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7 fatos e frases da economia e mercado que resumem a 3ª semana de julho

Semana foi marcada pela renegociação de dívidas com o Desenrola. Teve ainda discussões sobre tributação de fundos exclusivos, Brasil e China perdendo ritmo e o sucesso da Barbie

Cena do filme Barbie, dirigido por Greta Gerwig e protagonizado por Margot Robbie. Foto: Warner/Divulgação
A cultura pop tem feito preço e movido os mercados pelo mundo à fora. Foto: Warner/Divulgação

Alívio. Essa foi a sensação de 2,64 milhões de brasileiros que tiveram seus nomes retirados dos serviços de proteção ao crédito por dívidas de até R$ 100.  

A primeira fase do Desenrola Brasil ainda deu a possibilidade de renegociar débitos com os bancos aos consumidores com renda mensal de até R$ 20 mil.

Com o Congresso em recesso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aproveitou para semear novas propostas reformistas.

Ao sinalizar mudanças na tributação de fundos exclusivos, acenou para a segunda fase da reforma tributária, que terá foco em impostos sobre a renda. Também caçou recursos para tornar o arcabouço fiscal crível.

Na economia real, o prévia do Produto Interno Bruto brasileiro mostrou desaceleração, com o fim da colheita de soja e os setores em marcha lenta com o peso dos juros. Na China, o processo de retomada econômica parou por obstáculos internos.

A semana foi cor-de-rosa, com o impacto na economia da estreia mundial do longa Barbie. Teve também exemplo de empreendedorismo com Flávia Alessandra e Otaviano Costa no B3 Convida. Além, claro, das valiosas dicas do Bora para investir melhor.

Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:

1) “ESTOU COM O NOME LIMPO” (2,64 milhões de brasileiros)

Essa é a frase que marcou a semana de 2 milhões e 64 mil brasileiros com dívidas de até R$ 100 e que tiveram seus nomes limpos nos três primeiros dias do programa Desenrola Brasil. Essa medida permitiu a esses consumidores recuperarem o acesso ao mercado de crédito, embora o débito continue em vigor.

Nessa primeira fase, os brasileiros com renda mensal de até R$ 20 mil (faixa 2 do programa) também podem renegociar os débitos direto com as instituições financeiras.

O próximo passo do Desenrola, previsto para setembro, vai atender as pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou inscritas no Cadastro Único do governo federal (CadÚnico) – a chamada faixa 1.

Nessa fase, vão poder ser renegociadas dívidas financeiras e não financeiras de até R$ 5 mil, também feitas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022. O B3 Bora Investir fez uma reportagem completa de perguntas e resposta sobre o programa.

TWIT MINISTÉRIO – DESENROLA

O alívio de ficar com o nome limpo contrasta com o medo de voltar à lista dos 71,45 milhões de brasileiros inadimplentes. Especialistas ouvidos pelo Globo alertam que é preciso tomar cuidados na hora de voltar a consumir.

Em um momento tão importante para cidadãos brasileiros, criminosos tem se aproveitado do programa para aplicar golpes por meio de links falsos e técnicas para enganar as pessoas para que elas forneçam dados confidenciais.

A Febraban pede que os consumidores só busquem informações dentro dos canais oficiais dos bancos (agências, internet banking ou aplicativos bancários).

Segundo reportagem da Folha, o Ministério Público de Minas Gerais abriu uma investigação para apurar essas ocorrências de golpes envolvendo o Desenrola Brasil.

2) “SE NÃO ENDEREÇARMOS ESSAS REFORMAS E FIZERMOS O PAÍS CRESCER, AS TENSÕES LOGO MAIS VÃO SE ACIRRAR NOVAMENTE” (Fernando Haddad, ministro da Fazenda)

Em um momento em que o Congresso está em recesso e as votações da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal deram uma pausa, Haddad foca em preparar o país para novas discussões econômicas.

A declaração veio um dia depois do ministro confirmar que vai mudar o modelo de tributação dos chamados Fundos Exclusivos. Esses investimentos são focados em pessoas de alta renda e só pagam Imposto de Renda no resgate, o que pode levar anos.

A medida também visa impulsionar o recolhimento de impostos e viabilizar as metas contidas no novo arcabouço fiscal. Além de esquentar os tamborins para a segunda fase da reforma tributária – que vai trazer mudanças nos impostos sobre a renda.

Deve estar nesse pacote uma tributação sobre a distribuição de lucros e dividendos das empresas para as pessoas físicas. Além de mudanças nos impostos para companhias e tributações dos fundos offshore.

Vale lembrar que a primeira parte da reforma tributária, que mexeu nos impostos sobre o consumo – já foi aprovada na Câmara e está tramitação no Senado.

Porém, para ser efetivamente implementada após total aprovação pelo Congresso, será necessário regulamentar vários aspectos por meio de regras infraconstitucionais.

3) ECONOMIA BRASILEIRA DESACELERA EM MAIO E REACENDE DEBATE SOBRE JUROS

A semana que passou também teve a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central. A chamada prévia do PIB caiu 2% em maio e firmou uma baixa na comparação com o mês anterior.

Esse resultado ruim para a economia brasileira também foi confirmado por outro indicador. O Monitor do PIB, da FGV IBRE, mostrou retração de 3% na mesma base de comparação.

Os dois indicadores foram impactados pelo fim dos principais meses de colheita da safra de soja. A agropecuária impulsionou a economia brasileira no primeiro trimestre.

O ministro da Fazenda culpou o ‘juro real elevado por muito tempo’ pela queda na atividade econômica, classificada por Haddad como ‘esperada’.

Mesmo assim, ministério da Fazenda elevou a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto para este ano, de 1,61% para 1,91%.

As cartas mensais de 10 gestoras de fundos de investimento também apontaram para uma desaceleração da economia brasileira até o fim do ano. No entanto, destacam o impacto positivo nos ativos por conta das reformas que começam a ser implementadas no país.

Pelo lado da queda da taxa básica de juros, o mercado segue na expectativa para um corte da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em agosto. O que isso significa para os investimentos? Um aumento da rentabilidade nos ativos de maior risco.

4) CHINA: RECUPERAÇÃO ECONÔMICA DESACELERA

No noticiário internacional, o foco da semana foi a desaceleração da recuperação econômica na segunda maior economia do planeta.

O PIB da China cresceu 6,3% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022, abaixo do esperado. Na comparação trimestral, avançou em um ritmo mais lento: 0,8% no 2º trimestre, ante 2,2% nos três meses do ano.

Parte desse resultado foi atribuído aos sérios problemas no mercado imobiliário, redução das exportações e desemprego elevado entre os jovens.

Isso sem falar das restrições à exportação de metais usados nas indústrias de semicondutores e veículos elétricos. A disputa comercial e política com os Estados Unidos tem falado mais alto.

No cenário das bolsas internacionais, os resultados decepcionantes da Tesla e Netflix, puxaram os ganhos das empresas de tecnologia para o vermelho.

No caso da empresa de carros elétricos de Elon Musk, a perspectiva de queda na produção no 3º trimestre assustou o mercado. Já a Netflix registrou receitas abaixo das expectativas.

Para o Google, a semana foi de comemorações. O Bard – inteligência artificial que responde a perguntas dos usuários e cria conteúdo – é um sucesso. Desde fevereiro, quando lançou a plataforma, as ações da Alphabet já subiram 41%.

5) “I’M A BARBIE GIRL IN A BARBIE WORLD” (Barbie Girl, Aqua)

A semana teve um tom cor de rosa com a estreia mundial do filme da Barbie. A pergunta que fica é: o que tem isso a ver com o resumo do mercado financeiro e da economia? Resposta: tudo.

O marketing ostensivo para o longa-metragem valorizou forte, em 15,25% as ações da Mattel no último mês. A companhia, que está listada na Nasdaq, criou a boneca mais amada e odiada do planeta em 9 de março de 1959.

O filme deve fomentar ainda a venda da boneca, que soma quase U$ 1,5 bilhão da receita da Mattel (20% do total). Só em julho, a companhia anunciou parceria com oito marcas brasileiras.

Uma delas é o Burger King, que transformou uma loja em São Paulo na casa da Barbie. Isso sem contar o combo de hamburguer onde a maionese é rosa, as batatas são do Ken, o milk-shake é de morango e a sobremesa: um donut com cobertura rosa.

Sobre o filme, que teve um orçamento de US$ 100 milhões, as resenhas foram claras: “Barbie é tudo o que prometia ser”.

6) B3 CONVIDA: FLÁVIA ALESSANDRA E OTAVIANO COSTA

O desejo de empreender e tomar as rédeas da própria carreira foi o primeiro passo para o casal de atores Flávia Alessandra e Otaviano Costa transformar a vida profissional.

O B3 Convida da semana entrevistou a dupla que abriu a própria empresa de comunicação e agenciamento artístico.

“Fizemos muitos brainstormings para entendemos melhor o que a gente queria”, disse Flávia. “Somos um casal que pensa junto e decide junto. É claro que também temos independência e individualidade”, completou Otaviano.

Todo o modelo de negócios do casal está focado na agência Family, e se pulveriza por vários ramos do negócio. “Antes de sermos gestores e empreendedores, somos artistas”.

7) FINANÇAS PESSOAS: AS INCRÍVEIS DICAS DO BORA

Na semana, o B3 Bora Investir falou sobre a técnica de análise de ações que permite saber se ela está cara ou barata diante do seu real valor: o valuation.

Ensinamos também como operar no mercado futuro através da Margem de Garantia. Esse é o recurso que as corretoras disponibilizam para clientes operarem investimentos com valores acima do que tem no bolso.

O B3 Bora Investir também ensinou um novo caminho para escolher bem onde colocar o seu dinheiro: as políticas de investimento. Falamos de ETF ligadas a commodities e negociadas na Bolsa, além do crescimento de investidores em fundos imobiliários (FIIs).

Em meio a tantos debates sobre renegociação de dívidas, discutimos como conseguir honrar os pagamentos de financiamentos. Renegociação, portabilidade, FGTS: vale tudo para solucionar a situação antes de atrasar o pagamento.