertezas e oportunidades andam juntas. “Após um fim de 2022 dramático, os ativos digitais iniciaram uma jornada de recuperação em um terreno ainda não amigável”, diz Luisa Pires, analista de criptomoedas da Levante Investimentos.
Na semana que passou, o Bora também ensinou a escolher um consultor financeiro e fugir de armadilhas e a investir no exterior sem sair da B3.
Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.